Panorama Semanal – 2 a 6 de maio
Em decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal afastou na quinta-feira, por unanimidade, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Assim, está suspenso seu mandato de deputado federal e, por tabela, a presidência da Câmara. Esta foi, sem dúvida, a notícia de maior repercussão de uma semana que começou com o aumento do IOF do dólar em espécie.
Cunha, investigado pela Lava-Jato, também responde a um processo no Conselho de Ética da Câmara, que pode resultar na cassação de seu mandato. Ele disse que recorrerá da decisão do STF.
Na Comissão Especial do Senado, o governo usou a suspensão de Cunha para alegar que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi um ato de vingança, portanto injustificável. Na quarta-feira, o relator havia lido parecer favorável ao impeachment de Dilma, e o documento será votado nesta sexta-feira pela comissão. Indo adiante, a votação no plenário do Senado começa no próximo dia 11, mas pode se estender até o dia 13.
Outro fato de impacto foi a apresentação de denúncia no STF contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Além disso, Janot incluiu o nome da presidente Dilma na lista de pedidos de investigação.
Em paralelo, o vice-presidente, Michel Temer, segue com as costuras políticas para a formação de um possível novo governo, com um ministério de “notáveis” e em busca de coalizão.
No cenário econômico, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou, mais uma vez, a nota do Brasil, agora de BB+ para BB, principalmente por causa do aprofundamento da recessão.
Em ata, diretores do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) avaliaram que é preciso acompanhar alguns desdobramentos para se falar em queda de juros. O arrefecimento da inflação sugeria que o corte na Selic poderia ser antecipado. Parte do mercado estima que o afrouxamento da política monetária comece apenas em julho.
A bolsa flutuou à mercê do noticiário político, de fatos pontuais ligados à Vale e da variação das commodities, impactando sobretudo a Petrobras. Os papéis da Vale despencaram, com queda de quase 7% num só pregão, devido ao caso da Samarco – o Ministério Público pediu reparação de R$ 155 bilhões.
A Petrobras, por sua vez, foi afetada nesta quinta-feira pela queda nos preços do petróleo. A queda foi consequência do fortalecimento do dólar no mundo, na expectativa da divulgação, nesta sexta-feira, de dados sobre o emprego americano. Assim, na quinta-feira, o Ibovespa recuou 1,68%, aos 51.671 pontos.
No mercado cambial, a moeda americana encerrou a quinta-feira estável, cotada a R$ 3,541, com atuações do BC no início da semana.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
Dados atualizados até 5 de maio às 19h.