Resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central e os últimos destaques
BRASIL EM FOCO
A volatilidade marcou a semana no Brasil e no mundo, mas por aqui a crise política ditou o rumo dos mercados com o andamento das investigações das denúncias de Moro contra Bolsonaro e principalmente, na sexta, com a saída do ministro da Saúde, o Ibovespa terminou o dia em queda de 1,84% a 77.557 pontos, na semana, a queda foi de 3,37%. O dólar PTAX fechou cotado, na venda, a R$ 5,8229, com um recuo de 1,93% na sexta, na semana, avançou 1%. No mercado de juros, os contratos DI para janeiro de 2025 eram negociados à taxa de 6,77%, diminuindo 3 pontos base, na semana, contudo, teve alta de 37 bps.
O Ministro da Saúde Nelson Teich, com menos de uma mês no cargo, pediu demissão na sexta-feira depois de não concordar com os pedidos do presidente Jair Bolsonaro de liberar o uso da cloroquina contra a COVID-19. O general Eduardo Pazuello assumirá de maneira interina o Ministério. Pazuello é atualmente o secretário-executivo da pasta. (CNN)
Também em Brasília, um projeto polêmico que estabelece um teto para as taxas de juros cobradas em operações com cartões de crédito e cheque especial foi alterado. O texto original do Álvaro Dias limitava os juros em 20% ao ano, mas o senador Lasier Martins entregou seu parecer nesta sexta-feira sugerindo um limite de juros de 30% (35% para as fintechs), restringindo a vigência desse teto enquanto durar o estado de calamidade pública. (Valor)
O IBGE divulgou os dados do emprego no Brasil até março. A taxa de desocupação do país no 1º trimestre de 2020 foi de 12,2%, subindo 1,3 ponto percentual em relação ao 4º trimestre de 2019 (11,0%). Na comparação com o mesmo trimestre de 2019 (12,7%), houve queda de 0,5 p.p. (IBGE)
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador de prévia do PIB, despencou 5,9% em março, ante o mês anterior, em relação a março de 2019, a queda foi de 1,52%. Nos três primeiros meses deste ano, a variação foi negativa em 1,95%. (BC)
Um estudo da UFRJ mostra que talvez a ideia de um “passaporte de imunidade” para aqueles que já contraíram a COVID-19 não seja factível, pois 40% das pessoas continuam positivas em testes moleculares (RT-PCR) após 15 dias do aparecimento dos sintomas, o que leva a sugerir que, potencialmente, continuam contagiosas, mesmo que os sinais da doença tenham desaparecido. O dado preocupa porque 14 dias é o prazo de quarentena padrão. E pior ainda é que há pessoas que voltam a dar positivo após um resultado de exame molecular para o vírus negativo. Além disso a maioria das pessoas com COVID-19 só desenvolve anticorpos específicos contra o coronavírus, os IgGs, a partir de 20 dias após o surgimento dos primeiros sintomas e não se sabe se eles de fato garantem proteção. (O Globo)
O empresário Paulo Marinho, ex-aliado de Bolsonaro, suplente de Flávio no Senado e pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio de Janeiro deu uma entrevista à Folha afirmando que Flávio teria sabido com antecedência da operação Furna da Onça (que levou a investigação da prática de “rachadinha” envolvendo Fabrício Queiroz e o Flávio) por um delegado da PF entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018 e que a PF segurou esse operação para que não prejudicasse a eleição de Bolsonaro. A Polícia Federal informou neste domingo (17) que vai investigar a denúncia de Marinho. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda solicitou à PF que o depoimento do empresário Paulo Marinho seja incluído no inquérito que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro no órgão.
O Brasil assume a quarta posição no ranking global de COVID-19 com 241.080 casos confirmados ficando atrás apenas dos EUA, Rússia e Reino Unido. As mortes somam 16.118. Ontem, 17 de maio, completaram-se dois meses da primeira morte registrada no Brasil. (Painel Coronavírus)
OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL
Nos EUA, também com bastante volatilidade, boas perspectivas no desenvolvimento de um tratamento para a COVID-19 e dados econômicos que mostram uma recuperação da China impulsionaram os índices acionários. O S&P 500 terminou o dia com ganho de 0,39%, a 2.863,70 pontos. As viradas inesperadas de quinta e sexta, no entanto, não anularam as perdas e, no acumulado da semana, o S&P 500 cedeu 2,26%.
A empresa de biotecnologia Sorrento Therapeutics (SRNE) afirmou que seu tratamento experimental contra o COVID-19 foi bem sucedido. Os testes pré-clínicos com anticorpos apresentaram “100% de inibição” do SARS-CoV-2 em quatro dias. Sorrento espera que esse anticorpo seja o primeiro em um coquetel de drogas que criaria um “escudo protetor” contra a infecção. (Investor’s Business Daily)
O National Bureau of Statistics of China divulgou uma série de indicadores econômicos do país. Os dados de produção industrial na China ajudaram a dar suporte às ações, indicando o início de uma recuperação. O valor agregado total das empresas industriais acima do tamanho designado, que havia caído 1,1% em março, cresceu 3,9% na comparação ao ano anterior em abril, ou 2,27% frente ao mês de março. Se a produção está retomando, o Índice do setor de Serviços enfrenta maiores dificuldades, caindo 4,5% ano a ano, uma queda de 4,6 pontos percentuais em comparação com março. No ano a retração é de 9,9% em relação ao ano anterior. Em abril, a taxa de desemprego urbana foi de 6,0%, 0,1 ponto percentual superior à de março.
Os dados do varejo americano vieram piores que o esperado. A receita de varejistas e restaurantes caiu 16,4% em abril em relação ao mês anterior, quase o dobro da queda de 8,3% em março. A projeção mediana do mercado era de um declínio de 12%. (Bloomberg)
No mundo, o número de casos chegou a 4,7 milhões e 315.488 óbitos por coronavírus. Os EUA ocupam o primeiro lugar com o 1.486.742 diagnósticos confirmados o que corresponde a quase 1/3 do total. O número de mortes se aproxima dos 90 mil. (Johns Hopkins)
O presidente do Fed, o banco central americano, Jerome Powell, disse em entrevista, no domingo, que a recuperação nos EUA se estenderá para o final do próximo ano e que recuperação completa depende de uma vacina. Afirmou ainda que poderá ser necessário ter mais estímulos fiscais para se evitar danos de longo prazo para a economia. (CBS)
A semana começa com as bolsas em campo positivo na Ásia e na Europa. O Euro STOXX 50, índice das ações blue chips da zona do euro, avança 2,08%. Os futuros dos índices de Nova York apontam para um dia de alta. Os contratos futuros de petróleo com vencimento em junho do WTI são cotados a US$ 31,97, enquanto o Brent a US$ 34,52.
RESUMO DOS MERCADOS
Dólar PTAX | R$ 5,8229 | – 1,93% |
DI Fut Jan/25 | 6,77% | – 3 bps |
Ibovespa | 77.557 pts | – 1,84% |
S&P 500 | 2.864 pts | + 0,39% |