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MAPA DE TENDÊNCIAS

Mapa de Tendências

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO : 19/04/2024
O Mapa de Tendências é o relatório no qual abordamos, de forma simplificada, a visão do time de Estratégia e Macro da Órama sobre as classes de ativos. As perspectivas são divididas entre positiva (+), negativa () e neutra (=) para o curto e médio prazos.
Definimos como curto prazo, o investimento no momento presente com a expectativa de resgate em até 1 ano. Já para o médio prazo, o horizonte de aplicação se estende para até 3 anos.
Uma perspectiva positiva, então, significa que vemos ganhos potenciais para a classe como um todo . O sinal negativo é um alerta para um momento desafiador. Quando estamos neutros é porque o preço dos ativos pode permanecer de lado. Em todos casos, o acompanhamento micro feito pelos nossos times de análise é importante para captura das melhores oportunidades para cada classe.
Vale destacar que uma perspectiva positiva não necessariamente implica em uma recomendação de aumento da posição nas carteiras. Da mesma forma que um viés negativo não é uma recomendação de zeragem na classe. Os percentuais de alocação sugeridos para para cada perfil se encontram nas Estratégias Mensais.

Última Atualização: 19/04/2024

Confira os relatórios específicos para cada um desses indicadores em PROJEÇÕES MACRO.

PERSPECTIVAS PARA AS CLASSES DE ATIVOS

CLASSE DE
ATIVO
CURTO
PRAZO
MÉDIO
PRAZO
COMENTÁRIOS
Renda Fixa – PósO Brasil vive um momento mais avançado da política monetária, na comparação com outros países. Iniciamos o ciclo de corte de juros em agosto de 2023, saindo de 13,75%. Na reunião de março deste ano, o Banco Central reduziu a taxa de juros a 10,75%, com forward guidance de corte de 50 bps para a próxima reunião. Esperamos que o fim do ciclo de cortes seja no terceiro trimestre de 2024, com uma Selic terminal de 9,5% a.a. 

Em sua última ata, o Copom destaca que “as conjunturas doméstica e internacional estão mais incertas, exigindo cautela na condução da política monetária”. Sobre a mudança no forward guidance o Copom foi didático ao enfatizar que “unanimemente concluiu que o cenário mais incerto reduzia o benefício da sinalização futura e elevava seus custos” reforçando que “a alteração na comunicação se dava por uma mudança na incerteza e não no cenário-base.” Além disso, o Comitê se colocou mais dependente dos dados e apontou que “alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado.”

Para o curto prazo, mantemos uma visão positiva, com boas oportunidades atreladas a altas taxas. Existem títulos bancários atrativos para 1 ano com taxas acima de 115% do CDI. Para prazo acima de 2,5 anos, a remuneração da renda fixa bancária pode chegar a 120% do CDI. 

Contudo, para o médio prazo, mantemos uma perspectiva neutra, visto que o Focus projeta a Selic chegando a 8,50% em 2025 e permanecendo nesse patamar até 2027. Nosso time de analistas acompanha os melhores papéis, que você pode acessar aqui

É válido destacar que a classe pós-fixada tem um papel importante na redução da volatilidade das carteiras, e por isso são componentes importantes da diversificação.

Renda Fixa – PréVemos que o processo de desinflação vem ocorrendo como esperado. A primeira fase, mais rápida, foi bem sucedida, com recuo dos preços dos alimentos e industriais. Nos encontramos agora no segundo estágio da dinâmica, que envolve o recuo dos núcleos e dos serviços, e, geralmente, é mais lento. 

De todo modo, mantemos nossa expectativa de uma Selic terminal de 9,5% a.a., a partir do terceiro trimestre de 2024. 

Fatores como o aumento da percepção de risco fiscal no Brasil, conflitos no Oriente Médio assim como o adiamento do início de corte de juros nos EUA para julho/setembro, fizeram com que as taxas prefixadas praticadas pelo mercado voltassem a patamares bastante atrativos. 

É possível encontrar títulos bancários acima de 13,5% a.a. para prazos superiores a 3 anos. No caso de CDBs LCI e LCAs, a marcação é na curva, o que reduz a sensação de volatilidade nas carteiras e contam com a proteção do FGC.

