Para gestor, corte na taxa Selic é correto no cenário de crise e pandemia
Eduardo Carvalho, da Pacifico Gestão de Recursos, debateu decisão do Banco Central e estratégias dos Fundos Multimercado em live no perfil da Órama no Instagram.
Eduardo Carvalho, sócio e gestor da Pacifico Gestão de Recursos, analisou o novo corte na taxa básica de juros imposto pelo Banco Central, e também comentou as estratégias para os Fundos Multimercado neste cenário. Na última quarta-feira, 6, a Selic caiu para 3%, com corte de 0,75 ponto percentual — atingindo o menor nível histórico.
De acordo com Carvalho, o mercado esperava pela redução da taxa Selic, e as gestoras estavam posicionadas para tal. “Vejo como uma decisão acertada em relação à situação que enfrentamos: uma crise que nos joga em recessão e empobrece o país, mas é desinflacionária, o que permite ao Banco Central estimular a economia. Agora, o papel da instituição é fazer com que a inflação volte à meta de 4%”, avalia.
Questionado sobre os críticos da medida, o executivo pondera que a redução da taxa de juros gera efeitos, quando realizada para estimular a economia: depreciação do câmbio — o dólar teve novo recorde de alta no mesmo dia, 6 — e maior inclinação da curva de juros. “O juro de curto prazo cai e, no longo prazo, pode até subir. Em algum momento no futuro, o país vai precisar corrigir isso”, diz.
Em sua avaliação, o câmbio flutuante pode permitir que a economia encontre os próprios ajustes, mesmo em cenários de moeda depreciada. “Com a crise, como brasileiros, teremos uma dívida maior. E precisaremos de uma solução para isso, que é compatível com um real mais barato. Os exportadores vão tomar decisões, as importações que ficarão caras demais poderão ser substituídas por fornecimento local, em estímulo para economia interna”, pondera.
Estratégia para Fundos Multimercado
Sobre a gestão de Fundos Multimercado, que têm como proposta entregar rendimentos de forma consistente, mesmo em momentos adversos, Carvalho explica que os gestores procuram ver como os cenários evoluem utilizando um ferramental macro.
“Pacifico tem investido mais na parte quantitativa, em modelos e projeções. O importante não é ter um cenário absoluto. Nosso trabalho é sempre olhar para frente, ter um horizonte de seis meses e não muito mais longo do que isso, para conseguir os melhores resultados na média do que o mercado e as pessoas esperam”, comenta.
Segundo o executivo, o Fundo Pacifico Macro tinha reduzido posições antes do carnaval, com projeção de crescimento abaixo do que outros especialistas apontavam. Com as notícias da pandemia e os primeiros casos do novo coronavírus no Brasil, ele lembra, os gestores reduziram ainda mais o risco.
“Ficamos com o Fundo bem parado ao longo de março, com posições pequenas. Na terceira semana, algumas coisas começaram a ficar mais claras sobre a quarentena e as medidas. Então, montamos novas posições no final do mês, com posição comprada em Bolsa nos Estados Unidos e em Renda Fixa no Brasil”, revela.
Para Carvalho, qualquer investimento em Renda Fixa torna-se mais atrativo que os atrelados ao CDI quando esse atinge patamares mais baixos. Ele diz que sua orientação vale para gestores e para o investidor pessoa física. “Deixar dinheiro parado e deixar no CDI é a pior opção, qualquer alternativa é melhor. Gostamos de Renda Fixa com vencimento de dois a três anos, porque tem algum prêmio de risco”, indica.
Na análise do gestor, o Brasil sairá da crise mais pobre e com um desafio grande para os próximos semestres: debater como pagará sua dívida e como sinalizará aos financiadores que ela não é explosiva, mas sim equacionável.
“Teremos muitas decisões difíceis para os próximos anos. Os auxílios emergenciais serão renovados? Como endereçaremos o cenário de desemprego alto depois do fim do isolamento? Como lidaremos com a pressão para que o teto de gastos seja rompido em 2021? Vai reforçar, modificar, vai ter espaço para aumentar impostos, e de quem?”, questiona.
A Órama vem realizando lives diárias, com especialistas da plataforma e convidados, para debater os impactos provocados pela pandemia na economia e nos mercados. Todas as transmissões ao vivo ficam disponíveis no IGTV do perfil.
Já o blog da Órama disponibiliza um curso completo de educação financeira para os novos investidores, além de publicações diárias.
Programação | Órama Investimentos
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Quarta-feira (13/05)
20h – Depois da Pandemia: a primeira de uma série de lives sobre o futuro pós-Covid-19. O head comercial da Órama Hugo DanielAzevedo recebe Ana Paula Pontes, da Revista Crescer, para falar sobre os impactos e a reinvenção da educação infantil após a pandemia.
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Quarta-feira (13/05)
18h30 – Bate-papo com Gestor: como defender os ganhos em Fundos de Ações. Com a estrategista chefe da Órama, Sandra Blanco, e o convidado Fernando Pina, da Lis Capital.
Quinta-feira (14/05)
12h – Hora do Trader: Nato Souza, da Equipe Gold Traders da Órama, recebe Sérgio Ferro, engenheiro, economista, matemático e estatístico. Uma conversa sobre como operações de Long & Short podem ajudar em períodos de incertezas.
18h30 – Bate-papo com Gestor: desafios e oportunidades nos investimentos no cenário de crise. Com Sandra Blanco e o convidado Carlos Eduardo Eichhorn, da Mapfre Investimentos.
Sexta-feira (15/05)
18h30 – Por que alguns investimentos em Renda Fixa caíram nesta crise? Dessa vez, na visão do economista da Órama Alexandre Espírito Santo, que estará com Hugo Azevedo para responder às suas dúvidas.
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