Cancelamento do Renda Brasil e os destaques da semana
Panorama Semanal de 14 a 18 de setembro*
Entre as principais notícias da semana, dois assuntos tiveram forte repercussão na imprensa: o cancelamento do Renda Brasil e as decisões de manutenção, no Brasil e nos EUA, das taxas de juros.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, publicou um vídeo criticando a equipe econômica por estar avaliando o congelamento de benefícios e aposentadorias, que perderiam o vínculo com o salário mínimo, para financiar o Renda Brasil. E anunciou o cancelamento do programa, dizendo que “está proibido'” falar em Renda Brasil e que manterá o Bolsa Família.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a ideia polêmica não foi sua e que o cartão vermelho de Bolsonaro não foi pra ele. A proposta foi divulgada por Waldery Rodrigues, da Secretaria Especial da Fazenda.
Seja como for, Bolsonaro autorizou o relator do Orçamento a incluir na proposta orçamentária de 2021 a criação de um programa social com a mesma função do Renda Brasil.
Esta semana, a Polícia Federal intimou o presidente a depor sobre interferências na coorporação. Não se sabe se o depoimento será de forma presencial ou por escrito.
No caso que investiga a suposta prática de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro, a imprensa noticiou o envolvimento de parentes da ex-mulher de Bolsonaro, que, segundo documentos obtidos pelo Ministério Público, teriam sacado valores em espécie.
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 2% ao ano. Segundo o BC, existe a possibilidade de eventuais cortes, mas a taxa não deve subir até que as projeções de inflação convirjam para as metas.
E o Banco Central também divulgou o IBC-Br, indicador considerado uma prévia do PIB. O IBC-Br registrou alta de 2,15% em julho, abaixo da expectativa do mercado.
Entra em vigor nesta sexta-feira a Lei Geral de Proteção de Dados.
Lá fora, destaque para a manutenção dos juros americanos pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). A taxa fica entre 0% e 0,25% ao ano, com o comitê sinalizando que ficará perto de zero até 2023, no mínimo. O presidente do Fed, Jerome Powell, defendeu mais gastos pelo Congresso para apoio a famílias, empresas e governos locais.
A aprovação do pacote de estímulos no Congresso dos EUA pode avançar. O presidente americano, Donald Trump, disse que gostou “dos números maiores” em uma proposta de US$ 1,5 trilhão que um grupo bipartidário apresentou.
Uma notícia positiva foi a aceleração do nível de atividade econômica da China, com a recuperação no consumo e na produção industrial.
No Japão, Yoshihide Suga é o novo primeiro-ministro.
Incêndios, fumaça e questão climática foram tópicos de relevo nas manchetes tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil – aqui, com o fogo destruindo áreas no Pantanal.
Sobre as vacinas contra a Covid-19, a Universidade de Oxford afirmou que os sintomas sentidos por alguns voluntários, e que levaram à suspensão dos testes, não estariam relacionados à vacina. Uma droga experimental, com base em anticorpos, da farmacêutica Eli Lilly, apresentou resultados positivos. E, em uma terceira frente, o medicamento da Moderna também mostrou avanços.
No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa subiu 0,42%, para 100.097 pontos. Já o dólar fechou em leve queda, de 0,17%, cotado a R$ 5,23.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
* Dados atualizados até as 9h30 de 18/9.