Trump proibiu voos entre EUA e Europa continental e os últimos destaques
BRASIL EM FOCO
Após o anúncio de Trump proibindo voos entre EUA e Europa continental na noite de quarta, as bolsas do mundo todo reagiram negativamente. Com o circuit breaker sendo acionado 2 vezes durante o pregão e o Ibovespa chegando a cair próximo de 20%, a quinta-feira foi um dia de tensão no mercado doméstico como não se via desde 1998 em meio à crise russa. O principal índice da B3 fechou aos 72.583 pontos, em queda de 14,78%. Em momentos de incerteza e volatilidade, a busca por ativos seguros como dólar aumenta, refletindo em uma alta de 4,48% do Dólar PTAX que era cotado a R$ 4,8833. No mercado de juros futuros, a volatilidade também imperou com os contratos de DI para janeiro de 2025 tendo mais um dia de alta, subindo 36 pontos-base aos 7,78%, Na máxima chegou a 8,51%.
O secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, foi diagnosticado com covid-19. O presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, também fizeram teste para saber se contraíram o coronavírus. Ambos estavam em viagem oficial de 7 a 10 de março com Wajngarten aos Estados Unidos, onde encontraram com o presidente americano Donald Trump. (Poder 360)
O Ministério da Economia anunciou as primeiras medidas para enfrentar os desafios econômicos da pandemia do coronavírus. Entre elas, o Governo vai antecipar a primeira parcela do 13º para aposentados de agosto para abril. O valor equivale a R$ 23 bilhões. (OGlobo)
No final do dia, em pronunciamento em rede nacional, Bolsonaro pediu suspensão das manifestações marcadas para o dia 15, depois da transmissão ao vivo. Acompanhado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ambos de máscaras para falar sobre a pandemia do coronavírus, os cuidados. (G1)
OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL
Dia de recordes negativos também nos EUA, o pregão por lá foi o pior desde 1987 na famosa Black Monday. O circuit breaker foi acionado no início das negociaçõe e Dow Jones terminou em queda de 9,99%. O S&P 500 recuou para 2.480,64 pontos, registrando 9,51% de perdas. Dos picos em 12 e 19 de fevereiro, o Dow Jones e S&P 500 já recuaram 28% e 27% respectivamente.
A notícia de que Wajngarten está com coronavírus virou manchete no Wall Street Journal. Pela proximidade que Trump esteve de Wajngarten, que inclusive postou uma foto ao lado do presidente americano, a Casa Branca está avaliando a possibilidade de Trump, de 73 anos, ter sido exposto ao vírus.
A pandemia do coronavírus tem potencial de movimentar as peças do xadrez da política americana que tem eleições em Novembro. A desaceleração econômica, somada às críticas sobre a negligência de Trump na condução da crise e o derretimento do mercado financeiro impulsionou os pré-candidatos democratas a se posicionarem. Joe Biden se colocou como o bastião do interesse nacional, proferindo um discurso que foi muito além do de Trump ao propor um plano detalhado e um conjunto de metas para os testes, aumentando a capacidade de hospitais e apoiando o desenvolvimento acelerado da vacina. Duas horas depois que Biden falou, foi a vez de Bernie Sanders, que alertou que o número de americanos mortos devido ao coronavírus poderia exceder o número de soldados americanos mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Ambos os pré-candidatos já cancelaram comícios e viagens. A vitória de Biden nas primárias de terça é um bom indicativo que o ex vice-presidente é considerado uma pessoa mais sensata para a condução dos EUA em momentos difíceis. (The New York Times)
A China, que foi colocada pela OMS como benchmark pela sua condução da epidemia de coronavírus, já está voltando à normalidade. Segundo a Xinhua agência oficial de notícias da China, o país “desde o início do surto, priorizou a saúde das pessoas domesticamente e no exterior e tomou medidas rigorosas para conter a propagação do vírus às custas de ganhos econômicos de curto prazo“. Essa posição de “não ser negligente” em relação ao surto pode gerar importantes resultados, passado o momento mais crítico. Além da melhora da percepção de instituições internacionais em relação à China, a cooperação no campo da medicina também cria laços entre os países. Além disso, a volta da economia chinesa com um preço do petróleo mais barato pode impulsionar a recuperação.
O governo central da China exigiu das províncias medidas detalhadas para manter a economia estável, incluindo o trabalho e a retomada da produção com base em categorias e regiões específicas, ajuste macroeconômico aprimorado, esforços dobrados para aliviar a pobreza e aumentar o emprego, aumentando a produção agrícola e garantindo a subsistência das pessoas, assim como medidas para estabilização o comércio exterior e o investimento.
As projeções do governo chinês para o crescimento no ano de 2020 ainda não foram lançadas, pois elas geralmente são anunciadas durante as reuniões do Congresso do Povo Chinês que foram adiadas por causa do surto de coronavírus.
Em todo o território chinês, foram registrados na quinta-feira, apenas 15 novos infectados.
Ao que parece, as bolsas vão fechar a pior semana desde 2008. Diante de um quadro de forte desaceleração econômica global, em razão da pandemia do coronavírus, a questão é a eficácia das políticas adotadas uma vez que os casos continuam se alastrando ao redor do mundo e as restrições às pessoas e negócios devasta os sentimentos. Após anúncio de injeção de liquidez de US$ 1,5 trilhões pelo Fed, o Japão também anunciou que vai comprar US$ 1,9 de bonds.
As bolsas fecharam em queda na Ásia, mas operam em alta de mais de 6% na Europa. Os futuros dos índices de Wall Street apontam para um dia no azul. O VIX está em queda no momento, mas em patamar acima de 60. O petróleo Brent avança 5,42%, cotado a US$ 35,02.
RESUMO DOS MERCADOS
Dólar PTAX | R$ 4,8833 | + 4,48% |
DI Fut Jan/25 | 7,78% | + 36 bps |
Ibovespa | 72.583 pts | – 14,78% |
S&P 500 | 2.480,64 pts | – 9,51% |