Nos títulos públicos, as taxas já ultrapassam 11,50% a.a. para vencimentos a partir de 5 anos. Quem carrega títulos públicos federais ou tesouro direto, sente mais as variações de taxas, visto que esses ativos são marcados a mercado diariamente. Porém a liquidez também é maior, facilitando vendas antes do vencimento.

Renda Fixa – InflaçãoVemos um cenário melhor para a inflação no curto e médio prazos. Apesar de terem mostrado uma alta recente nos preços dos serviços, abertura importante para a política monetária, ainda não vemos como uma mudança de trajetória. 

Vale ressaltar que existem pontos de atenção também no exterior. As questões fiscais americanas, a política monetária dos EUA e o conflito no Oriente Médio, e, como efeito, os possíveis impactos no preço internacional do petróleo, são destaques. 
 
Cabe mencionar ainda que, independente da conjuntura atual ser um bom ponto de entrada, dado os níveis ainda elevados de juro real, a renda fixa indexada à inflação é importante para qualquer investidor no Brasil em todos os momentos. Somos um país historicamente inflacionário, assim, a remuneração atrelada a juros reais é importante dentro dos portfólios, tanto para diversificação e proteção desse risco, como para potencial ganho de capital. 

O investidor pode aproveitar a oportunidade com ativos bancários, com juro real superior a 6%, para vários prazos Existem também títulos de crédito privado incentivado (isento de IR) com taxas variando entre 6 – 9% para diversos vencimentos e ratings diferentes. 

Para investidores que buscam um potencial maior de retorno e aceitam também uma volatilidade também maior, as NTN-B de prazos médios e longos, se apresentam como uma ótima oportunidade.
ImobiliárioO ciclo de queda de juros é positivo para os fundos imobiliários. Esse mercado costuma se antecipar à recuperação da atividade, de modo que a perspectiva de juros mais baixos impulsiona as atividades do setor, pois significam um custo menor de financiamento aos empreendimentos.
 
Para os Fundos de Papel (também conhecidos como Fundos de CRIs), nossa expectativa é de que aqueles predominantemente atrelados ao CDI mantenham uma boa rentabilidade com a manutenção da Selic em um patamar elevado, especialmente quando comparado à inflação, prevista menor que 4%.

É importante destacar que algumas operações de crédito arrojadas podem continuar encontrando dificuldades devido aos custos mais altos associados aos juros elevados. Dessa forma, recomendamos alocação em ativos de menor risco, como os Fundos de CRI High Grade.

Em investimentos nos Fundos de Tijolo, sugerimos focar em ativos negociados abaixo do seu valor patrimonial, especialmente nas Lajes Corporativas. Esses ativos têm potencial de valorização com melhorias no ambiente de negócios, ocasionando redução da vacância e melhorias nas renovações de contratos. Acreditamos que a queda das taxas de juros e incentivos aos investimentos das empresas podem aumentar a demanda por escritórios.

Outra área atrativa nos Fundos de Tijolo são os Fundos Logísticos, especialmente aqueles situados em locais de alta qualidade, próximos aos principais centros comerciais do país. Com baixa vacância e grande demanda por locação, essas regiões oferecem aos fundos a oportunidade de negociar contratos vantajosos e atrair investidores e empresas interessadas em adquirir ativos valorizados durante esse período de queda nas taxas de juros.

Contudo, as incertezas do cenário internacional e fiscal brasileiro, podem elevar a volatilidade da classe nesse momento. Desse modo, precisamos ficar ainda mais atentos às oportunidades selecionadas pelos nossos especialistas. Para acompanhar nossas recomendações de FIIs, acesse a carteira.
AgroA sétima estimativa da safra de grãos 2023/2024, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 11 de abril, aponta que a produção de grãos no país deverá atingir um total de 294,1 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 8% à obtida na temporada passada.

Com uma área estável, estimada em 78,53 milhões de hectares, a quebra se deve, sobretudo, à atuação da forte intensidade do fenômeno El Niño, que em 2023 teve influência negativa desde o início do plantio até as fases de desenvolvimento das lavouras nas regiões produtoras do país. Isso impacta a produtividade média, que saiu de 4.072 quilos por hectare para 3.744 kg/ha.

Mesmo com eventos climáticos extremos afetando as culturas, continuamos com perspectivas positivas dado o cenário de queda de juros e a expansão do mercado de capitais como ferramenta de financiamento agro. 

