Pessimismo com crescimento, otimismo com Reforma da Previdência e os destaques da semana
Panorama Semanal de 24 a 28 de junho*
Apesar da redução da projeção de crescimento da economia brasileira, divulgada pelo Banco Central, a última semana de junho foi marcada por expectativas positivas na tramitação da Reforma da Previdência.
A projeção de crescimento feita pelo BC para este ano, de acordo com o relatório trimestral de inflação da instituição, caiu de 2% (no relatório anterior) para 0,8%. Outro indicador desfavorável divulgado pelo IBGE foi a taxa de desemprego de maio, que, embora tenha registrado um leve recuo, ainda se encontra elevada, em 12,3%, atingindo 12,9 milhões de pessoas.
A criação de empregos formais também não foi bem. Segundo o Ministério da Economia, em maio houve a criação líquida (contratações menos demissões) de 32 mil empregos com carteira assinada no país. Este é o pior resultado para um mês de maio, desde o ano de 2016.
Em meio a esse cenário, o ministro Paulo Guedes afirmou que o governo vai injetar mais de R$ 100 bilhões na economia, com a redução dos chamados depósitos compulsórios dos bancos.
As boas perspectivas vêm da reforma da Previdência. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que o parecer será votado na próxima terça-feira, antes do recesso parlamentar. Uma conversa entre Guedes e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para incluir os governadores no escopo da reforma, também gerou otimismo.
No Senado, foi aprovado em plenário o projeto de lei que criminaliza o abuso de autoridade por parte de juízes e membros do MP.
Já no STF, foi retirado de pauta o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
E a Polícia Federal (PF) prendeu três pessoas ligadas ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, no caso que investiga o uso de “laranjas” pelo PSL nas eleições do ano passado.
Uma das polêmicas da semana foi a prisão, na Espanha, do militar da Aeronáutica que fazia parte da equipe de apoio à comitiva presidencial. Ele foi detido por estar com 39 quilos de cocaína.
Na esfera internacional, o Brasil também recebeu atenção da imprensa. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que França não vai assinar acordo com Mercosul, caso o presidente Jair Bolsonaro abandone mesmo o Acordo de Paris. Depois dessa declaração, os dois presidentes se reuniram por ocasião da cúpula do G-20, no Japão.
Ao chegar para a cúpula, Bolsonaro disse que o Brasil não será advertido, como costuma ser, e retrucou as críticas da chanceler alemã, Angela Merkel, sobre meio ambiente.
Mas o grande destaque do G-20, que começou na quinta-feira, deverá mesmo ser a tentativa de negociação e acordo entre os Estados Unidos e a China. O presidente americano, Donald Trump, deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, no sábado, para tratar da guerra comercial – com sanções empresariais e aplicação de sobretaxas de importação – entre os dois países, fator que gera tensão mundial. Apesar da aparente disposição ao acordo, ambos endureceram suas posições.
Na cúpula do G-20 – onde Trump já fez diversas declarações polêmicas e elogiou Bolsonaro – está previsto ainda um encontro entre o presidente americano e sua contraparte russa, Vladimir Putin.
Internamente, Trump voltou suas artilharias para o Fed (Federal Reserve, o banco central americano), pela condução da política monetária.
Esta semana, tiveram início nos EUA os primeiros debates de candidatos do Partido Democrata, de olho nas eleições presidenciais do ano que vem.
No Congresso americano, tomou conta – e dividiu os democratas – a discussão acerca de ajuda humanitária, aprovada, de US$ 4,6 bilhões para os imigrantes na fronteira com o México. Uma foto de um salvadorenho com sua bebê, mortos na margem do Rio Grande, deu visibilidade e acirrou a questão da imigração ao território americano.
Em outra frente, não menos sensível e polêmica, Trump negou que tenha assediado a ex-colunista da Elle, Elizabeth Jean Carroll, há mais de 20 anos, alegando que ela não faz o seu “tipo”.
No Brasil, na última quinta-feira, o Ibovespa manteve o patamar dos 100 mil pontos. O indicador ficou praticamente estável, aos 100.724 pontos. Já o dólar recuou 0,36%, para R$ 3,833.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 28/6, às 9h.