Pacote de medidas econômicas é adiado e os destaques da semana
Panorama Semanal de 24 a 28 de agosto*
A semana que está se encerrando teve como destaque no noticiário as indefinições e divergências no governo quanto a programas econômicos. Nos EUA, o foco está na nova política do Fed, o banco central americano, para manter o nível de desemprego baixo e a inflação em torno de 2% ao longo do tempo.
No Brasil, o megapacote de medidas econômicas a ser anunciado no início da semana pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foi adiado. A proposta ao Congresso incluiria o Renda Brasil (no lugar do Bolsa Família e do auxílio emergencial da pandemia), o Pró-Brasil (investimentos em infraestrutura) e o Casa Verde-Amarela (substituto do Minha Casa Minha Vida).
O valor do Renda Brasil e o abono salarial, por exemplo, são dois dos itens que não alcançam consenso dentro do governo. O presidente da República, Jair Bolsonaro, deu prazo até esta sexta-feira para que Guedes apresentasse uma nova versão da proposta.
No campo político, Guedes enfrenta uma resistência no Senado, principalmente após ter afirmado, na semana passada, que a decisão sobre o reajuste dos servidores foi um “crime contra o país”. O ministro não participou do lançamento do Casa Verde e Amarela. Sua ausência e declarações do presidente fizeram crescer rumores de “fritura” do ministro, que estaria se distanciando do presidente Bolsonaro.
Bolsonaro, por sua vez, frequentou as manchetes e as redes sociais após ser perguntado, no domingo, por que sua esposa “recebeu R$ 89 mil do Fabricio Queiroz”. Na ocasião, Bolsonaro disse ao jornalista: “Minha vontade é encher tua boca de porrada”. Em outro evento que gerou polêmica, o presidente se mostrou saudoso de “bons tempos onde menor podia trabalhar”.
No Rio, o STJ afastou do cargo o governador Wilson Witzel, acusado de se beneficiar de desvios.
Na economia, o Brasil registrou alta na taxa de desemprego, para 13,3%, no trimestre encerrado em junho. São 12,8 milhões de pessoas, de acordo com dados do IBGE.
E a divulgação do IPCA-15 pelo IBGE mostrou que a inflação registrou alta de 0,23% em agosto.
O Senado aprovou a vigência da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), e o projeto de lei agora só depende da sanção presidencial para entrar em vigor.
No exterior, surgem preocupações com casos de reinfecção pelo novo coronavírus. Por outro lado, há otimismo com uma nova possibilidade de tratamento, a base de plasma sanguíneo, aprovado pelo FDA.
A calmaria nas relações entre Estados Unidos e China pesou positivamente. Na 2ª-feira, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e o vice primeiro-ministro chinês, Liu He, mantiveram a fase 1 de entendimentos comerciais, fechada em janeiro pelas duas potências.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou que vai renunciar por motivos de saúde.
No pregão desta quinta-feira, sob influência de cenários interno e externo, o Ibovespa oscilou mas fechou estável, em 100.624 pontos. O dólar, que havia subido forte na véspera, encerrou em queda de 0,72%, cotado a R$ 5,57.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 28/8, às 9h.
Bom conteúdo, pena que não demostra imparcialidade, já que claramente defende o governo atual pelo modo que expõe a notícia.