Panorama Semanal de 8 a 12 de agosto
Impeachment de um lado, inflação persistente de outro. Essas foram as principais influências da semana nos mercados, além da “novela” que envolve a renegociação das dívidas estaduais e a contrapartida do teto para gastos.
A presidente afastada, Dilma Rousseff, virou ré em processo que terá sua votação final no Senado até o fim deste mês. A decisão, entendida como mais um passo na direção de um desfecho para o impeachment, vem sendo considerada fundamental pelos agentes econômicos para que medidas importantes sejam implementadas no país.
A inflação brasileira acelerou para 0,52% em julho, de acordo com o IBGE. As principais altas vieram do grupo alimentos e bebidas. Assim, o IPCA acumula 8,74% em 12 meses. E aumentam as chances de o afrouxamento da política monetária começar apenas após outubro.
Na Câmara dos Deputados, foi aprovado o projeto de renegociação das dívidas dos estados, mas sem o texto que garantia a suspensão do reajuste do funcionalismo, o que foi visto como uma derrota do governo federal na direção do ajuste fiscal.
Na economia real, as vendas do comércio registraram queda de 5,3% em junho, em relação ao mesmo mês do ano passado, muito embora tenham se mantido estáveis ante maio deste ano. Os dados do setor de serviços, por sua vez, revelaram uma queda de 3,4% na atividade em junho. Apesar do recuo, a taxa é menos expressiva que a dos meses anteriores.
E os pedidos de recuperações judiciais de empresas brasileiras, de acordo com dados da Serasa Experian, subiram 29,6% em julho sobre um ano antes. Já os pedidos de falências aumentaram 9,2%.
Tudo isso impactou os indicadores financeiros. Já na segunda-feira, houve repercussão de noticiário do fim de semana no âmbito da Lava Jato, após supostos depoimentos de executivos da Odebrecht sobre recebimento ilegal de recursos pelo presidente interino Michel Temer e pelos ministros Eliseu Padilha e José Serra.
Com base na Lava-Jato, o TSE abriu na quinta-feira, uma investigação sobre contas do PP e do PMDB, para apurar irregularidades financeiras.
Desta forma, no pregão de quinta-feira, o Ibovespa encerrou em alta de 2,4%, no maior patamar desde setembro de 2014. O índice foi puxado pelas ações de Petrobras – que dispararam com a alta do barril petróleo – e o setor bancário – a partir da divulgação do balanço do Banco do Brasil.
Já o dólar, após uma sequência de sete quedas consecutivas, subiu 0,28% na quinta-feira, cotado a R$ 3,14, com atuação do BC no mercado cambial.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
*Dados atualizados até 11/08/2016 as 19h.