Carteira Órama Valorização – Novembro de 2023
Carteira Órama Valorização – Novembro de 2023
Sobre a Carteira Órama Valorização
A Carteira Órama Valorização utiliza critérios quantitativos e qualitativos para seleção dos Fundos Listado (FIIs, FIAgros, FI-Infras). A recomendação é composta por 4 ativos, com foco principal em fundos descontados com alto potencial de valorização no longo prazo – porém sujeitos à um nível mais elevado de volatilidade (risco). Trata-se de uma carteira mensal, em que qualquer entrada/saída e/ou aumento/diminuição de exposição é realizada sempre ao final de cada mês, quando divulgamos este relatório com informações de performance e demais atualizações.
Retorno desde o início:
+24,06%
Retorno no mês:
-3,14%
Dividend Yield:
9,46%
Dividendo Médio:
R$ 0,74/cota
PERFORMANCE l OUTUBRO 2023:
O mês de outubro foi marcado, sobretudo, pela forte volatilidade do exterior. No início do mês, o conflito entre Israel e o Hamas, grupo terrorista baseado na Faixa de Gaza, tomou as manchetes dos jornais. A disputa é muito sensível por se passar em uma região com um histórico longo de guerras. É importante frisar que, caso haja a entrada de outras nações no conflito, se amplia a probabilidade dos impactos da guerra se espalharem para o resto do mundo, principalmente no que diz respeito à oferta de petróleo mundial, já que a região é responsável por algo em torno de um terço da produção mundial. No nosso cenário base, dada a limitação do combate até o momento, não trabalhamos com os efeitos transbordando para outros mercados. Seguimos acompanhando atentamente o desenrolar dos eventos.
No Brasil, depois de muitos debates e adiamentos, foi divulgado o parecer da reforma tributária. O texto traz alguns pontos positivos, como a isenção apenas para itens selecionados para a formação de cestas básicas regionais. Por outro lado, a adição de novos regimes especiais e o aumento do Fundo de Desenvolvimento Regional vai na contramão de uma simplificação havendo o risco de aumento da alíquota-padrão do novo Imposto sobre Valor Agregado. É importante reforçar que, aprovado o texto no Senado com as mudanças, o projeto precisa voltar à Câmara para uma nova votação.
Por fim, o mês deu início à divulgação aos balanços corporativos do terceiro trimestre, no Brasil e nos EUA, que deve continuar a movimentar os mercados nas primeiras semanas de novembro.
No Brasil, o Ibovespa segue a cautela externa e tem baixa próxima aos 3%. No mercado de câmbio, o dólar opera próximo a estabilidade. Já o ouro apresenta forte valorização, de cerca de 8%, enquanto o petróleo acumula desvalorização no mês.
Novembro já começa com uma Super-Quarta (01), com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Ambas decisões apresentam amplo consenso das expectativas, com manutenção nos EUA e queda de 50 bps no Brasil. Em Brasília, esperamos continuidade do avanço nas pautas econômicas do governo no Congresso, com destaque para a possível votação da reforma tributária no Senado no início do mês. Além disso, o mercado estará acompanhando se o governo encaminhará alguma emenda modificativa à LDO. Alterações significativas na meta de resultado primário podem fragilizar o arcabouço fiscal, o que levaria a uma abertura ainda mais acentuada da curva de juros futuros.
Equipe de Estratégias – Órama Investimentos
Como já é esperado para a Carteira Valorização, períodos de maior instabilidade elevam a volatilidade dessa carteira. Isso acontece pois a formatação dela visa o resultado que ela pode gerar no longo prazo e não somente a rentabilidade de curto prazo. Quando os participantes do mercado avaliam o ambiente financeiro e comparam as taxas de juros atuais com as expectativas de retorno futuros, eles tendem a buscar ativos relacionados a juros que ofereçam um nível de risco menor.
No mês de julho preparamos um material onde fica bem claro o efeito desses períodos mais instáveis, leia em: Fundos Imobiliários: O que esperar do segundo semestre de 2023?. As incertezas econômicas tem um papel na determinação das previsões de taxas de juros futuras.
É importante observar que a relação entre incerteza e taxas de juros pode variar dependendo de vários fatores, incluindo as políticas econômicas adotadas pelo governo, a situação global e outros fatores. Na Carteira Valorização a orientação é uma tomada de risco maior no horizonte de longo prazo, selecionado ativos que na nossa visão estão descontados para o momento futuro. Seguimos buscando esse tipo de ativos, sem deixar de acompanhar os movimentos de mercado que podem afetar diretamente a nossa rentabilidade esperada.
A Carteira Órama Valorização teve um retorno no mês de -3,41% vs. IFIX -1,97%. Desde o seu início em novembro de 2021, a carteira entregou um retorno total (preço e dividendos) de +24,06%, enquanto o índice subiu +26,45%.
MOVIMENTAÇÕES l NOVEMBRO 2023:
Não realizamos alterações na carteira para o mês de novembro.
DISTRIBUIÇÃO MÉDIA DE DIVIDENDOS DA CARTEIRA:
Este mês os fundos que compõem a Carteira Órama Valorização distribuíram em média R$ 0,74/cota. Vale destacar que o objetivo desta carteira é o ganho de capital (valorização de preço), através da alocação em fundos descontados na bolsa. Por este motivo, seus dividendos são mais baixos, quando comparamos a Carteira Órama Renda (foco em renda passiva).
A Carteira Valorização possui uma volatilidade mais elevada, tanto de preço, quanto de dividendos, por isso recomendamos para aqueles investidores com maior apetite a risco, com horizonte de investimento de longo prazo.
