Saída do secretário do Tesouro Nacional e os últimos destaques
BRASIL EM FOCO
Segunda-feira teve uma sessão volátil. No início do dia, o temor de uma segunda onda e os ruídos da saída do secretário do Tesouro levaram a bolsa a abrir em uma queda forte, mas o discurso do presidente do Fed e a definição do sucessor de Mansueto animaram os mercados. O Ibovespa encerrou o dia recuando 0,45%, aos 92.375,5 pontos. O dólar Ptax teve forte apreciação de 3,00% sendo cotado, na venda, a R$ 5,1883. No mercado de juros futuros, o DI com vencimento em janeiro de 2025 era negociado à taxa de 5,71%, subindo 5 ponto base.
O Ministério da Economia informou que Bruno Funchal vai suceder Mansueto Almeida como secretário do Tesouro Nacional e ele deve assumir o cargo em 31 de julho. Ex-secretário de Fazenda do Espírito Santo, Funchal atualmente é diretor de Programas do Ministério da Economia. É doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas, pós-doutorado pelo pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e faz parte do Conselho Fiscal da Caixa Econômica Federal. (Valor)
A participação do Ministro da Educação Abraham Weintraub, sem máscara, nas manifestações pró-governo de domingo (14) levantou mais polêmicas e a sua possível saída do governo já está no radar. Inclusive o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o assunto afirmando que não foi “muito prudente” a atitude do ministro. A possível demissão de Weintraub, que atacou ministros do STF na reunião do dia 22 de abril, pode ser encarada como um gesto de paz entre o Judiciário e o Executivo. (Folha)
A Câmara dos Deputados disponibilizou em seu site uma seção com a Execução Orçamentária das ações de combate à COVID-19. No relatório que pode ser acompanhado pela população, consta que até a última sexta-feira (12) o governo federal gastou 39% dos R$ 404,2 bilhões liberados para o combate à pandemia por meio de MPs (medidas provisórias). O maior gasto autorizado até agora é com auxílio emergencial de R$ 600, 50,44% desse valor (R$ 77 bilhões) foi efetivamente paga.
Segundo o Painel Coronavírus do Ministério da Saúde, o Brasil atingiu no domingo 43.959 mortes e, ao todo, 888.271 casos confirmados.
OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL
Nos EUA, o anúncio de mais estímulos por parte do Fed, fez os índices virarem para o positivo e o S&P registrou alta de 0,83% aos 3.066,59.
O Fed anunciou ontem uma mudança no seu programa de crédito corporativo. A partir de hoje, a autoridade monetária poderá comprar uma carteira de títulos individuais, de um índice que replica o amplo mercado de crédito, focado principalmente em nomes de alta qualidade. O programa, que também incluía a compra de fundos negociados em bolsa (ETF), havia sido anunciado anteriormente, mas exigia que as empresas solicitassem compras diretas de títulos. Na segunda-feira, o Fed removeu a necessidade de um pedido. Aneta Markowska, economista-chefe da Jefferies, disse que remover a necessidade de uma solicitação é fundamental. “A maioria não quer ser vista pedindo ajuda ao Fed, a menos que as coisas dêem realmente errado. Portanto, a mudança elimina um obstáculo importante”. (Reuters)
A FDA (Food and Drug Administration), que é a agência reguladora dos medicamentos nos EUA, revogou a autorização de uso da cloroquina e hidroxicloroquina, para o tratamento da Covid-19. Segundo a carta da agência “Não é mais razoável acreditar que” os dois medicamentos “podem ser eficazes no tratamento do Covid-19” nem que “os benefícios conhecidos e potenciais desses produtos superam seus riscos conhecidos e potenciais“. (WSJ)
Como parte de seu esforço para estimular a economia, o governo Trump está preparando uma proposta de quase US$ 1 trilhão em investimentos, direcionando recursos tanto para a construção de infraestrutura tradicional, como estradas e pontes, mas também reserva um parte menor dos fundos para a infraestrutura de 5G e a banda larga rural. (Bloomberg)
Nesta manhã, as bolsas na Ásia fecharam em forte altas, com o Nikkei do Japão subindo 4.88%, em um movimento de recuperação das quedas expressivas do dia anterior. Na Europa, os índices acionários registraram ganhos acima dos 2% e os futuros nos EUA apontam para um dia de alta.
No mundo, o número de casos ultrapassou os 8 milhões, com mais 437 mil óbitos por coronavírus. Os EUA atingiram o número de 2.114.026 infectados e mais de 116 mil mortes. (Johns Hopkins)
RESUMO DOS MERCADOS
Dia | Semana | Mês | Ano | ||
DI Jan 2025 (bps) | 5,71% | 5 bps | 5 bps | -26 bps | -73 bps |
Dólar PTAX (R$) | 5,1883 | 3,00% | 3,00% | -4,39% | 28,72% |
Ibovespa (pts) | 92.375,50 | -0,45% | -0,45% | 5,69% | -20,13% |
S&P 500 (pts) | 3.066,59 | 0,83% | 0,83% | 0,73% | -5,08% |
TÓPICO DO DIA
Na sua coluna semanal no Valor Investe, o Economista da Órama, Alexandre Espirito Santo, lança luz sobre um dilema dos mercados nos dias atuais: a dissonância entre altas expressivas das bolsas versus ambiente recessivo severo. Vale a pena a leitura!