Panorama Semanal – 11 a 15 de janeiro*
China e petróleo ocuparam o noticiário econômico da semana.
Já na segunda-feira, os mercados ocidentais abriram com o impacto da queda de mais de 5% ocorrida nas bolsas chinesas, após o recuo ao redor dos 10% na semana anterior. Os investidores estão preocupados não só com a desaceleração da economia da China, como também com a condução da política econômica pelas autoridades, o que vem gerando uma onda global de aversão ao risco.
No mercado cambial, as moedas de países emergentes sofreram desvalorizações ante o dólar. Com o real não foi diferente, e a cotação da moeda americana ficou pressionada ao redor dos R$ 4.
O barril do petróleo, por sua vez, caiu abaixo do patamar de US$ 30. Os estoques da commodity e a falta de definição pela Opep estão arrastando a cotação a níveis de 2003.
No Brasil, o impacto mais direto foi nas ações da Petrobras, que caíram abaixo de R$ 6, o menor valor também desde 2003. O papel derrubou o Ibovespa, que fechou abaixo dos 40 mil pontos pela primeira vez em mais de seis anos. A estatal informou ainda a decisão de cortar US$ 32 bilhões de sua previsão de investimentos.
Ao longo da semana, com a divulgação de dados melhores da balança comercial chinesa e a estabilidade do yuan, o câmbio deu uma aliviada. A Bolsa, no entanto, não conseguiu se recuperar até quarta-feira, já que papéis de empresas exportadoras estão sofrendo com a queda dos preços internacionais das commodities. Vale e Petrobras acumulam desvalorizações em torno de 30% este ano.
Na quinta-feira, no entanto, após seis pregões de quedas consecutivas, a o Ibovespa fechou em alta de 1,4%, a 39.500 pontos, num movimento de compra motivado justamente pelos preços baixos dos papéis.
E o dólar, que já havia recuado no dia anterior, também cedeu na quinta-feira, devido ao ingresso de recursos no país. A moeda americana fechou abaixo dos R$ 4, a R$ 3,99.
No âmbito da Lava Jato, as notícias andam meio de lado neste início de ano, mas as investigações prosseguem. Nesta semana, o principal destaque envolveu o nome do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que teria alterado seu depoimento de delação premiada, retirando fatos ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na esfera social, em São Paulo, novas manifestações por causa do aumento das passagens de ônibus começam a gerar preocupações. Enquanto isso, carnês de IPTU e IPVA revelam fortes aumentos e reforçam a urgência de se controlar a inflação.
Na semana que vem, um dos focos do mercado será a reunião do Copom, do Banco Central, para a definição da taxa Selic.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo panorama semanal da Órama.
*Dados atualizados até 13:50