E-commerce: história, crescimento e problemas
Você saberia me dizer o que é e como funciona o e-commerce? Bom, para os leigos, o e-commerce é simplesmente um tipo de comércio que é realizado inteiramente por meios eletrônicos, ou seja, compras online. Nesse mercado, há sites de compras coletivas, marketplaces, sites de leilões, entre outros. Deste modo, as empresas podem fazer suas vendas diretamente para o consumidor final ou para outras empresas, respectivamente os chamados B2C e B2B (Business to Consumer e Business to Business). Há benefícios para ambos os lados. Para as empresas, os custos são menores, a visibilidade dos produtos é maior, a diversificação do público é grande. Para os consumidores, há o conforto e a possibilidade de compra de 24 horas por dia, sem precisar sair de casa para fazer compras.
Para aprofundar um pouco a análise, vamos voltar no tempo e visualizar o e-commerce desde sua criação. O primeiro “sinal” de e-commerce aconteceu no fim dos anos 70, mais precisamente em 1979, quando o inventor britânico Michael Aldrich usou uma linha telefônica e um televisor para criar o primeiro sistema online de compras. Conforme a tecnologia foi se desenvolvendo, mais ideias de vendas virtuais foram sendo criadas.
No Brasil, os primeiros passos foram dados, em 1995, pela Magazine Luiza, que hoje possui um dos maiores “market share” do setor de e-commerce brasileiro. A partir dali, e principalmente nos anos 2000, diversas empresas de varejo migraram para plataformas online de vendas, o que ficou conhecido como êxodo digital. Paralelamente, houve o crescimento e o desenvolvimento da internet na vida social dos brasileiros, o que impulsionou o comércio digital, que até hoje registra margens altas de crescimento.
O marketplace foi também crescendo bastante a partir dos anos 2000. Funciona da seguinte maneira: o cliente faz a sua compra no marketplace, depois o sistema faz a divisão de custos para o consumidor, e o facilitador de pagamentos (uma plataforma de payments, por exemplo) concretiza a venda, enviando a comissão do lojista, para, finalmente, o lojista enviar a confirmação do pedido ao consumidor.
As plataformas de vendas online desenvolveram dois principais tipos de negociações: C2C e B2C. O primeiro é quando o comércio é feito entre dois consumidores, e o segundo é a venda direta de produtos de uma empresa para o consumidor. Desse modo, o Mercado Livre se tornou a maior empresa intermediadora das transações online brasileiras C2C. Por outro lado, nas transações do tipo B2C, as empresas Magazine Luiza, B2W e Via Varejo lideram o setor, tendo lucros, market share e vendas cada vez mais substanciais ao longo dos anos, com diversas previsões de aumento até, pelo menos, 2025.
Todavia, um dos maiores inimigos nesse tipo de comércio é a logística. A entrega de produtos, na maioria das vezes, é feita pelos Correios, empresa estatal brasileira que, de
2012 a 2016, obteve grandes prejuízos. A empresa, às vezes, realiza um mau serviço de entregas, sem falar nas greves, o que, para as empresas online, vira um desespero.
Outro ponto considerado problemático é que a maioria dos brasileiros ainda paga suas compras por boletos bancários, não utilizando as plataformas de payments dos sites de vendas, gerando mau funcionamento das transações financeiras virtuais.
João Guilherme Lisboa
Diretor administrativo do CEMEC, empresa júnior vinculada ao IBMEC, que tem como proposta principal realizar estudos e pesquisas sobre o mercado financeiro.