Vacinação no Brasil: ministro da saúde afirma que imunização pode começar em dezembro e os destaques da semana

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Panorama Semanal de 7 a 11 de dezembro*

A Anvisa aprovou a regra do uso emergencial de vacinas contra a Covid-19 no Brasil, mas até o fechamento deste Panorama Semanal nenhum laboratório havia solicitado a autorização. O início da vacinação em alguns países do mundo, bem como o confuso planejamento da imunização no Brasil foram os destaques da semana.

VACINAÇÃO NO BRASIL

Em meio a uma disputa política envolvendo governo federal e governadores sobre o planejamento de vacinação nacional contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o início da imunização, previsto para março, pode começar agora em dezembro. Mas isso, de acordo com o ministro, depende da concessão da autorização emergencial ao laboratório Pfizer – que disponibilizaria, então, uma quantidade pequena de vacinas neste primeiro momento, bem abaixo das 70 milhões de doses que a União tem intenção de comprar.  

Enquanto isso, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que deve ter, até o dia 15, a documentação de outra vacina, a CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan, e iniciar a vacinação em 25 de janeiro. Pazuello, no entanto, não se comprometeu com a CoronaVac – a vacina chinesa é um dos pontos de discórdia com Doria – mas afirmou que a Anvisa deve registrar até o fim de fevereiro a vacina da AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford e produzida na Fiocruz. Nos EUA, a FDA disse que a AstraZeneca terá que refazer os testes.

Em paralelo, a quantidade de seringas disponíveis no Brasil se mostra um problema à parte, insuficiente para atender à população.

Apesar dos números críticos no pais, o presidente Jair Bolsonaro disse que estamos no “finalzinho da pandemia”.  

VACINAÇÃO NO EXTERIOR

No mundo, o principal foco do noticiário é que a vacinação já está em curso – mas a boa notícia deve ser relativizada. Além de restrições a alérgicos (caso da Pfizer no Reino Unido), especialistas lembram que a doença avança a um ritmo maior que o da imunização. Casos de reinfecção e pacientes assintomáticos, mas potenciais transmissores, preocupam a comunidade médica, enquanto hospitais entram em colapso em diversas cidades do mundo e do Brasil, e o número de mortes aumenta. Dessa forma, líderes e pesquisadores reforçam a importância do uso de máscaras, distanciamento social e higiene das mãos – medidas que devem prevalecer ao longo dos próximos meses. 

Nos EUA, um comitê de especialistas recomendou que a FDA autorize a vacina da Pfizer, o que deixa os americanos mais perto do início da vacinação, ainda este ano. No Reino Unido, uma idosa de 90 anos foi a primeira a receber o produto da Pfizer. O Canada foi outro país que já aprovou o medicamento deste laboratório.

Na Rússia, o Kremlin está oferecendo vacinas à população, que, no entanto, está resistente: 59% não querem ser imunizados. Nos Emirados Árabes Unidos, foi aprovada uma vacina chinesa, após testes comprovarem 86% de eficácia. Mas líderes chineses e a Sinopharm não se pronunciaram, enquanto especialistas alertam para falta de dados e outros pontos críticos.

ECONOMIA GLOBAL

No horizonte econômico global, o assunto também é o coronavírus, ou melhor, de quanto será o novo pacote de estímulos dos Estados Unidos para minimizar seus impactos na produção, consumo e emprego – e quando será aprovado. A novela continua lenta. Esta semana, a Casa Branca propôs o montante de US$ 916 bilhões, cortando benefícios aos desempregados. 

Já o Banco Central Europeu ampliou em 500 bi de euros seu Programa de Compras Emergenciais, prorrogado até março de 2022. A região está com os juros em mínimos recordes, e não descarta novas quedas nas taxas.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, prepara o gabinete para conduzir uma saída sem acordo da União Europeia, o Brexit.

E a cotação do barril de petróleo (Brent) superou US$ 50, o que não ocorria desde março. A expectativa é que a demanda por petróleo aumente devido à distribuição das vacinas pelo mundo.

No circuito tech, repercutiu a ação da FTC, agência reguladora americana responsável por garantir o livre mercado, contra o Facebook, por práticas anticompetitivas. A FTC – que autorizou a aquisição de Instagram e WhatsApp – quer que o Facebook venda essas duas operações. 

ECONOMIA BRASILEIRA

Por aqui, as atenções se voltaram para a manutenção da Taxa Selic em 2% ao ano pelo Copom, do BC, e as consequências da sinalização de uma mudança na política de juros estáveis por um período prolongado

Na agenda legislativa, o governo desistiu do Renda Cidadã, e a PEC do Pacto Federativo, a ser votada no Congresso, vai focar no equilíbrio das contas públicas, com redução de subsídios. 

DESTAQUES EM BRASÍLIA

O STF, por maioria, vetou a reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente presidentes da Câmara e do Senado. As articulações políticas não param. Na Câmara, a disputa é intensa. Arthur Lira, candidato de Bolsonaro, deve enfrentar algum nome indicado por Maia.

Em medida polêmica, o governo zerou o imposto de importação para revólver e pistola.  

No pregão desta quinta-feira, um resumo dos ares otimistas. O Ibovespa subiu forte, retomando o patamar de fevereiro deste ano. O índice avançou 1,88%, para 115.128 pontos. Já o dólar recuou 2,6%, para R$ 5,037.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

*Dados atualizados até às 10h de 11/12.

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