Câmara e Senado elegem aliados de Bolsonaro com Centrão fortalecido e os destaques da semana
Panorama Semanal de 1º a 5 de fevereiro*
ELEIÇÕES NA CÂMARA E SENADO
Em meio a polêmicas sobre apoio financeiro do Planalto, as eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado foram um dos destaques da semana no noticiário. O bloco político conhecido como Centrão saiu fortalecido. O “tabuleiro partidário” está se movimentando, de olho nas eleições de 2022.
Na Câmara, a eleição de Arthur Lira representou uma derrota política para Rodrigo Maia, que não conseguiu fazer um sucessor. No Senado, com amplo apoio, foi eleito Rodrigo Pacheco.
Lira e Pacheco assinaram um documento que defende, entre outros pontos, as reformas administrativa e tributária, e uma imunização contra Covid-19 mais ágil. O presidente Jair Bolsonaro entregou a eles uma lista com as prioridades do governo. Alguns pontos, como a privatização, não batem.
Na abertura do ano legislativo no Congresso, Bolsonaro foi chamado de “genocida” por políticos da oposição e rebateu: “nos vemos em 2022”.
A escolha da deputada Bia Kicis para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara gera ruídos e protestos. Aliada de Bolsonaro, a parlamentar é investigada pelo Supremo Tribunal Federal por ter cometido atos antidemocráticos.
VACINAÇÃO NO BRASIL
Na frente de batalha das vacinas, muitas novidades à vista, enquanto segue a imunização dos grupos prioritários no país.
Em São Paulo, o Instituto Butantan recebeu 5,4 mil litros do insumo para produzir 8,4 milhões de doses da CoronaVac. Outra remessa, de 5,6 mil litros do insumo, está prevista para a semana que vem, resultando em mais 8,7 milhões de doses.
Após atraso, está prevista a chegada para os próximos dias do primeiro lote do insumo da vacina de Oxford/Astrazeneca pelo Instituto Fiocruz. O material vem da China, e deve render 2,81 milhões de doses, segundo a Fiocruz. Até o fim do mês, nova remessa deve ser entregue, rendendo 15 milhões de doses ao todo.
E o consórcio internacional Aliança Covax, da OMS, deve enviar ao Brasil, até o fim do primeiro semestre, de 10 milhões a 14 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca.
FLEXIBILIZAÇÃO DA ANVISA
Em meio a pressões no Congresso (a ponto de o próprio presidente dizer que a agência “não pode sofrer pressão”), a Anvisa flexibilizou as regras para autorizar uso emergencial das vacinas — não sendo mais necessários os testes de fase 3 no Brasil. Desta forma, a decisão beneficia, por exemplo, a russa Sputnik V e a indiana Covaxin (produzida pelo laboratório Bharat Biotech). O Ministério da Saúde divulgou que pretende comprar 30 milhões de doses de cada uma delas. Mesmo com a nova resolução, a Covaxin deve fazer os testes de fase 3 no Brasil.
A russa Sputnik V se mostrou 91,6% eficaz globalmente e 100% em casos moderados e graves. Mas essa vacina é diferente da que teve a autorização pedida pela União Química aqui no Brasil, e a Anvisa quer mais dados para avaliar.
Uma boa notícia é o lançamento do edital de construção de um complexo industrial de biotecnologia, da Fiocruz/Manguinhos, que deve aumentar, no longo prazo, a capacidade de o país produzir vacinas.
Apesar do otimismo com as vacinas, o número de mortes ainda é elevado e crescente no Brasil e no mundo.
GREVE DE PROFESSORES E DE CAMINHONEIROS
No Rio, os professores das redes municipal e federal entraram em greve contra a volta das aulas presenciais. Já o movimento nacional dos caminhoneiros, que planejava uma paralisação no início da semana, não vingou. Mas Bolsonaro afirmou que vai se reunir com representantes de caminhoneiros e taxistas para anunciar mudanças no setor de combustíveis, incluindo impostos.
FIM DA LAVA-JATO
Em Curitiba, a força-tarefa da operação Lava-Jato foi oficialmente dissolvida. O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, levantou o sigilo de conversas entre o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava-Jato. As informações são importantes no pedido de suspeição de Moro no processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex no Guarujá.
ECONOMIA
A produção industrial brasileira recuou 4,5% em 2020, de acordo com o IBGE. Foi o pior resultado desde 2016.
E o ministério da Economia admite a volta do auxílio emergencial, com um novo “marco fiscal”.
Nos EUA, seguem as discussões sobre um novo pacote de estímulos. O presidente Joe Biden propôs o valor de US$ 1,9 trilhão, mas os republicanos querem US$ 619 bilhões. No que tange às relações Brasil-EUA, Biden recebeu um dossiê de ativistas e ONGs para que suspenda acordos comerciais e alianças políticas com o governo Bolsonaro.
No ambiente corporativo, destaque para o fundador e CEO da Amazon, Jeff Bezos, que deixará o cargo e ficará no conselho de administração da empresa. Em seu lugar assumirá Andy Jassy, CEO da AWS.
No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 0,39%, a 119.260 pontos. O dólar subiu 1,47%, cotado a R$ 5,449 na venda.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.