Atualmente os FIIs da carteira negociam com cerca de 17% de desconto em relação ao valor patrimonial, e possuem alto potencial de valorização. Nos últimos meses, os FIIs foram bastante impactados pelos movimentos da curva de juros puxados por incertezas fiscais no país. Acreditamos que com uma maior visibilidade nos próximos períodos, esses fundos consigam retomar o movimento de alta que estavam entregando até agosto/setembro do ano passado, diante da sinalização de fim de ciclo de aperto monetário.
RECOMENDAÇÕES:
HGRE11 – CSHG REAL ESTATE:
Gerido pelo Credit Suisse, seu portfólio conta com 19 imóveis, com maior exposição em São Paulo. Apesar de bastante pulverizada, a vacância financeira do portfólio não é baixa, atualmente em 30,7%. Quanto às atividades comerciais, o fundo está bastante ativo na busca por novos locatários para ocupar as áreas vagas, e já vem anunciando novas locações. Entretanto, é importante destacar que o cenário macroeconômico tem diminuído o ritmo de retomada que era esperado para o segmento. Além disso, o time é muito transparente ao apresentar os desafios do portfólio, detalhes de negociações com inquilinos e perspectivas para o fundo.
O HGRE está passando por um período de renovação do portfólio, buscando o aumento da participação em determinados ativos e a alienação de imóveis fora de São Paulo, de participação minoritária e/ou monousuários. Essa estratégia vem gerando ganhos de capitais adicionais, e reforça o foco na gestão de imóveis de maior qualidade. Importante destacar que o gestor busca apresentar ao mercado expectativas de resultados para os meses seguintes, seguindo uma estratégia de linearização de dividendos intra-semestre, com a entrega de resultados adicionais ao fechamento de cada semestre.
RCRB11 – RIO BRAVO RENDA CORPORATIVA:
O Fundo tem como objetivo principal a aquisição de ativos corporativos de alto padrão construtivo, localizados nos principais centros urbanos do país, atualmente com ênfase na cidade de São Paulo, SP. Seu propósito é gerar receitas através da exploração comercial desses empreendimentos. Atualmente, uma parcela significativa de sua receita contratada, aproximadamente 93,7%, provém de São Paulo, e cerca de 16,3% são provenientes da cidade do Rio de Janeiro.
O Fundo se beneficia do que chamamos de “flight to quality”, esse termo é utilizado no mercado imobiliário quando ocorre mudança de inquilinos para empreendimentos de maior qualidade.
Um objetivo da gestão nos últimos anos foi de se tornar o proprietário majoritário ou deter a maior participação possível nos ativos de seu portfólio. Essa estratégia visa minimizar a concorrência por novos locatários dentro dos edifícios e aumentar a influência na administração do condomínio. Diante disso, a gestão centralizada de alta qualidade e maior controle sobre os ativos, permite absorver maior valor à desses empreendimentos.
RBFF11 – Rio Bravo Fundo de Fundos
No momento que estamos com a perspectiva de corte de juros e aquecimento do mercado de Fundos Imobiliários, a recomendação do investimento no RBFF busca se beneficiar desse momento. A alocação estratégica do Fundo, com cerca de 70% da carteira voltada para Fundos de Tijolo, está alinhada com a expectativa de valorização nesse segmento, pois é um dos mais descontados.
Uma das vantagens que o RBFF11 apresenta é o conceito de “duplo desconto” ou “duplo alfa”. Essa estratégia é baseada no fato de que o valor de mercado do Fundo está abaixo de seu valor patrimonial, além dos ativos presentes na carteira também estarem descontados. Isso cria um potencial de ganho tanto na cota do próprio Fundo como nos ativos em que o Fundo investe, aumentando as chances de valorização.
Esperamos que a valorização dos ativos da carteira tenham efeito imediato no Fundo e consequentemente apreciação das cotas no mercado. Além disso, gostamos da alocação estratégica do Fundo, que busca gestão ativa com alocações de curto, médio e longo prazo.
OGIN11 – Órama FIC-Infra:
O FI-Infra OGIN11 encerrou sua 1ª emissão em outubro/2022 captando R$ 47,7 milhões. Importante ressaltar que a OGR (Órama Gestão de Recursos), gestora do fundo, tem anos de experiência com ativos de renda fixa, e já possui um fundo aberto de debêntures incentivadas – o que reforça sua expertise neste segmento específico.
A ideia de iniciar um FI-Infra listado está em linha com o desenvolvimento do mercado e vantagens que esse produto traz: isenção de Imposto de Renda sobre ganho de capital e dividendos, maior eficiência na gestão de um fundo fechado (sem necessidade de manter parte da carteira em caixa para pagar resgates e possibilitando a alocação total em ativos alvo com maior potencial de retorno), além da liquidez das suas cotas, que são negociadas na bolsa de valores.
A indústria de FI-Infras ainda é bem pequena – atualmente existem apenas 12 fundos com valor de mercado de R$ 5,8 bilhões. Para uma analise comparativa: o mercado de FIIs conta com mais de 440 fundos listados no valor de mercado de R$ 150 bilhões. Nos últimos anos vimos um crescimento exponencial deste último produto, com os players do setor imobiliário acessando cada vez mais o mercado de capitais, e investidores conhecendo mais sobre Fundos Imobiliários e buscando diversificar suas carteiras. Neste contexto, em 2022 o número de investidores de FIIs atingiu quase 2 milhões (vs. 208 mil em dez/2018). Considerando as similaridades entre FI-Infras e FIIs (fundos fechados, cotas negociadas em bolsa, dividendos periódicos, isenção de Imposto de Renda), e as perspectivas favoráveis para os setores de infraestrutura, acreditamos que este mercado possui um alto potencial de crescimento.
Confira também a nossas Estratégias de Investimento para esse mês.
DISCLAIMER
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