Reforma da Previdência no Senado e os destaques da semana
Panorama Semanal de 2 a 6 de setembro*
O avanço da Reforma da Previdência no Senado foi uma das principais notícias da semana, que também teve um alívio nas tensões do cenário global.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o texto principal da PEC da Previdência e apenas um dos destaques propostos (o da pensão por morte). O texto segue agora para o plenário da Casa, com votação em dois turnos. Ao mesmo tempo, será discutida a chamada PEC paralela, com pontos como a inclusão de estados e municípios na Reforma da Previdência.
Outra questão importante para as contas públicas que gerou repercussão foi uma possível flexibilização do teto dos gastos, sugerida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que depois recuou pelo Twitter.
Um dado econômico negativo foi o da produção industrial brasileira de julho, que registrou queda pelo terceiro mês seguido: 0,3%. No ano, o recuo chega a 1,7%.
Ainda na seara econômica, por outro lado, a possível redução dos depósitos compulsórios pelo Banco Central gerou reações otimistas, já que o crédito pode dar impulso à recuperação da economia.
Na esfera legislativa criminal, o projeto sobre abuso de autoridade foi sancionado pelo presidente Bolsonaro, que vetou diversos artigos, seguindo sugestões do ministro da Justiça, Sérgio Moro. O texto ainda volta ao Congresso.
Sem que seu nome contasse na lista tríplice, o subprocurador Augusto Aras foi o indicado por Bolsonaro para ocupar o cargo de procurador-geral da República. Aras será ainda sabatinado no Senado, que validará ou não a indicação.
Ainda à frente da Procuradoria Geral da República, Raquel Dodge enfrentou esta semana um pedido de demissão coletiva por parte de procuradores que integram o grupo da Lava-Jato no órgão, em protesto contra uma manifestação sua no STF.
Bolsonaro, que será submetido a uma operação no domingo, disse que quer se recuperar a tempo de comparecer à ONU, “nem que seja em cadeira de rodas”, para debater sobre a Amazônia, no dia 22. Em meio às polêmicas internacionais referentes à Amazônia, a 2ª maior varejista de moda do mundo, H&M, suspendeu a importação de couro do Brasil.
Outro assunto que tomou as redes sociais foi a declaração de Bolsonaro a respeito do pai de Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para Direitos Humanos. Alberto Bachelet foi assassinado durante a ditadura de Pinochet no Chile. Entre as reações, o próprio presidente chileno, Sebastián Piñera, repudiou a declaração.
Lá fora, destaque para Brexit, Argentina, Hong Kong, além do tom mais ameno na guerra comercial entre EUA e China – que têm conversas agendadas para o próximo mês – e de dados melhores sobre a economia dos dois países. A destruição causada pelo furacão Dorian também repercute.
Na Grã-Bretanha, o primeiro ministro Boris Johnson sofreu reveses, com a decisão do Parlamento de evitar o Brexit sem acordo. No mais, os parlamentares rejeitaram antecipar as eleições.
No mais recente capítulo da crise argentina, foi instituído o controle de capitais, com limite à compra de dólares para conter a desvalorização do peso.
Para por fim à onda de protestos em Hong Kong, a governadora, Carrie Lam, anunciou a retirada total do projeto de lei que prevê extradições para a China continental.
Na China, dados mais positivos sobre o setor de serviços animaram os investidores, bem como os dados de emprego nos EUA.
Após a retirada recorde de recursos estrangeiros da Bolsa em agosto, a primeira semana de setembro mostrou alguma recuperação, na esteira de uma retomada otimista no mundo. No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa teve alta de 1,04%, a 102.243 pontos. O dólar subiu 0,11%, cotado a R$ 4,10.
Neste sábado, por ocasião do feriado da Independência, estão previstos protestos contra o governo.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 6/9, às 9h30.