Conflitos entre as Forças Armadas e Gilmar Mendes e os últimos destaques

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BRASIL EM FOCO

O otimismo inicial dos investidores se dissipou ao longo do dia, após a notícia de que devido ao novo surto de Covid-19, a Califórnia estaria fechando mais uma vez bares e restaurantes. O Ibovespa, que acompanhou os índices americanos desacelerou no fim do pregão e virou para o território negativo fechando em queda de 1,33% aos 98.697,10 pontos. No câmbio, o dólar Ptax avançou 0,09%, sendo cotado, na venda, a R$ 5,3486. No mercado de juros futuros, os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2025 avançaram 8 pontos base e eram negociados à taxa de 5,65%

O Relatório Focus do BCB com a expectativa do mercado apontou, ontem, para uma queda um pouco menor do PIB brasileiro para 2020. Na semana anterior, a previsão era de queda de 6,5% para PIB agora esse número está em 6,1%. A projeção de inflação subiu de 1,63% para 1,72%, até o fim do ano. 

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) emitiu um parecer ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações em que se posiciona favoravelmente à abertura do controle de telecomunicações ao capital estrangeiro. Hoje, o Decreto 2617/1998 exige que “a maioria das cotas ou ações com direito a voto pertença a pessoas naturais residentes no Brasil ou a empresas constituídas sob as leis brasileiras e com sede e administração no País”. Essa restrição limita o interesse do investidor estrangeiro gerando um custo a mais para o capital no país.

As tensões entre o Judiciário e as Forças Armadas ganhou mais um capítulo.  O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os chefes das Três Forças — Marinha, Exército e Aeronáutica —  enviaram uma nota de repúdio ao Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta à fala do ministro Gilmar Mendes, de que os militares estariam seassociando a esse genocídio” da pandemia de coronavírus pelo fato do ministro interino da Saúde ser um militar. A primeira resposta dos militares foi mais genérica e esperava-se um pedido de desculpas do Gilmar Mendes, que não ocorreu. Apesar da escalada, é pouco provável que o STF leve o caso adiante e chegue a pressionar para que a Procuradoria-Geral da República entre com uma representação contra Gilmar. O clima entre os poderes estava mais tranquilo nos últimos dias e é prudente deixar os ânimos se acalmarem. Jair Bolsonaro ficou distante e não quis entrar na discussão. Gilmar Mendes é o relator do caso de Flávio no Supremo. (Folha/Correio Braziliense/O Globo)

A discussão sobre a derrubada ou não do veto presidencial à prorrogação da desoneração da folha a 17 setores até o fim de 2021, ainda não tem um desfecho certo. Uma das propostas na mesa, que será apresentada pelo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), é um meio-termo entre o desejo do governo e a pressão dos empresários. A ideia seria prorrogar o benefício fiscal por seis meses, e não um ano como na MP original. O senador explicou que isso evitaria aumentar o custo para esses setores em plena crise e daria mais tempo para que as discussões sobre reforma tributária deslanchem no Congresso. A equipe econômica argumenta que a MP não indica a fonte de recursos para a renúncia de receitas, o que é inconstitucional, e propõe uma mini reforma tributária que, ao invés de beneficiar apenas 17 setores, traria melhorias para a economia como um todo. (O Globo

Itaú e Caixa já atingiram o limite máximo de empréstimos pelo Pronampe. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte  é uma linha de crédito no valor de R$ 15,9 bilhões para financiar capital de giro para microempresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. (Valor)

Segundo o Painel Coronavírus do Ministério da Saúde, o  Brasil ultrapassou os 72,8 mil mortos e 1,88 milhão de casos confirmados.  Se considerarmos a média móvel de 7 dias, o país registrou 1.052 óbitos diários entre 6 a 13 de julho.

OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL

Nos EUA, o mercado também virou ao longo do dia e o S&P 500 recuou 0,94%, aos 3.155,22 pontos, com o surto de coronavírus impondo mudanças nos processos de reabertura econômica.

Os casos de coronavírus nos EUA continuaram a aumentar na segunda-feira, com alguns estados adotando novas medidas para conter a transmissão. A Califórnia decretou uma interrupção imediata das atividades em restaurantes, bares, museus, zoológicos e cinemas. O Oregon proibiu reuniões sociais internas com mais de 10 pessoas. Flórida, que viu novas infecções diárias saltarem no fim de semana, juntou-se ao Arizona, Texas e Michigan que recentemente levantaram novas restrições ao funcionamento de bares. (WSJ)

O desemprego nos EUA trouxe também outra consequência grave em plena pandemia: cerca de 5,4 milhões de americanos perderam o seguro de saúde entre fevereiro e maio. Um estudo realizado pelo Families U.S.A. revelou que a taxa dos americanos que ficaram sem seguro saúde por terem perdido seus empregos foi quase 40% maior do que o recorde anterior, que ocorreu durante a recessão de 2008 e 2009. Nesse período, 3,9 milhões de adultos perderam o seguro. No Texas, um dos estados mais afetados pelo coronavírus, três em cada 10 texanos estão sem seguro saúde. (NYT)

O primeiro-ministro Boris Johnson se reúne hoje com Conselho de Segurança Nacional (NSC) da Grã-Bretanha e deve proibir a Huawei de entrar com a infraestrutura de rede 5G no Reino Unido. Johnson se aproxima assim de Donald Trump e se afasta da China, em um momento em que o país está saindo da União Europeia e precisa estabelecer parcerias comerciais e diplomáticas de forma independente. O argumento britânico é que as novas sanções dos EUA à China afetam a capacidade da Huawei de permanecer um fornecedor confiável.  (Reuters)

A China anunciou que iria impor sanções à Lockheed Martin, depois que os EUA aprovaram um possível acordo de US$ 620 milhões para Taiwan comprar peças para reformar mísseis defensivos feitos pela empresa. (Bloomberg)

No mundo, o número de casos ultrapassou os 13,11 milhões, com mais 573 mil óbitos por coronavírus. (Johns Hopkins)

Nesta manhã, as bolsas asiáticas fecharam queda e na Europa os índices também operam no negativo com o receio de que as medidas mais restritivas que sendo adotadas novamente possam atrasar a recuperação econômica. Os futuros nos EUA, por outro lado, após o recuo de ontem, apontam para uma alta na abertura. O preço do petróleo cai 1%. 

RESUMO DOS MERCADOS

Dia Semana Mês Ano
DI Jan 2025 5,65% 8 bps 8 bps -3 bps -80 bps
Dólar PTAX (R$) 5,3486 0,09% 0,09% -2,33% 32,70%
Ibovespa (pts) 98.697,10 -1,33% -1,33% 3,83% -14,66%
S&P 500 (pts) 3.155,22 -0,94% -0,94% 1,77% -2,34%
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