Anúncio da criação de uma zona de livre comércio com a China e os destaques da semana

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Panorama Semanal de 11 a 14 de novembro*

Mais curta no Brasil por causa do feriado, a semana registrou forte volatilidade. Em meio a importantes movimentos econômicos, como reunião dos Brics e promulgação da Reforma da Previdência, entre outros, repercutiram também aspectos políticos, com a saída da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o rompimento do presidente Jair Bolsonaro com o PSL e os questionamentos no Congresso sobre a decisão do STF em relação a prisão após a segunda instância. 

Lá fora, destaque para as incertezas regionais no Chile e na Bolívia e para a crise mais acirrada em Hong Kong. Pesaram ainda boatos e a indefinição para um possível acordo entre os EUA e China – em uma situação que afeta há tempos a economia global – bem como a divulgação de dados econômicos desfavoráveis em diversos países.

Nesta quinta-feira, indicadores mostraram a desaceleração do crescimento japonês e decepção com a produção industrial na China. Na Alemanha, apesar da taxa de crescimento registrada agora, driblando a recessão, houve maior retração da economia no trimestre anterior, em relação ao estimado.

No Brasil, o BC divulgou o IBC-Br de setembro, medida de crescimento que é prévia ao PIB: avanço de 0,44%. E, de acordo com o IBGE, o varejo registrou o melhor setembro em 10 anos.

O país foi palco do Fórum Empresarial dos Brics, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou entendimentos para a criação de uma zona de livre comércio com a China. 

Outro anúncio de Guedes durante a semana foi o lançamento do programa Verde Amarelo que, entre outros aspectos, incentiva a geração de emprego para os jovens. O financiamento do programa gerou certa polêmica na imprensa.

A extinção do seguro DPVAT também foi anunciada.

No Congresso, seguem as discussões constitucionais sobre a prisão após a segunda instância. A CCJ do Senado deve por em pauta projetos para mudar a decisão do Supremo Tribunal Federal. Ainda no Senado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, surpreendeu ao propor, sem ironia, uma nova Constituinte.

Em episódio confuso diplomaticamente, a embaixada da Venezuela em Brasília foi invadida por seguidores de Juan Guaidó, opositor de Nicolás Maduro. Os invasores já deixaram o local.

Na Bolívia, a situação local gera reflexos no Brasil, com maior grau de desconfiança dos investidores em relação à região como um todo. As coisas continuam tensas no país vizinho: desde a renúncia de Morales no domingo, há ondas de violência, saques, indefinição política e autoproclamação da senadora Jeanine Áñez como presidente – já reconhecida pelos governos de Brasil e EUA. Morales está no México. 

O Chile também segue enfrentando protestos sociais e mudanças sociopolíticas, com anúncio de uma nova Constituinte. A moeda chilena se desvalorizou, apesar de anúncio de intervenção do banco central. Tal qual na Bolívia, os problemas do Chile também respingam sobre a economia brasileira. 

Em Hong Kong, a situação se agravou esta semana, com centenas de prisões e feridos. O fechamento de escolas e universidades revela a amplitude das manifestações. 

No Oriente Médio, Israel matou o líder da Jihad Islâmica em Gaza. Militantes atacam o território israelense com foguetes e geram reações das Forças Armadas, numa escalada da violência na região, após um período de certa calmaria. 

Nos EUA, o processo de impeachment do presidente Donald Trump entrou em fase de depoimentos abertos, televisionados – que têm respaldado a tese de abuso de poder na Ucrânia, com pressão sobre o opositor Joe Biden, para fins eleitorais. Em paralelo, a corrida presidencial americana, na etapa de definição de pré-candidatos, esquenta.

No pregão desta quinta-feira, véspera do feriado da Proclamação da República, o Ibovespa registrava leve alta no período da tarde, e o dólar comercial, que atingiu picos ao longo da semana, se mantinha estável.

Obrigada, bom feriado, ótimo fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

*Dados atualizados até o dia 14/11, às 16h.

 

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