Forte queda do petróleo e os últimos destaques
BRASIL EM FOCO
A tensão generalizada em relação aos efeitos econômicos do surto de coronavírus contribuiu para que o Ibovespa entrasse em queda livre de 4,14% fechando aos 97.996 pontos, na semana o índice recuou 8,09%. Após mais um leilão de swaps do Banco Central, com 40 mil contratos, o dólar comercial chegou a recuar, mas o Dólar PTAX se valorizou 0,55% cotado a R$ 4,6459, subindo nos últimos cinco pregões 3,27%. Os contratos de DI para janeiro de 2025 ficaram de lado, negociados a 6,02%.
Joice Hasselmann, que assumiu a liderança do PSL na Câmara, substituindo Eduado Bolsonaro, retirou cinco bolsonaristas de cargos de vice-liderança na Casa. A decisão de Rodrigo Maia permite suspender a participação de deputados que atuaram na formação do Aliança pelo Brasil dos cargos de liderança ou vice-liderança representando o PSL. (Poder 360)
OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL
A semana que foi marcada pela escalada da tensão sobre o coronavírus, corte surpresa do juros do Fed e indecisão sobre a produção de petróleo, fez com que o S&P 500 recuasse 1,71% na sexta, a 2.972,37 pontos, mas acumulou leve ganho de 0,61% nos últimos 5 dias.
Os futuros do petróleo despencaram, depois que a reunião da Organização dos Países Produtores de Petróleo e seus aliados (Opep+) terminou não apenas sem um acordo para ampliar os cortes, como também sem consenso para a extensão dos cortes existentes. Os preços do Brent para maio encerraram o dia em queda de 9,44%, negociados a US$ 45,27 o barril na ICE, em Londres. Foi a maior queda diária da referência global desde outubro de 2008. Os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI), a referência americana, para abril terminaram o dia em queda de 10,06%, a US$ 41,28 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), o que configura o maior recuo diário desde março de 2009. (Valor)
Foram criados 273.000 novos postos de trabalho nos EUA em fevereiro, quase 100.000 a mais que o esperado pelo mercado. Mesmo com esse número robusto, os investidores americanos estão absortos na crise do coronavírus e dados que refletem um momento pré-surto, têm pouco impacto. (Bloomberg)
Segundo a OMS taxa de letalidade do novo coronavírus essa semana foi atualizada para 3,4%. Especialistas, contudo, estão ponderando os dados estatisticamente. São considerados apenas os casos confirmados e como a doença possui sintomas leves, podendo ser assintomática e os próprios países estão estabelecendo critérios para a realização dos testes, o número de contaminados é muito provavelmente maior. Os EUA, por exemplo, só realizaram 3.000 testes. Com mais testes sendo realizados e mais pessoas confirmadas com Covid-19 o denominador aumenta, e esse percentual tende a cair. Um indício que corrobora com a hipótese de que essa taxa é menor é o caso do cruzeiro Diamond Princess em que todos os passageiros e funcionários foram colocados em quarentena e seguidos de perto. Mais de 707 pessoas no navio pegaram o vírus, com seis mortes, ou seja, a taxa de letalidade nesse ambiente controlado foi de cerca de 0,8%. (Bloomberg)
Semana abrindo com forte queda do petróleo, com a escalada na guerra de preços entre Arábia Saudita e a Rússia. A desvalorização chegou a 30%, a maior queda desde a Guerra do Golfo, em 1991. No momento, a queda é de 22%, com o WTI cotado a US$ 31,90 e o Brent a US$ 35,24.
Na Ásia, os índices das bolsas registraram quedas de mais de 5%. Na Europa, caem 6%. Os futuros de S&P 500 caíram mais de 5% e já ativaram o circuit breaker, implantado para limitar movimentos acentuados, enquanto os mercados monetários estão fechados.
Ao que tudo indica, teremos uma semana de altíssima volatilidade, com o coronavírus e o preço do petróleo como os protagonistas.
RESUMO DOS MERCADOS
Dólar PTAX | R$ 4,6459 | + 0,55% |
DI Fut Jan/25 | 6,02% | — |
Ibovespa | 97.996,77 pts | – 4,14% |
S&P 500 | 2.972,37 pts | – 1,71% |