Assim, investimentos em CRAs ou FiAgros selecionados pelo nosso time e se apresentam como uma oportunidade interessante.
MultimercadoA classe possui liberdade para operar em diversos mercados e com diferentes ferramentas. Com isso, os gestores podem migrar para as melhores oportunidades disponíveis em cada momento.

Além disso, também podem adicionar retornos operando a volatilidade e a reprecificação de ativos globais. 
 
Vale destacar que diante da complexidade  do cenário, os fundos vêm apresentando retornos aquém da performance histórica. De toda forma, enxergamos as perspectivas positivas para curto e médio prazo. 

Para conferir as escolhas da nossa equipe de análise, acesse aqui.
CâmbioO momento de ainda indefinição fiscal no Brasil, somado à incerteza de quando os juros começarão a cair nos EUA e às dúvidas no volume de exportação devido ao El-Niño, contribui com um cenário de volatilidade do dólar domesticamente.

Do lado fiscal, enxergamos maio como um mês-chave, em que teremos a divulgação do segundo boletim bimestral de avaliação de receitas e despesas, além da apresentação da PLDO de 2025 em abril.  

Reconhecemos que o patamar de R$ 5,20 por dólar é bastante elevado, porém entendemos que o cenário exige cautela. Como o dólar é uma variável de escape para momentos de elevada incerteza, mantemos a perspectiva estável para o curto e médio prazo.
CommoditiesO mercado de minério de ferro está bastante sensível às incertezas sobre o setor imobiliário chinês e reagindo de forma expressiva ao noticiário sobre estímulos do governo. A dificuldade da atividade econômica chinesa mostrar tração é um dos fatores que afeta diretamente a cotação global da commodity. No ano, até 19/04, o preço do minério de ferro já recua quase 25%.

No entanto, a consultoria MySteel estimou que o consumo de aço pela China deve aumentar moderadamente na segunda quinzena de abril, com o ritmo de trabalho nos canteiros de obras acelerando à medida que mais fundos forem disponibilizados. Além disso, no dia 12/04, o governo chinês divulgou detalhes de seu programa para o comércio de produtos de consumo, incluindo veículos e utensílios domésticos, na mais recente tentativa de impulsionar a demanda interna. 

Em relação ao petróleo, a persistência dos conflitos no Oriente Médio e suas recentes escaladas devem manter a pressão sobre a cotação da commodity. Na ponta da oferta, ainda sigam havendo cortes de produção por parte de membros da OPEP, estes vêm sendo compensados pelo aumento da produtividade de outros países, como Rússia, Estados Unidos e Brasil. 

Como há diversas forças atuando sobre os preços de commodities, o cenário prospectivo, e o consequente impacto sobre a inflação, é ainda incerto, de modo que mantivemos a perspectiva neutra no curto prazo. 

Contudo, vemos esse momento de desaceleração econômica global como conjuntural, de modo que para o médio prazo, a perspectiva é positiva.
OuroEm abril/24, o ouro alcançou seu recorde histórico sendo contado a U$ 2.570 a onça. Vemos que essa alta foi catalisada por diversas forças, incluindo as tensões geopolíticas, com destaque para a escalada dos conflitos no Oriente Médio, incerteza quanto à duração do ciclo de aperto monetário nas principais economias e a demanda crescente por diversificação do dólar pelos bancos centrais, principalmente da China e da Rússia.

Contudo, entendemos que, enquanto alguns desses fatores se mantêm, como a demanda dos BCs, existem riscos que estão se dissipando do radar dos investidores com a perspectiva de uma melhor conjuntura econômica nas economias desenvolvidas. Desse modo, o apetite por risco dos investidores é crescente, pressionando o ouro para baixo.

Com isso, nossa perspectiva é neutra para o curto e médio prazo.
Renda VariávelA reprecificação de quando será o início de cortes de juros nos EUA vem adicionando volatilidade para os mercados de renda fixa e renda variável. Com a abertura na curva de juros futuros puxando o preço dos ativos financeiros para baixo, o Ibovespa acumula um declínio de quase 7% até o momento (19/04), com destaque para as ações da Vale que caem mais de 17% no ano. Com isso, estamos reduzindo o nosso guidance para o índice no final de 2024 para 145 mil pontos.

Aqui na Órama continuamos com uma perspectiva construtiva para ações. Mesmo com a redução no ritmo dos cortes, devemos observar ainda uma taxa Selic menor que a atual ao fim do ano 2024, o que melhora não só os valuations, mas o ambiente de negócio para as empresas. Gostamos de varejo e consumo, mas preferimos recomendar nomes mais conservadores, com destaque para Assaí.

