Vídeo obsceno, tensão na economia global, dólar recorde e os destaques da semana
Panorama Semanal de 4 a 8 de março*
Na semana do carnaval, o dólar se manteve pressionado no maior patamar do ano, com pontos de tensão no noticiário político e econômico. Um desses pontos foi a polêmica do vídeo obsceno postado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Com repercussão internacional, o vídeo obsceno causou forte debate na sociedade, assim como o discurso de Bolsonaro em evento da Marinha, quando ele afirmou que “democracia e liberdade só existem quando as Forças Armadas querem”. Em live do presidente no Facebook, militares disseram que a frase foi mal interpretada.
Independentemente do teor das mensagens, a leitura de investidores é que esses tipos de polêmicas podem enfraquecer politicamente o presidente, gerando incertezas quanto à capacidade de aprovação da Reforma da Previdência. O caso dos “laranjas” do PSL também causa questionamentos, com acusações envolvendo o ministro do Turismo.
No fim de semana, a Vale anunciou o afastamento de Fabio Schvartsman da presidência, assumida interinamente por Eduardo Bartolomeo. A troca se deu em função do acidente de Brumadinho. As ações da Vale subiram após a substituição.
No exterior, expectativas quanto ao menor crescimento na Europa e quanto à guerra comercial entre EUA e China intensificaram o mau humor na economia global, bem como a desaceleração do PIB chinês.
O presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, disse que o PIB da zona do euro está “potencialmente desacelerado”, ampliando política de juros baixos e empréstimos a bancos. Nos EUA, também há incertezas sobre a política de alta dos juros, com interpretações de arrefecimento da atividade econômica americana.
Na questão EUA-China, o presidente Donald Trump afirmou que pode rejeitar um acordo caso não o considere ideal. Os dois países tentam uma solução para evitar a sobretaxa imposta a produtos chineses.
A guerra comercial travada com os EUA é um dos motivos para o menor crescimento da economia chinesa, bem como a demanda interna mais fraca. O objetivo para este ano é de um crescimento entre 6% e 6,5%, abaixo dos 6,6% em 2018. Cortes de impostos e de gastos em infraestrutura foram anunciados.
Na Venezuela, a crise se intensificou e um apagão tomou conta do país. A fronteira com o Brasil se mantém fechada, e Nicolas Maduro tem sido alvo de críticas da comunidade internacional, com possíveis sanções, inclusive do Brasil.
Outro fato de destaque na imprensa internacional foi a saída da prisão, mediante fiança milionária, do brasileiro Carlos Ghosn, ex-executivo da Nissan.
Com as tensões no mercado externo e a Reforma da Previdência em foco, o Ibovespa, volátil, fechou em ligeira alta de 0,13%, aos 94.340 pontos, no pregão desta quinta-feira. Já o dólar, pressionado, subiu para o maior patamar do ano, cotado a R$ 3,88, com valorização de 1,30%.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 8/3, às 9h.