No pós-pandemia, Bolsa em patamares baixos pode atrair mais investimentos internacionais
Alexandre Espirito Santo, economista da Órama, e Hugo Azevedo, head comercial da plataforma de investimentos, analisam recuperação do mercado financeiro e indicam oportunidades para os investidores.
Para Alexandre Espirito Santo, economista da Órama, pode ser benéfico para a economia brasileira que o mercado financeiro, em especial a Bolsa, não retorne aos patamares altos de janeiro deste ano. É um cenário que pode atrair investidores estrangeiros e possibilitar a retomada da entrada de recursos internacionais no país.
O especialista conversou com o head comercial da Órama, Hugo Azevedo, em live no perfil da plataforma no Instagram e respondeu a questões dos seguidores. A Órama está apresentando uma programação especial de conteúdos que analisam os impactos do novo coronavírus na economia, com transmissões, debates, textos e discussões diárias.
Azevedo e Espirito Santo lembraram que o Ibovespa atingiu seu patamar máximo, de 120 mil pontos, em 23 de janeiro. Exatamente dois meses depois, com a guerra do preço do petróleo e as primeiras confirmações de Covid-19 no Brasil, a Bolsa enfrentou seu “maximum drawdown”, a maior queda retilínea, chegando aos 62 mil pontos. Em dois meses, uma baixa de quase 50%.
“Hoje (sexta-feira 17/04), a Bolsa fechou em 79 mil pontos. Isso significa 25% de alta em menos de um mês. É muita alta, porque provavelmente o mercado entregou muito naquelas semanas. Tem empresas sólidas, de setores que vão continuar entregando, que estavam com Ações a preços irreais, abaixo do seu valor patrimonial. Por isso, ainda teremos muitas oportunidades como investidores na Bolsa”, explica o economista.
Azevedo recorda que houve Ações que perderam 84% de valor com a queda de março. No Ibovespa, 38 papéis caíram mais de 50%. “Nos parâmetros Price/Earning (Preço/Lucro ou P/L), olhando as perspectivas futuras, são muito menores do que as observadas com a Bolsa a 120 mil pontos. Isolamento, redução da atividade econômica, diminuição das vendas e das exportações… As empresas terão queda de lucro, então a relação Price/Earning não volta a ficar muito cara?”, questiona.
Na opinião de Espirito Santo, quando o mercado voltar à faixa de 80 mil pontos, será um bom momento para avaliar os próximos movimentos e visualizar as estratégias para o fim do lockdown ocasionado pela pandemia. Ele lembra que o mercado trabalhava com P/L na faixa de 14 anos e média do Ibovespa em 11,5. Com a queda histórica, o índice chegou a 7.
Em um cenário de recessão, nas previsões de PIB com queda de 2%, ou de até 5%, conforme indicado pelo Banco Mundial, segundo o economista, as empresas obviamente enfrentarão dificuldade em performar e entregar o lucro prometido. “Porém, se o P/L ficar entre 8 e 10, é um índice razoável para a economia brasileira. Quando as nuvens carregadas se dissiparem, dependendo do novo cenário global, o Brasil poderá se favorecer”, diz.
Para ele, como a corrente de comércio brasileira é relativamente pequena, isso pode ser uma vantagem em relação aos mercados concorrentes, que se abriram mais nos últimos 20 anos. “Os investidores internacionais poderão nos ver com melhores olhos, desde que coloquemos nos trilhos a nossa governança fiscal. Um cenário com P/L de 8 a 10 é convidativo, tendo em vista que o mercado financeiro internacional vai ficar ainda mais seletivo, com juros baixos ou zerados em quase todos os países”, explica.
Oportunidades para investir em Ações
Para os investidores em Bolsa aproveitarem o momento de baixa, os dois especialistas recomendam buscar papéis de empresas consolidadas e boas pagadoras de dividendos. Azevedo frisa que, devido à pandemia e à futura recessão esperada, poucas companhias deverão apresentar crescimento orgânico. O foco, então, volta-se a empresas com valor intrínseco abaixo do real neste momento.
“As teorias de finanças dizem que o investidor deve ter 35 Ações diferentes para compor uma carteira diversificada. Eu conheço vários investidores que ganharam muito dinheiro com seis a 12 papéis no portfólio. O recomendado é escolher boas empresas de três a cinco setores diferentes e estudá-los bem”, instrui o head comercial da Órama.
Para quem não tem experiência em operar na Bolsa, Espirito Santo aponta como boa alternativa a seleção de um Fundo de Ações para promover a diversificação do portfólio. Nos Fundos de Investimentos, os gestores atuam diariamente em busca de oportunidades e de maior rentabilidade, dentro do risco acordado com os cotistas.
A Órama tem um portfólio com mais de 450 Fundos de Investimentos para perfis conservadores, moderados ou arrojados. Tanto a abertura quanto a manutenção de conta na plataforma são gratuitas.
O nosso blog disponibiliza um curso completo de educação financeira para os novos investidores. No perfil do Instagram, a programação de lives diárias continua, com análises e orientações sobre o mercado financeiro feitas por convidados e especialistas da plataforma.
Programação da semana
Instagram @oramainvestimentos
Sexta-feira (24/04)
18h30 – Live com Hugo Azevedo e Alexandre Espirito Santo, economista da Órama: uma discussão com visão econômica dos últimos acontecimentos do mercado imobiliário.
Segunda a sexta-feira:
10h – “Panorama Diário”: as principais notícias do Brasil e do mundo.
“Saúde Mental e Investimentos”: podcast com o psicólogo financeiro Celso Sant’ Ana.