Economista avalia que recuperação brasileira deve ser mais lenta que a de outros países emergentes
Em live no perfil da Órama no Instagram, Bernard Tamler, da GAP Asset, indica que dívida pública deve alcançar 90% do PIB no final do ano.
Com uma economia que ainda caminhava para retomar o crescimento e um cenário político com conflitos e notícias negativas diárias, o Brasil deve ter uma recuperação no pós-pandemia mais lenta que a de outros países emergentes, como Rússia, Índia e México, segundo avaliação do economista da GAP Asset, Bernard Tamler, em entrevista à estrategista chefe da Órama, Sandra Blanco.
Segundo Tamler, a expectativa dos economistas é que, devido à elevação dos gastos com todas as medidas na pandemia, a dívida pública brasileira alcance 90% do PIB. “A nossa relação dívida/PIB já é mais alta que as registradas em México, Rússia e Índia, e muito mais alta que a do Chile. E ainda temos muito menos espaço que os Estados Unidos, por exemplo, para balancear este momento de crise”, aponta.
Ele lembra que a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o PIB brasileiro foi revista, apontando queda de 5,3% neste ano, com retomada de 2,9% para 2021. Se essa projeção se concretizar, ao final do próximo ano, o PIB do Brasil ainda não terá atingido o nível observado no início de 2020, no pré-pandemia.
“Infelizmente, nossa projeção é que o PIB caia mais do que 5,3%. E a retomada em 2021 ainda não será suficiente para voltarmos aos níveis que vigoravam neste ano. As projeções ainda são muito incertas, já que não sabemos até quando vai durar a quarentena. Enquanto há cidades relaxando, temos outras aumentando o isolamento porque o número de casos segue aumentando”, diz.
Para o economista, uma das questões preocupantes é se o Brasil e os outros países emergentes conseguirão retornar ao patamar de gastos pré-pandemia, para consolidar a recuperação da economia em 2021. “Assim que as coisas começarem a voltar ao normal, será fundamental retomar os debates sobre as reformas administrativa e tributária”, completa.
Tamler comenta que o time da GAP Asset vem acompanhando com atenção os países da Ásia e da Oceania, que já se encontram em um momento posterior ao que o Brasil enfrenta atualmente. Ele aponta que a China apresenta entre 85% a 90% de sua normalidade econômica retomada — obviamente, com os setores de serviços, hotéis, transportes e viagens aéreas ainda bastante afetados.
Já Singapura, segundo o economista, relaxou com as medidas de quarentena em fevereiro e viu os casos de Covid-19 aumentarem novamente em abril.
“Na economia, o segundo trimestre será o pior período. O ruído político é ruim e, certamente, prejudicou a recuperação dos ativos. Não à toa, a Bolsa brasileira caiu mais e subiu menos que a americana. Depois de junho, imagino que já veremos um crescimento. Entretanto, somente em 2021 a economia voltará a ganhar velocidade”, avalia.
Oportunidades e reserva
Perguntado sobre o desempenho do GAP Absoluto, disponível na plataforma da Órama, Tamler destaca que o Fundo Multimercado teve números positivos em março e abril, em meio à queda recorde da Bolsa.
“A principal razão foi a taxa de juros, mesmo com aumento de incertezas. É uma posição que diminuímos bastante. E também as posições em Bolsa, mesmo que não tenha tido uma performance pujante”, responde.
O GAP Absoluto é classificado como Fundo Multimercado Macro, que investe nos mercados de juros, câmbio e Bolsa, com base em análise macroeconômica e fundamentalista, podendo utilizar Derivativos para alavancar os resultados. Atua tanto no mercado doméstico como no internacional.
Respondendo a um espectador da live sobre reserva de emergência, Tamler voltou a falar sobre a cautela nas projeções e seu impacto para os investidores.
“Para o investidor, diversificação é a melhor opção. Não diminua sua reserva de emergência e tenha sempre outras posições, porque nunca sabemos o que pode acontecer. Esta crise nos dá uma lição de humildade, porque a velocidade da queda é algo que nunca tínhamos visto, só comparável ao ocorrido em 1929. A diversificação é o que mostra resultado no longo prazo”, finaliza.
O perfil da Órama no Instagram segue com a programação de lives diárias protagonizadas por convidados e especialistas da plataforma, que fazem análises sobre o mercado e dão orientações aos espectadores — todas as transmissões ao vivo ficam disponíveis no IGTV do perfil. Já o blog da Órama disponibiliza um curso completo de educação financeira para os novos investidores, além de publicações diárias.
Programação | Órama Investimentos
Live no YouTube
Quarta-feira (13/05)
20h – Depois da Pandemia: a primeira de uma série de lives sobre o futuro pós-Covid-19. O head comercial da Órama Hugo DanielAzevedo recebe Ana Paula Pontes, da Revista Crescer, para falar sobre os impactos e a reinvenção da educação infantil após a pandemia.
Lives no Instagram
Quarta-feira (13/05)
18h30 – Bate-papo com Gestor: como defender os ganhos em Fundos de Ações. Com a estrategista chefe da Órama, Sandra Blanco, e o convidado Fernando Pina, da Lis Capital.
Quinta-feira (14/05)
12h – Hora do Trader: Nato Souza, da Equipe Gold Traders da Órama, recebe Sérgio Ferro, engenheiro, economista, matemático e estatístico. Uma conversa sobre como operações de Long & Short podem ajudar em períodos de incertezas.
18h30 – Bate-papo com Gestor: desafios e oportunidades nos investimentos no cenário de crise. Com Sandra Blanco e o convidado Carlos Eduardo Eichhorn, da Mapfre Investimentos.
Sexta-feira (15/05)
18h30 – Por que alguns investimentos em Renda Fixa caíram nesta crise? Dessa vez, na visão do economista da Órama Alexandre Espírito Santo, que estará com Hugo Azevedo para responder às suas dúvidas.
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