Agência de risco Fitch reafirma nota do Brasil em BB- com perspectiva negativa e os últimos destaques
Quinta-feira, 19 de novembro de 2020
RESUMO DOS MERCADOS
Cotação | Dia | Semana | Mês | Ano | |
Ibovespa (pts) | 106.119,10 | -1,05% | 1,33% | 12,95% | -8,24% |
Dólar PTAX (R$) | 5,2932 | -1,92% | -3,50% | -8,29% | 31,33% |
DI Jan 2025 (bps) | 6,78% | 13 | 10 | 4 | 33 |
S&P 500 (pts) | 3.567,79 | -1,16% | -0,48% | 9,11% | 10,43% |
BRASIL EM FOCO
DESTAQUES
Em um pregão de ajuste com o anúncio da Fitch sobre o rating do Brasil e com mercado também de olho no avanço da Covid-19 no Brasil e no mundo, o Ibovespa fechou em queda. A preocupação fiscal trazida por essa combinação de notícias também se refletiu na abertura dos juros ao longo de toda a curva.
RATING
A Fitch Ratings reafirmou ontem a nota do Brasil em BB- com perspectiva negativa. Apesar da agência ter mantido a mesma classificação de maio deste ano, o comentário da agência foi bem mais negativo que o anterior. O destaque foi para a severa deterioração do déficit fiscal do Brasil e da dívida pública durante 2020, com uma incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação fiscal, incluindo a sustentabilidade do teto de gastos . Além disso, os crescentes vencimentos da dívida interna de curto prazo em meio a um pesado fardo da dívida pública tornam o Brasil vulnerável a choques, incluindo mudanças na confiança dos investidores, que podem impactar também nas condições de financiamento dessa dívida.
A agência também pontuou que embora a equipe econômica esteja comprometida em retornar à sua agenda de reformas em 2021, o ambiente político permanece “fluido”, reduzindo a visibilidade e previsibilidade do processo. A despeito desse cenário mais pessimista, alguns atenuantes como câmbio flutuante, quantidade de reservas internacionais, a economia diversificada e o nosso mercado interno de dívida do governo, contribuem para a manutenção do Brasil neste patamar de rating.
LEI KANDIR
O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (18) o PLP 133/2020, projeto de lei complementar que regulamenta o pagamento de compensações da União a estados e municípios devido às perdas de receita provocadas pela Lei Kandir, que isenta as empresas de pagar ICMS sobre o que será exportado. O valor destinado aos entes federativos pode chegar a R$ 65,6 bilhões até 2037. Essa medida vai liberar ainda no ano de 2020 cerca de R$ 4 bilhões, sendo 75% desse recurso para os estados e 25% para os municípios.
Os R$ 4 bilhões devem vir dos leilões para exploração de blocos dos campos petrolíferos de Atapu e Sépia, na Bacia de Santos. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados. A votação conclui um impasse de mais de três meses sobre o assunto, que se instalou porque o projeto previa que o desembolso da União seria financiado pelo fim do Fundo Social do Pré-Sal (FS). Tal trecho foi retirado, mas pode ser retomado na PEC dos Fundos Públicos ou na PEC do Pacto Federativo. (Agência Senado)
RODRIGO MAIA
O presidente da Câmara dos Deputados reuniu-se ontem com os partidos de oposição ao governo Bolsonaro para discutir uma agenda de votações até o fim do seu mandato, a possibilidade de suspensão do recesso e também iniciar conversas sobre a sua sucessão. O encontro reuniu PT, PDT, PSB, PCdoB, Psol e Rede, que juntos possuem 130 votos que serão decisivos para a eleição da sucessão da Câmara. O tempo é curto e terá que ser dividido com as sessões do Congresso para votar os polêmicos vetos ao pacote anticrime, ao novo marco do saneamento básico e também, pelo menos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021. Do café da manhã saiu a primeira sinalização em prol dos partidos de oposição: o projeto de lei que muda regras da cabotagem não foi votado e estava na pauta de ontem. (Valor)
CORONAVÍRUS NO BRASIL
O país ultrapassou 5,9 milhões de casos confirmados e 167 mil óbitos em decorrência da Covid-19. (Ministério da Saúde )
OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL
DESTAQUES EXTERNOS
Os índices de Wall Street terminaram o dia em queda, com os investidores de olho no avanço do coronavírus, mesmo com notícias promissoras sobre o desenvolvimento das vacinas.
ASTRAZENECA
A revista científica The Lancet, publicou que a vacina produzida por uma parceria entre a Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmacêutica AstraZeneca pode gerar resposta imunológica em adultos de todas as idades, incluindo aqueles com mais de 70 anos. Os resultados divulgados são do teste clínico de fase 2.
PFIZER
A farmacêutica anunciou que sua vacina é 95% eficaz e deve solicitar esta semana a primeira autorização regulatória dos EUA para uma vacina de coronavírus. A Pfizer e a parceira BioNTech disseram que a vacina protegeu pessoas de todas as idades e etnias, sem problemas de segurança significativos até agora em um ensaio que incluiu quase 44.000 participantes. (Bloomberg)
QUESTIONAMENTO DO RESULTADO
A principal autoridade eleitoral da Geórgia, um republicano, disse que a recontagem manual de quase 5 milhões de votos não deve corroer a margem de vitória inicial de 14.000 de Biden o suficiente para dar a vitória de Trump no estado. (Reuters)
DISPUTAS ENTRE REPUBLICANOS
Muitos legisladores do Partido Republicano questionaram a demissão de Chris Krebs por Trump, o principal oficial de segurança cibernética do Departamento de Segurança Interna que contestou publicamente as alegações infundadas sobre fraude eleitoral. O senador John Cornyn, do Texas, membro da liderança republicana do Senado disse que “É uma prerrogativa do presidente, mas acho que só aumenta a confusão e o caos.” (WSJ)
CORONAVÍRUS
Em Nova York, a partir de hoje, as escolas públicas estão fechadas. Nos EUA, como um todo, o número total de infecções chegou a 11,5 milhões e os óbitos a 250 mil. No mundo os casos ultrapassam 56,3 milhões e 1,35 milhão de mortes. (Johns Hopkins / Financial Times)
HOJE
Na Ásia, os mercados fecharam sem direção definida. Os índices na Europa operam em queda e os futuros nos EUA também apontam para uma abertura negativa. Hoje tem reunião dos Líderes da União Europeia e saem os dados de pedidos de seguro-desemprego nos EUA.