Nas commodities, vemos boas oportunidades. Temos ruídos internacionais e um bom balanço de oferta-demanda mantendo o preço do petróleo em patamares altos, tornando mais atrativas as ações de Prio e Enauta. Em paralelo, vemos Vale bem posicionada para pagar dividendos altos, sendo uma das nossas principais recomendações.

As melhores oportunidades para cada papel específico podem ser acompanhadas aqui.
Investimento no Exterior – Renda VariávelA discussão sobre a política monetária nos EUA está em foco, com uma interrogação grande no radar dos investidores de quando começarão os cortes. Os fed funds estão no patamar de 5,25% a 5,50% desde julho de 2023 e em dezembro, a maior probabilidade era que a primeira redução de taxa aconteceria em março. Em abril, com uma volatilidade atípica, o mercado já se divide entre julho e setembro para o início dos cortes.

O tamanho do ciclo de afrouxamento monetário de 2024 também está incerto e bastante volátil, com apostas  variando entre 3 cortes e nenhuma a depender do conjunto de dados que saem a cada semana.

Na Órama, esperamos a permanência dessa taxa por um período prolongado, pelo menos, até o início do terceiro trimestre de 2024. A resiliência dos dados econômicos, principalmente, do mercado de trabalho americano, alinhada ao aumento da preocupação fiscal e a inflação ainda elevada corroboram com esse cenário em nossa visão.

Para o curto prazo, para além das incertezas mencionadas, pesa o fato de recentemente os três principais índices das bolsas americana terem batidos seus recordes históricos, por isso mantivemos uma perspectiva neutra.

Para o longo prazo, entendemos que com a conjuntura econômica, de queda de juros, e novas tendências no mercado de capitais, como empresas de Inteligência Artificial, o cenário seja positivo.
Investimento no Exterior – Renda FixaEm meio a incerteza sobre a duração do ciclo de alta de juros, as taxas das treasuries de 10 e 30 anos americanas se aproximaram da marca de 4,6% em meados de abril, abrindo quase 40 bps do fechamento do mês anterior.

Ainda assim, esse patamar de taxa é extremamente atrativo e apresenta oportunidade de compra dos títulos com ganho potencial no curto e médio prazo com o fechamento da curva. 

Para o investidor, a oportunidade pode ser aproveitada via estruturas que investem em RF no exterior ou fundos de investimento que tenham alocação na classe.
CriptoativosEnxergamos para as criptomoedas um cenário positivo para esse ano, especialmente após a aprovação do ETF de bitcoin à vista pela SEC.
 
Outro evento relevante para o Bitcoin é o halving, que acontece de 4 em 4 anos e é esperado pelos investidores nesta sexta (19/04). O halving refere-se à diminuição pela metade das recompensas fornecidas por bloco minerado de Bitcoin. Historicamente, ele é um catalisador de alta.

Um outro ponto de atenção no curto prazo é o comportamento de alguns grandes detentores dos ativos que, após esses eventos de alta, podem fazer pressão de venda. De acordo com dados de abril/24, o governo americano possui mais de de US$ 14 bilhões, fruto de confiscos de carteiras, que está determinado a vender. Além disso, grandes investidores de cripto e mineradores estão “estocando” a moeda e podem contribuir com o volume de oferta. 

Já para o Ethereum e seu ecossistema, a perspectiva é ainda mais positiva. A moeda está com uma base mais comprimida do que o Bitcoin e tem mais espaço para alta e menos espaço para baixa. Além de poder surfar no transbordamento da valorização do Bitcoin, tem algumas alterações no radar, como a atualização EIP 4844, também conhecido como “proto-danksharding“, que reduz os custos de transação, e podem impulsionar ainda mais a escalada de preço da moeda e de altcoins relacionadas à ela.

Por fim, a FTX, corretora de criptomoedas que faliu em 2022, possui cerca de US$ 10 bilhões para distribuir aos seus clientes. Esse retorno de capital aos investidores pode gerar uma pressão de compra

Desse modo, mantemos um cenário positivo para curto e médio prazo.


Este material foi elaborado pela Órama DTVM S.A…Este material não é uma recomendação e não pode ser considerado como tal. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 19/04/2024.