Panorama Semanal 05/10/2015 até 09/10/2015*
O principal fato da semana foi a rejeição unânime, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), das contas de 2014. O governo tentou afastar o relator, mas não foi bem sucedido. Agora, as contas serão analisadas pelo Congresso, que deve votar o assunto apenas no ano que vem. Mesmo assim, a decisão é combustível renovado aos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff – em cujo mandato anterior o TCU identificou as irregularidades conhecidas como “pedaladas fiscais”.
A votação pelo Congresso dos vetos a projetos que elevam o gasto público foi, mais uma vez, adiada, atrasando o processo de implementação do ajuste fiscal, defendido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Levy afirmou que a volta da CPMF terá um papel importante para o crescimento.
Entre as denúncias e investigações no âmbito da Lava Jato, o nome da semana voltou a ser o do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com a notícia de contas na Suíça e o bloqueio de US$ 2,4 milhões naquele país. Cunha afirmou que “não há hipótese” de renunciar. Alguns deputados pedem sua cassação.
Apesar das turbulências políticas, o dólar se manteve em queda, chegou a fechar abaixo de R$ 3,80 graças ao cenário externo. Após dados sobre a atividade nos Estados Unidos e declarações por parte do Fed (o banco central dos Estados Unidos), aumentaram as apostas de alta nos juros americanos só a partir do ano que vem, o que ajuda a segurar a cotação da moeda americana aqui no Brasil.
Outra notícia considerada positiva pelo mercado foi a sinalização pela agência Moody’s de que o Brasil não deve perder o grau de investimento este ano, dando um voto de confiança e tempo ao governo.
A Bovespa, por sua vez, mostrou alguma recuperação, completando oito pregões sucessivos em alta. O Ibovespa foi puxado pelos papéis da Petrobras e por uma crença maior na implementação do ajuste fiscal por parte do mercado. Ajudou um movimento global de otimismo com a recuperação dos preços das commodities.
Embora a presidente Dilma tenha afirmado ver “uma luz no fim do túnel”, os indicadores econômicos estão desfavoráveis. Moody’s e FMI pioraram suas previsões para o PIB. O IPCA de setembro acelerou para 0,54% e acumula alta de 9,49% em 12 meses. E o fracasso do leilão de blocos de petróleo pela ANP complementou o quadro ruim da semana.
Enquanto isso, foi anunciada a TPP (Trans Pacific Partnership), parceria que reúne mais de uma dezena de países, entre os quais Estados Unidos e Japão, para competir com players como a China. Será mais um adversário comercial de peso para as exportações do Brasil.
O Ibovespa fechou a semana com alta de 4,90%. O dólar caiu quase 5% e fechou cotado a R$3,76.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
* Dados atualizados até 09/10/2015 ás 18h35m.