Panorama Semanal de 22 a 26 de maio
O país vive as consequências do quadro político tenso, com a delação premiada de Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, no âmbito da Lava Jato. Manifestantes saíram às ruas em vários estados, exigindo a renúncia do presidente Michel Temer e eleições diretas. No Rio e no DF, houve protestos violentos.
O presidente continua afirmando que permanecerá no cargo e chegou a pedir ao STF a suspensão do inquérito que o investiga, com a constatação de que o áudio vazado, da conversa com Joesley, foi editado. A JBS afirma não haver qualquer tipo de alteração.
Politicamente, Temer vem perdendo força e apoio da base aliada. Ministros pediram demissão ao longo da semana, e foram requeridos oito pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados.
Em paralelo, o julgamento no TSE, que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, marcado para o dia 6 de junho, poderá ser influenciado pela crise.
Em protesto contra o governo, em Brasília, manifestantes atearam fogo nos prédios dos ministérios da Agricultura, do Planejamento e da Cultura. Houve confronto com a polícia e um dos manifestantes foi baleado por um policial. O presidente assinou decreto para que as Forças Armadas garantissem a segurança na cidade, mas, após críticas, revogou.
No Rio de Janeiro, também houve manifestação com atos violentos em dia de votação sobre aumento da contribuição previdenciária na Alerj. O grupo exigia ainda a saída do presidente da República e do governador do estado, Luiz Fernando Pezão.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) segue investigando a JBS por supostas irregularidades, como o uso de informações privilegiadas em negociações de dólar futuro e ações. E, no acordo de leniência com a procuradoria, ainda não houve concordância sobre o valor da multa a ser paga pela empresa.
O deputado afastado Rocha Loures devolveu a mala com dinheiro que a JBS lhe deu. A mala, no entanto, continha menos (R$ 465 mil) que o valor informado. No dia seguinte, ele depositou os R$ 35 mil restantes.
E o juiz Sério Moro absolveu a mulher de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, por crimes de lavagem e evasão de recursos.
No exterior, o terror tomou conta de Manchester, após uma bomba explodir durante show da cantora pop Ariana Grande, matando 22 pessoas e deixando mais de 50 feridos. O atentado ampliou a onda terrorista contra alvos civis na Europa.
Em viagem ao exterior, o presidente americano, Donald Trump, reuniu-se com líderes árabes e cobrou compromisso no combate ao terrorismo. Trump também se encontrou com o Papa, no Vaticano.
Na economia, as contas públicas registraram superávit de R$ 12,9 bilhões. A boa notícia, no entanto, foi ofuscada pelo quadro de incerteza política, com dúvidas sobre o andamento das reformas.
Nos mercados, por causa da turbulência política, persiste a cautela em ambiente volátil, mas sem o pânico observado na semana passada. No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa fechou estável. O dólar avançou 0,12%, cotado a R$ 3,283.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 26/5, às 10h.
O mercado, me parece, que está andando de lado essa semana. Ou o volume das negociações está baixo demais ou os investidores estão tão apreensivos que não sabem ao certo qual rumo as coisas vão andar.