Vacinação no Brasil deve começar na próxima semana e os destaques da semana
Panorama Semanal de 11 a15 de janeiro*
A semana foi marcada pela abertura do processo de impeachment contra o presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo anúncio do pacote de estímulos à economia e combate à pandemia, de US$ 1,9 trilhão pelo próximo presidente do país, Joe Biden.
CORONAVÍRUS NO BRASIL
No cenário doméstico, as preocupações se voltam para a Covid-19, com alta no número de casos, colapso hospitalar, politicagem e indefinições quanto à aprovação das vacinas, percentuais de eficácia da CoronaVac e início da imunização. Além disso, foi descoberta uma nova cepa do vírus, mais contagiosa, oriunda do Amazonas – estado que está em situação caótica nesta segunda onda da pandemia.
COLAPSO DA SAÚDE EM MANAUS
Em Manaus, a situação está fora de controle. Falta oxigênio nos respiradores dos hospitais, o que vem causando mortes por asfixia. A capital do Amazonas terá toque de recolher e vai fazer a transferência de mais de 700 pacientes para outros estados. E a Justiça Federal do Amazonas suspendeu a realização do Enem no estado, nos dias 17 e 24.
VACINAÇÃO
Dias depois de o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ter afirmado que a vacinação no Brasil começaria no “Dia D e na Hora H”, a pasta informou que pretende iniciar a imunização no dia 20 em todo o país, começando pelas capitais. Está prevista para sábado, dia 16, a chegada de dois milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca, produzidas na Índia. No domingo, 17, a expectativa é que a Anvisa libere o uso emergencial não só dessa vacina como também o da CoronaVac. A agência está pedindo mais dados para avaliação. Outra que pode entrar na fila de liberação da Anvisa, com 150 milhões de dose em 2021, é a Sputnik V, da Rússia.
Mas, além das autorizações, há a questão da falta de seringas e agulhas em vários estados. E a possibilidade de se adiar a segunda dose para imunizar um número maior de pessoas está em estudo.
IMPEACHMENT DE TRUMP
Pela primeira vez na história um presidente americano vai enfrentar seu segundo processo de impeachment. Desta vez, foram 232 votos a favor da abertura do processo, incluindo dez votos republicanos. A acusação é de incitar uma insurreição contra o governo do país, em referência à invasão do Capitólio na semana passada.
No Senado, Trump poderá ser julgado já como ex-presidente, pois seu mandato termina no próximo dia 20, e é possível que fique inelegível. O Twitter baniu Trump para sempre. Em meio a esse contexto, as autoridades reforçaram o policiamento e adotaram medidas de segurança para posse de Joe Biden.
NOVAS MEDIDAS RESTRITIVAS E VACINA
Lá fora, aumentam as medidas restritivas em países europeus, como Inglaterra e Alemanha, que registram recordes de casos e mortes. O apoio fiscal do BCE também está no radar.
Uma boa notícia foi a eficácia da vacina desenvolvida pela Johnson & Johnson. De acordo com estudos, o medicamento é capaz de imunizar as pessoas com uma única dose.
FORD E BANCO DO BRASIL
Questões corporativas também tiveram forte repercussão esta semana, como o fim das operações da Ford no Brasil e o fechamento de agências do Banco do Brasil, com desdobramentos políticos envolvendo a possível demissão do presidente da instituição pelo presidente Jair Bolsonaro.
Caiu como uma bomba a notícia que de que a Ford, presente há cem anos no país, encerrou a produção local de automóveis e caminhões, com o fechamento das fábricas e corte de cinco mil vagas. Os veículos da Ford serão importados da Argentina e do Uruguai. Segundo o Ministério da Economia, a decisão da montadora “destoa da recuperação econômica do país”.
O Banco do Brasil anunciou um programa de demissão voluntária para cinco mil funcionários e o fechamento de 361 agências, com o objetivo de economizar R$ 2,7 bilhões em quatro anos. Insatisfeito, Bolsonaro teria decidido demitir o presidente do banco, André Brandão, que está há quatro meses no cargo, levantando polêmica sobre interferência política na empresa. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teria saído em defesa de Brandão, conseguindo, assim, evitar sua demissão. A situação é incerta.
IPCA
Na divulgação dos indicadores econômicos, destaque para o IPCA fechado do ano de 2020, que registrou 4,52% e ficou acima do centro da meta de inflação
POLÍTICA E ECONOMIA
No noticiário criminal, a Polícia Federal deflagrou a 79ª fase da Lava-Jato, com foco em fraudes de licitações da Petrobras e da Transpetro.
Na política, os bastidores ainda estão voltados para as disputas das presidências na Câmara (Arthur Lira e Baleia Rossi) e no Senado (Simone Tebet e Rodrigo Pacheco).
O presidente francês, Emanuel Macron, afirmou que depender da soja brasileira é endossar o desmatamento na Amazônia. Ele quer que a Europa reduza a dependência do produto, investindo na produção local. Autoridades brasileiras rebateram a declaração: qualificaram o plantio da soja, em consonância com as boas práticas ambientais.
JUROS NOS EUA
Nos EUA, além do pacote, os investidores seguem atentos aos juros do país. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que não será “em breve” o momento de elevar as taxas. O desemprego é também uma preocupação: o número de pedidos de seguro-desemprego registrou a maior alta semanal desde o início da pandemia.
No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa, índice de referência da B3, registrou alta de 1,27%, encerrando a 123.480 pontos. Já o dólar fechou cotado a R$ 5,209, queda de 1,9%.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.