Panorama Semanal de 22 a 26 de agosto
Marcada por bate-bocas e manifestações, a abertura do julgamento do processo impeachment de Dilma Rousseff no Senado foi o grande fato da semana e, provavelmente, será a principal influência da semana que vem, para quando está previsto o seu desfecho. Assim, a iminência da consolidação do governo Temer gerou impactos nos mercados acionário e cambial.
Ainda no cenário político, um dos destaques foi o início das campanhas eleitorais municipais.
No front externo, as especulações sobre a alta dos juros americanos ainda neste ano também deram o tom da semana, bem como a oscilação das commodities, sobretudo o petróleo. A cotação do barril, que sofreu uma correção logo na segunda-feira, voltou a subir com especulações de que o Irã vai aderir a um possível congelamento da produção de petróleo, e recuou novamente na quinta-feira.
Nesta sexta-feira, o mercado se volta para o discurso da presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), em busca de uma sinalização sobre a elevação da taxa de juros americana ainda este ano. Dados positivos da economia dos EUA indicam que a elevação pode ocorrer em breve, provavelmente em dezembro.
Entre as notícias envolvendo a questão fiscal, uma possível alta de impostos em 2017 gera polêmica. Enquanto o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, garante que não haverá surpresas nesse sentido, a alta não é descartada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
No Senado, foi aprovada em dois turnos e segue para promulgação a PEC que prorroga a DRU (Desvinculação de Receitas da União) até 2023. A DRU é considerada fundamental para o governo Temer, pois possibilita que a União utilize e remaneje parte de sua arrecadação (30%) livremente.
A inflação medida pelo IPCA-15, índice considerado prévia da inflação oficial, fechou agosto em 0,45%, de acordo com o IBGE. Em julho, o indicador ficou em 0,54%. A desaceleração se deu em função de uma alta menor no preço dos alimentos. Em 12 meses, o IPCA-15 registra alta de 8,95%.
Na Bolsa, o Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira quase estável, a 0,01%, com baixo volume de negócios e o mercado à espera do discurso de Yellen e dos próximos acontecimentos do impeachment. No mercado cambial, o dólar fechou a quinta-feira em leve alta de 0,24%, cotado a R$ 3,23.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
*Dados atualizados até 25/08/2016 as 20h.