O Mercado de Juros em 2014
Durante o ano de 2013, a taxa de juros brasileira subiu bem mais do que o mercado esperava. A Selic começou o ano do seu patamar histórico mais baixo e logo em abril deu início a um novo ciclo de alta, terminando o ano na casa de dois dígitos. As previsões iniciais eram de que não ultrapassaria os 8% ao ano e alguns até acreditavam que se a inflação se comportasse, um novo ciclo de baixa poderia ser iniciado.
Contudo, não foi o que aconteceu. A inflação bateu no teto da meta (6,5%) e chegou até mesmo a ultrapassá-lo por breves momentos. Na tentativa de conter a alta generalizada de preços, o COPOM (Comitê de Política Monetária), já em abril, deu início a um ciclo de alta da Selic. Entre janeiro e dezembro, a taxa básica de juros da nossa economia deu um salto de 2,75 pontos percentuais. Com esta alta, que superou todas as expectativas do mercado, muitos investimentos foram prejudicados.
Mas 2014 deve ser diferente. Investimentos que sofreram com o choque da alta de juros no ano passado já estão precificados para a alta dos juros nos próximos meses, portanto não devem sofrer por isto e podem até surpreender com ganhos maiores.
A taxa básica de juros começou 2014 no patamar de 10% ao ano e os agentes estimam que ela feche o ano próxima dos 11%. Ao contrário do que aconteceu em 2013, quando o mercado não enxergava muitas razões para um ciclo de alta, os sinais de que deve subir este ano são latentes: a) a inflação, apesar de dentro da meta, está alta; b) as contas públicas não vão bem, o que aumenta o risco Brasil e faz com que para captar mais recursos o governo precise emitir títulos que paguem juros mais altos, a fim de atrair investidores.
Apesar dos motivos citados acima serem bastante contundentes e pressionarem uma boa alta nos juros, 2014 é ano de eleição presidencial. O partido em poder busca a reeleição e sabe muito bem que juros altos não agradam o eleitor. Desta forma, os juros vão subir durante o ano, mas não como pede o momento econômico nacional. Como dito acima, acredita-se que a Selic chegue em dezembro próxima dos 11%. Altas além disso devem ficar mesmo para 2015, quando ajustes precisarão ser feitos, ganhe as eleições quem ganhar.
Se unirmos o contexto de alta nos juros com as incertezas que pairam sobre a nossa economia, os investimentos em DI serão boas aplicações. A Selic irá subir e o mesmo acontecerá com o CDI. Isto torna os fundos referenciados DI com taxa de administração inferior a 1,5% aplicações muito interessantes para pessoas com perfil conservador e aplicações de curto prazo. Contudo, os destaques de 2014 devem ser os fundos multimercados. Estes produtos possuem carteiras bastante diversificadas, o que os permite, com posições equilibradas, obterem ganhos com títulos públicos, moedas, commodities e ações. Como não estão restritos a apenas uma classe de ativo, os fundos multimercados têm maior flexibilidade para buscar oportunidades em outros mercados.
Há também alguns fundos multimercados com exposição ao mercado internacional, como o Órama SPX Nimitz e o Órama Gávea Macro, que aplicam até 20% de seu capital no exterior. Como a economia global está se reaquecendo, há boas chances destes fundos alcançarem desempenhos de destaque em 2014. Porém, fundos multimercados embutem risco de variação de curto prazo e é recomendável que não se aplique nestes produtos recursos com horizonte de tempo inferior a três anos.
Se você precisa de ajuda para montar ou revisar uma carteira de investimentos de acordo com as perspectivas para 2014, visite a nossa página de fundos e entre em contato comigo através do canal Fale Com a Sandra, no site da Órama.