Debate entre os candidatos à presidência americana e os destaques da semana
Panorama semanal de 29/9 a 2/10*
O debate entre Donald Trump e Joe Biden nos EUA e a desconfiança a respeito da questão fiscal no Brasil dominaram o noticiário da semana. E a informação, na quinta-feira de noite, de que Trump testou positivo para Covid-19, também gerou forte repercussão. Trump tem 74 anos e faz parte do grupo de risco.
O primeiro dos três debates previstos entre o presidente americano, Donald Trump, e o ex-vice-presidente Joe Biden foi descrito como algo nunca visto em eleições anteriores. Destaque para interrupções, irritação e insultos. Uma das polêmicas ficou por conta do grupo Proud Boys, de supremacistas brancos, que não foi repreendido por Trump. E Biden citou o Brasil, mais especificamente a destruição da Floresta Amazônica. Ele disse que irá propor a arrecadação de US$ 20 bilhões para que o Brasil “pare de devastar”, caso não queira “enfrentar consequências econômicas”.
Antes do debate, o “New York Times” publicou reportagem a respeito do Imposto de Renda de Trump, revelando que o presidente pagou apenas US$ 750 em 2016 e 2017. Trump disse, inicialmente, tratar-se de fake news e, depois, acusou o jornal de ter obtido informações de modo ilegal. Esses e outros episódios têm afastado Trump de sua própria base republicana.
Além das eleições americanas, outro assunto de relevo nos EUA é o pacote de estímulos em reação aos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus. Aumentam as expectativas de aprovação a partir de uma proposta dos democratas de US$ 2,2 trilhões, que permitiria pagar US$ 600 por semana de benefícios a desempregados. A proposta da Casa Branca está em torno de US$ 1,6 trilhão.
No Brasil, as notícias giraram em torno do financiamento do programa Renda Cidadã, com riscos ao teto de gasto ou alta de impostos. Geraram polêmica as propostas de uso de recursos do Fundeb, o fundo para educação, e a de adiamento do pagamento de precatórios. Com isso, além da questão fiscal, a atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, também foi posta em xeque – o que gerou volatilidade nos mercados. Guedes, depois, refutou o uso de precatórios. O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que a palavra final sobre política econômica é do ministro.
O adiamento da Reforma Tributária, com a “nova CPMF”, foi outro fator de ruído na cena política.
Como se não bastasse, por conta das privatizações, Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, trocaram farpas esta semana. Maia chegou a chamar Guedes de “desequilibrado”.
Logo no início da semana, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez mudanças com impacto em áreas de preservação (restingas e manguezais) e descarte de lixo de agrotóxicos. Em decisão liminar, a Justiça Federal derrubou as resoluções. Mas cabe recurso.
Bolsonaro indicou o nome de Kassio Nunes Marques para o STF, para o lugar de Celso de Mello, que vai se aposentar.
Na economia real, destaque para a taxa de desemprego, que ficou em 13,8% no trimestre de maio a julho de 2020. É o mais alto percentual registrado desde 2012, de acordo com o levantamento do IBGE. A produção industrial avançou 3,2% em agosto.
Nos EUA, os indicadores econômicos também deram o tom. Foram criados 661 mil empregos em setembro, ante uma previsão de 800 mil vagas. A taxa de desemprego caiu para 7,9%. Já o PIB do segundo trimestre recuou 31,4%, em termos anualizados, de acordo com o Departamento de Comércio.
No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa registrou alta de 0,93%, para 95.478 pontos, sobretudo devido à decisão do STF sobre a venda de refinarias da Petrobras. O dólar comercial subiu 0,62%, cotado a R$ 5,65.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
- Dados atualizados até às 9h.