A crise da pandemia no Brasil e os destaques da semana
Panorama Semanal de 27 de abril a 1º de maio*
A última semana do mês de abril se encerra com o Brasil figurando como um dos países mais críticos em relação ao avanço da epidemia de coronavírus. Questionado pela imprensa em relação ao crescente número de mortos no país, o presidente Jair Bolsonaro disse: “E daí?”. O Brasil já tem mais óbitos e infectados do que a China. Este foi um dos destaques da semana no noticiário.
Devido à situação de contágio, alguns estados podem ampliar medidas mais restritivas de isolamento.
Politicamente, são muitas as divergências e as polêmicas. No início da semana, ao afirmar que o ministro Paulo Guedes está efetivamente no comando da economia, Bolsonaro passou a mensagem de estabilidade e acalmou agentes do mercado.
Em outra frente, porém, os mares seguem revoltos. A indicação de Alexandre Ramagem – amigo da família Bolsonaro – para o comando da PF foi proibida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Após a AGU informar que não tentaria anular a decisão de Moraes, Bolsonarou elevou o tom (“quem manda sou eu”) e disse que recorreria. No fim da quinta-feira, pediu que Moraes e outro ministros reavaliassem a decisão.
Para o Ministério da Justiça, após a saída de Sérgio Moro na última semana, Bolsonaro nomeou André Mendonça, ex-advogado geral da União.
O ministro do STF Celso de Mello autorizou a abertura de investigação contra Bolsonaro, com base nas acusações, feitas por Moro, de interferência política na PF.
A relutância de Bolsonaro em tornar público seu teste para Covid-19 foi outro assunto polêmico nos jornais.
O IPCA-15 registrou leve deflação, de 0,01% em meio à pandemia.
No exterior, Trump aventou a possibilidade de suspender voos do Brasil devido à Covid-19, mas depois a Casa Branca informou que descarta a medida, por ora.
O PIB dos EUA recuou 4,8% no 1º trimestre deste ano, na pior queda desde 2009. O Fed (Federal Reserve, banco central americano), mantendo a taxa de juro do país perto de zero, afirmou que usará as ferramentas disponíveis para ajudar na recuperação econômica. Jerome Powell, presidente do Fed, ressaltou a importância dos estímulos fiscais.
Apesar dos recentes estímulos, o número semanal de pedidos de auxílio-desemprego ainda é alto nos EUA: 3,8 milhões.
A notícia de que o medicamento Remdesivir resulta em alguns benefícios a infectados pelo coronavírus foi recebida com otimismo. O FDA estuda aprovar o medicamento.
Alguns estados americanos começam agora em maio a afrouxar medidas restritivas.
Na Europa, apesar dos resultados ruins do PIB trimestral de países como França e Espanha, a divulgação de planos de relaxamento gradual em alguns países deu ânimo a indicadores financeiros nos últimos dias.
O “sumiço” do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, continua sem resposta.
Apesar de altas no início da semana, no pregão desta quinta-feira o Ibovespa recuou 3,2%, para 80.505,89 pontos. O dólar subiu 1,52%, cotado a R$ 5,43.
Obrigada, bom feriado, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 1/5, às 8h30.