Economia ao redor da reforma estimada a R$ 900 bilhões e os últimos destaques
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BRASIL
O destaque da semana foi a aprovação do texto-base da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados por larga margem, com 71 votos a mais do que os 308 necessários.
O dólar recuou para R$ 3,7374, queda de 2,07% na semana. O Ibovespa realizou lucro e fechou a semana em queda de 0,18%, a 103.906 pontos. Atrasos e novas mudanças na proposta da reforma poderão resultar em ajustes de preços dos ativos. No mês, o índice da bolsa acumula alta de 2,91%. A expectativa de novos cortes na taxa Selic também explica os números na semana.
Os contratos futuros do DI com vencimento em janeiro 2025 foram negociados a 6,91%. Queda expressiva, lembrando que há menos de um ano, em novembro de 2018, esses mesmos contratos estavam sendo negociados a 10%. No momento, o mercado trabalha com corte de 1 ponto percentual na Selic ainda este ano, começando na próxima reunião do Copom, marcadas para 30 e 31 de julho.
A votação dos destaques do texto-base foi concluída na sexta-feira e a economia estimada está ao redor de R$ 900 bilhões, segundo o secretário da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho. Os números ainda serão revisados, mas a magnitude já favorece o equilíbrio das contas públicas no longo prazo.
O secretário afirmou que as perdas ainda poderão ser compensadas com a lei de combate às fraudes no INSS (MP 871).
A votação em segundo turno do texto-base está agendada para 6 de agosto, na volta do recesso dos parlamentares. A ideia é que seja possível votar em dois dias e mandar para o Senado no dia 9. Rodrigo Maia pretende começar a contar a partir de hoje as cinco sessões necessária entre o primeiro e segundo turno.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou não correr risco de perder votos até a primeira semana de agosto, mas a oposição entende que com a ida dos deputados para seus estados, o governo deverá perder votos. Os deputados podem mudar o voto do primeiro turno. Durante esse intervalo, poderá aumentar a pressão sobre os parlamentares. Outros acreditam que com a ida dos deputados para as suas bases, será possível aumentar o percentual de votos. É o que vamos ver no segundo semestre.
No segundo turno, só poderão ocorrer alterações supressivas, ou seja, a exclusão de partes do texto. Na sequência, a proposta vai para a CCJ do Senado, para depois ser votada também em dois turnos. Se os senadores modificarem o texto, a parte alterada terá de voltar para Câmara. Segundo Rodrigo Maia, as mudanças na aposentadoria de servidores de estados e municípios ainda podem entrar na reforma pelo Senado.
O Ministério da Economia revisou para baixo as projeções para o PIB em 2019, para 0,81% ante a expectativa de crescimento de 1,6%, conforme o Boletim MacroFiscal da Secretaria de Política Econômica do Ministério. Foi prevista também uma inflação menor para 2019, de 4,1% para 3,8%, abaixo da meta estabelecida para 2019 que é 4,25%, mas dentro do intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
O novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, trabalha na elaboração de um programa de desinvestimento para ser anunciado a partir de setembro. A carteira inclui ações de empresas de setores como energia elétrica, siderurgia, saneamento, petróleo e imobiliário e totalizam R$ 110 milhões. Entre as cinco metas propostas para a sua gestão estão acelerar a venda de ativos, fixar o plano trienal, melhorar a relação com os clientes, devolver recursos ao Tesouro Nacional (R$ 126 bilhões este ano) e continuar o processo de abrir a caixa preta do BNDES, conforme demanda do presidente Jair Bolsonaro.
A indicação do parlamentar Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil nos Estados Unidos, enfrenta a resistência de diplomatas, embaixadores e políticos, apesar da prerrogativa do presidente para nomear um representante diplomático. Se Eduardo Bolsonaro for indicado, o nome precisará ser aprovado pelo Senado e ele será sabatinado na Comissão de Relações Exteriores. O guru da família, Olavo de Carvalho, comentou que a ida de Eduardo Bolsonaro para Embaixada seria um retrocesso. Ainda sugeriu que ele deveria se dedicar à investigação do foro de São Paulo, organização que reúne partidos de esquerda na América Latina, e que a mudança seria a destruição da sua carreira.
Como sugestão de leitura, fica a entrevista de Armínio Fraga nas páginas amarelas da Veja. Perguntado se está otimista com o Brasil, o economista respondeu que não, mas que continua esperançoso. Ele elencou alguns dos muitos problemas do país: fragmentação, polarização política, desequilíbrio fiscal, desemprego, desalento, desigualdade crescente e produtividade estagnada. Afirmou ainda que o Brasil não está pronto para crescer e que a reforma da Previdência é o primeiro passo. Concorda com a agenda econômica liberal de Paulo Guedes, mas vê com certo receio as posições mais radicais, às vezes exóticas, do governo.
INTERNACIONAL
Dados divulgados na semana mostraram que a produção industrial da zona do euro subiu em maio, alta de 0,9%. Na China, por outro lado, o números apontaram queda de 7,3% nas importações em junho e recuo de 1.3% na exportações para o período. O índice Stoxx Europe 600 acumulou perdas de 0,84% na semana.
Os índices acionário de Wall Street fecharam a última sessão da semana em alta, registrando novos recordes. O S&P500 fechou acima de 3000 pela primeira vez, avançou 0,76% na semana. O NASDAQ, acima de 8000 pontos, com alta 1,01% na semana.
As moedas emergentes foram beneficiadas em relação ao dólar com a indicação de que os bancos centrais devem voltar a cortar juros.
Para o presidente do banco central americano, a perspectiva econômica nos Estados Unidos não melhorou, após a divulgação dos dados do mercado de trabalho. As incertezas sobre o crescimento global e uma inflação fraca são os riscos. Na ata do Banco Central Europeu, sinais de que novos estímulos estão sendo considerados pelos membros da autoridade monetária.
O presidente do banco central americano, Jerome Powell, avisou que os planos do Facebook de criar a moeda digital chamada Libra traz sérias preocupações. Em discurso no Congresso, afirmou que o Facebook deveria se endereçar o medo da privacidade, lavagem de dinheiro, proteção do consumidor e estabilidade financeira antes de se mover adiante com o projeto.
O Deutsche Bank revelou os detalhes do plano de reestruturação de €7.4 bilhões ($8.3 bi). Serão fechadas as unidades de operações de ações globais e cortadas 18.000 vagas. Será criado um “bad bank” para manter os ativos com problemas. O CEO, Christian Sewing, espera que o movimento corte os custos em €6 bilhões .
Nesta manhã, as bolsas na Ásia e na Europa operam em alta, assim como os futuros de Nova Iorque. Começa a temporada de balanços do segundo trimestre.
Dólar | R$ 3,7375 | -0,46% |
DI Fut Jan/25 | 6,91% | +9 pbs |
Ibovespa | 103.906 pts | -1,18% |
S&P500 | 3.013 pts | +0,46% |
Fontes: Valor, Bloomberg, The Wall Street Journal, Reuters, The Economist, The Guardian, Sputnik