Panorama Semanal de 24 a 28 de abril
O andamento das reformas e a greve geral deram o tom tenso da semana. A Reforma Trabalhista foi o destaque, mas avançaram também o projeto que acaba com o foro privilegiado e a lei de abuso de autoridade. Já a Reforma da Previdência teve seu cronograma adiado.
O texto da Reforma Trabalhista, que altera a CLT e diz que acordos coletivos prevalecem sobre a lei, retirando poder dos sindicatos, foi aprovado na comissão especial da Câmara e gerou polêmica.
No Senado, passou o projeto que acaba com o foro privilegiado, mantido apenas para os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do STF. O texto, agora, será votado em segundo turno e depois segue para a Câmara.
Ainda no Senado, foi aprovada a lei de abuso de autoridade, mas sem o artigo polêmico do texto original, que, segundo juízes e o Ministério Público, ameaçaria a independência do Judiciário.
E em decisão, polêmica o STF permitiu que servidores com dois cargos ganhem salário total acima do teto permitido.
A votação da Reforma da Previdência na comissão especial da Câmara foi adiada do próximo dia 2 para o dia 3 de maio. Segundo o Ministério da Fazenda, as mudanças incorporadas pelo relator no projeto, como o recuo na idade de transição, por exemplo, vão reduzir a economia esperada nos cofres públicos em R$ 189 bilhões ao longo de 10 anos.
Com o avanço das reformas, houve insatisfação de parte da população e adesão de mais de 30 categorias à greve geral na maioria dos estados do país. Na sexta-feira, havia mobilizações em alguns pontos das grandes capitais, com transtornos, sobretudo, na malha de transportes.
As contas públicas referentes ao governo central registraram déficit de R$ 11 bilhões em março, o pior resultado da série desse indicador. O valor é 40% pior que o de março de 2016. No primeiro trimestre, o déficit é de R$ 18 bilhões.
O IGP-M ficou negativo em 1,10% em abril, um recorde deflacionário desde o início do índice, calculado pela Fundação Getulio Vargas.
O desemprego, por sua vez, atingiu patamar recorde em março, segundo o IBGE: 13,7%. São 14,2 milhões de pessoas sem emprego.
Na França, vão disputar o segundo das eleições Emmanuel Macron e Marine Le Pen.
No pregão desta quinta-feira, o dólar fechou na maior alta em cerca de dois meses, perto de R$ 3,20. Já o Ibovespa registrou desvalorização de 0,29%, com queda das commodities afetando os papéis de Vale e Petrobras e cautela dos investidores devido ao rumo das reformas no país.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 28/4, às 10h.