Anulação das condenações de Lula e os destaques da semana
Panorama Semanal de 12 a 16 de abril*
DESTAQUES
A confirmação, pelo STF, da anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava-Jato de Curitiba, tornando-o elegível, e a CPI da Pandemia no Senado foram os destaques da semana no noticiário.
LULA
Sobre a decisão do Supremo envolvendo Lula, ainda resta avaliar o encaminhamento dos processos para São Paulo e a parcialidade de Sérgio Moro.
CPI DA PANDEMIA
Quanto à CPI, os senadores estão decidindo se é viável começar os trabalhos para apurar a conduta do governo na condução da pandemia de Covid-19 no Brasil pelo sistema remoto e depois adotar um modelo semipresencial, durante a etapa dos depoimentos. O relator deve ser o senador Renan Calheiros. Antes da abertura da CPI, a polêmica girou em torno dos áudios vazados pelo senador Jorge Kajuru, de sua conversa com o presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro queria, conforme trechos divulgados do áudio, que a CPI apurasse também a gestão de governadores e prefeitos, além de cobrar processos de impeachment de ministros do STF. No áudio, o presidente xinga o autor da CPI, senador Randolfe Rodrigues.
E o TCU indicou que deve punir o ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello por “omissões graves” na pandemia, como no caso de eximir o governo federal de responsabilidades sobre o gerenciamento de estoques de medicamentos, insumos e testes para Covid-19.
COVID-19 NO BRASIL
Enquanto isso, o número de casos e óbitos no país continua elevado, com situação crítica nos hospitais. O “kit intubação” está com estoque quase zerado no país. Para a organização humanitária Médicos sem Fronteiras, o Brasil vive uma ‘catástrofe humanitária’.
Boletim da Fiocruz, por sua vez, alerta que a pandemia deve continuar em “níveis preocupantes”, no mínimo até o fim de abril. Segundo os especialistas da Fiocruz, as medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos começam a mostrar “êxitos localizados” e não devem ser flexibilizadas neste momento.
A França suspendeu todos os voos do Brasil, por causa da situação, com preocupações sobre a variante mais contagiosa do coronavírus.
VACINAÇÃO
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a Pfizer vai antecipar dois milhões de doses da vacina, e que metade chega neste mês de abril. Até julho, a projeção é de 15,5 milhões de doses do imunizante.
BRASÍLIA
No Legislativo, vários destaques. O Senado aprovou o projeto que restabelece a situação de emergência da saúde pública devido à pandemia. O texto segue para a Câmara dos Deputados. Na Câmara, foi aprovado o projeto de lei que prorroga, até julho, o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda. Falta agora a sanção presidencial.
ORÇAMENTO 2021
Ao redor do Orçamento da União, aprovado pelo Legislativo, continua o impasse, que opõe o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. A situação coloca Bolsonaro em situação difícil politicamente. Se ele vetar, desagrada Lira e, consequentemente, seu apoio no Congresso. Mas Guedes afirma que a sanção do Orçamento como foi aprovado é crime de responsabilidade fiscal.
MEIO-AMBIENTE
A questão ambiental ganhou espaço esta semana, em pelo menos duas frentes. Na esfera internacional, Bolsonaro se comprometeu, em carta direcionada ao presidente dos EUA, Joe Biden, a eliminar o desmatamento ilegal até 2030. No âmbito nacional, aumenta a pressão para a saída do meio ambiente, Ricardo Salles. Em notícia-crime enviada ao Supremo, pela Polícia Federal, o ex-superintendente da PF no Amazonas Alexandre Saraiva acusa Salles de participar de uma organização criminosa em favor de madeireiros clandestinos. O ministro nega. Saraiva foi substituído logo após a apresentação da notícia-crime.
TAXA SELIC
Na Economia, repercutiu a entrevista do presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmando que o ritmo de elevação da Selic não está “escrito em pedra”. Campos Neto defendeu que acelerar a vacinação é o mais importante para a reabertura da economia, com projeções para que isso aconteça no segundo semestre se o Brasil mantiver o ritmo.
CENÁRIO INTERNACIONAL
No noticiário internacional, destaque para a decisão, do governo Biden, de encerrar formalmente a guerra de 20 anos com o Afeganistão, anunciando retirada das tropas até o dia 11 de setembro.
Os Estados Unidos anunciaram sanções financeiras contra a Rússia e a expulsão de 10 diplomatas russos. As decisões são uma resposta a ciberataques e à interferência do governo russo nas eleições presidenciais de 2020.
IRÃ
A questão do Irã preocupa na geopolítica, desta vez com um ataque atribuído a Israel à instalação nuclear iraniana de Natanz .
EUA
Nos EUA, em Minneapolis, o assassinato do jovem negro Daunte Wright reacendeu protestos antirracistas. A alegação é que a policial Kim Potter, presa por homicídio culposo, teria tentado atirar com o teaser, mas se confundiu. Em Illinois, a morte de Adam Toledo, 13 anos, também pela polícia, também gera revolta e manifestações.
Na economia norte-americana, bons indicadores vieram dos pedidos de auxílio-desemprego, que caíram 193 mil, ficando em 576 mil na semana passada, abaixo da expectativa. Outro dado positivo foi o das vendas no varejo, que subiram 9,8% em março.
A vacinação, que avança a passos largos nos EUA, sofreu um revés com a recomendação, pelas agências, de suspender a vacina da J&J, após o registro dos casos de coágulos.
ECONOMIA CHINESA
E a China divulgou um crescimento econômico recorde no primeiro trimestre, de 18,3%, na comparação com o mesmo período de 2020. O país projeta alta de 6% no PIB deste ano.
BOLSA
No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 0,34%, a 120.700 pontos. O dólar recuou 0,75%, cotado a R$ 5,628.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
* Dados atualizados até as 10h