Panorama Semanal 09/11/2015 até 13/11/2015*
A greve dos caminhoneiros em diversos estados e o bloqueio de estradas fizeram com que a semana começasse tensa no país. A falta de um acordo entre sindicalistas e Petrobras, que divulgou mais um prejuízo trimestral (R$ 3,76 bi), também preocupa. Já as vendas no comércio registraram o pior setembro em 14 anos, com redução de 6,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. São os reflexos da crise e da recessão na vida real.
No mercado, o que ditou o ritmo foi a intensificação dos boatos envolvendo o nome do ex-presidente do BC Henrique Meirelles, que estaria sendo sondado para substituir o atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cada vez mais desgastado em sua missão de implementar o ajuste fiscal. O dólar chegou a cair até R$ 3,706 com os rumores sobre a saída do ministro.
Lá fora, a moeda americana oscilou ao sabor dos dados chineses, que trazem incertezas à economia global, e perdeu força na quinta-feira após declarações vagas da presidente do banco central dos EUA, Janet Yellen, sobre a política monetária. Nesse cenário de forte volatilidade, o BC do Brasil tem optado por fazer os chamados “leilões de linha”, e frear as apostas contra o real.
Já a Bovespa, que em determinados pregões ganhou fôlego com os boatos sobre Meirelles, também registrou quedas ao longo da semana, puxadas sobretudo pelos papéis de Petrobras e Vale. Na quinta-feira, o recuo do Ibovespa foi de 0,39%.
Um ponto que influenciou os mercados na quinta-feira foi a aprovação polêmica, na véspera, na Câmara dos Deputados, do projeto de repatriação de recursos, que inclui os de origem ilícita. O projeto ainda passará pelo Senado.
E o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, continua no alvo, investigado no âmbito da Lava Jato. No fim de semana, Cunha admitiu a jornalistas sua ligação com as contas na Suíça, mas disse que a origem é legal e que ele não é dono do dinheiro. Outra novidade foi a posição do PSDB, que defendeu a saída de Cunha. A ruptura complica ainda mais o jogo político e a troca de interesses e retaliações, que levam em conta não só o processo contra Cunha, mas também uma possível abertura de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
*Dados atualizados até 13/11/2015 às 10h19m