Vacina da Pfizer pode chegar ao brasil no início de 2021 e os destaques da semana
Panorama Semanal de 9 a 13 de novembro*
A recusa do presidente dos EUA, Donald Trump, em aceitar a derrota eleitoral para o democrata Joe Biden, por supostas fraudes, foi o destaque da semana na imprensa local e internacional. Notícias positivas sobre a vacina da Pfizer também ganharam relevo.
TRANSIÇÃO NOS EUA
Biden disse que a atitude de Trump em reconhecer a derrota “é um constrangimento”. O democrata já está marcando encontros com alguns líderes estrangeiros e vem anunciando nomes de seu governo, tentando avançar no processo de transição. Além da Covid-19, Biden listou como prioridades a recuperação econômica, o combate ao racismo e as mudanças climáticas, o que inclui a volta dos EUA como signatário do Acordo de Paris. Entre as novidades, estaria a criação de uma lista de países considerados “fora da lei” na questão climática, e o Brasil seria um desses países.
No próprio partido republicano, alguns líderes dizem que Trump deveria reconhecer o resultado. Mas há políticos de peso, como o líder do Senado, Mitch McConnell, que o apoiam, em busca de irregularidades.
VACINA
Em paralelo, enquanto aumentam os casos de coronavírus no mundo, com previsões de uma segunda onda da doença, mais violenta do que a primeira, o laboratório Pfizer anunciou que sua vacina contra a Covid-19, desenvolvida com a BioNTech, tem eficácia de 90%. A fase de testes ainda não terminou. O presidente do laboratório aqui no Brasil afirmou que, caso a verificação da eficácia siga dentro da normalidade, a vacina pode estar disponível no primeiro trimestre de 2021.
Sobre vacinas, tivemos aqui no Brasil uma polêmica daquelas. A Anvisa mandou suspender os testes com a Coronavac, desenvolvida no Instituto Butantan em parceria com a China. O motivo teria sido a morte de um participante, só que a causa foi suicídio, sem relação com os testes.
Após a suspensão, o presidente Jair Bolsonaro comemorou e minimizou a Covid-19, dizendo que o Brasil “tem que deixar de ser um país de maricas”.
O Butantan disse que enviou à Anvisa as informações sobre o caso. A agência, porém, diz não tê-las recebido, por conta de um ataque hacker. A situação levantou a hipótese de a Anvisa estar sendo políticamente manipulada. Um dia após a suspensão, a Anvisa voltou atrás sobre a suspensão dos testes.
GOVERNO
O presidente Bolsonaro, que não cumprimentou Biden pelo resultado eleitoral, também se envolveu em outra polêmica. “Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora.” Com esta frase, direcionada aos EUA no contexto ambiental, Bolsonaro gerou reações e memes. O embaixador americano lembrou que os EUA têm seus marines sempre preparados. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tuitou: “Entre pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no país, uma economia frágil e um estado às escuras.”
O estado às escuras é o Amapá, cuja capital está sem energia elétrica desde o dia 3. Em meio a discussões sobre culpados e políticas de privatização e fiscalização, a população enfrenta uma situação caótica.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que quatro estatais devem ser privatizadas até o fim de 2021. São elas: Eletrobras, Correios, Porto de Santos e PPSA.
Em caso de uma segunda onda de Covid-19, Guedes afirmou que o governo vai prorrogar o auxílio emergencial. Quanto à pressão inflacionária, o ministro disse que a alta registrada recentemente é temporária e transitória.
O Brasil decidiu que vai apoiar o Clean Network, um plano dos Estados Unidos que, na prática, restringe a participação de empresas chinesas – leia-se Huawei – nas licitações da tecnologia 5G.
POLÍTICA
Na esfera política, o destaque foi o encontro de Luciano Huck com o ex-ministro Sérgio Moro, para tentar articular uma “terceira via”.
E, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, que investiga o esquema das chamadas rachadinhas, o senador Flávio Bolsonaro e sua mulher, Fernanda, pagavam grandes despesas em dinheiro vivo, sem, no entanto, ter lastro em suas contas bancárias ou fazer saques por anos.
No pregão desta quinta-feira, pesou a preocupação sobre um aumento no endividamento público brasileiro. O dólar encerrou com alta de 1,14%, cotado a R$ 5,477. O Ibovespa caiu 2,2%, para 102.507.
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- * Dados atualizados até as 9h do dia 13/11.