Bolsa fecha em alta de 0,92% e os últimos destaques
BRASIL
O mercado local novamente descolou de seus pares no exterior, fechando com alta de 0,92%.
A índice perdeu fôlego no final do pregão, devido à desvalorização da Petrobras. O STF iniciou hoje o julgamento de ações que tratam da necessidade de autorização legislativa para as privatizações mas suspendeu os trabalhos. Além disso, foi definido para a próxima quarta feira, o início de uma análise sobre a suspensão do processo de venda de uma transportadora de gás (TAG) pela Petrobrás. Outro fator também foi a queda do petróleo de quase 4% no dia.
Os papéis dos frigoríficos, principalmente do JBS ON (5,20%), foram os destaques do dia. Após fortes quedas na sessão de ontem, as companhias subiram graças ao agravamento da peste suína na China.
O IBGE divulgou o PIB do primeiro trimestre deste ano. A economia recuou 0,2%, em linha com a expectativa do mercado. É a primeira retração do PIB desde 2016, quando o país estava em recessão. Essa redução anula o avanço do quarto trimestre de 2018 e ainda remete o crescimento ao mesmo patamar de 2012. Destaca-se o encolhimento da Indústria de 0,7% e a alta dos serviços de 0,2%. O governo estuda liberação de verbas do FGTS para tentar estimular economia, conforme o ministro da Paulo Guedes. Com potencial para injetar até R$ 25 bilhões na economia, o ministro afirmou, no entanto, que a medida só terá eficácia se o Congresso aprovar reformas fundamentais como a da Previdência.
O relator da reforma na Câmara prometeu entregar o parecer antes do prazo final dia 15 de junho, podendo antecipar. Ontem, terminou prazo para que deputados entregassem as emendas na comissão especial. A proposta apresentada pelo governo recebeu 270 sugestões de emendas. A maioria é contra o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e as alterações nas aposentadorias rural e dos professores. O Partido Liberal apresentou um projeto alternativo, mas o secretário especial da previdência Rogério Marinho acredita que a proposta apresentada pelo governo vai passar, que o clima está favorável.
A inflação medida pelo IGP-M ficou em 0,45% em maio, percentual inferior ao apurado em abril, quando a taxa foi de 0,92%. Com esse resultado, o IGP-M acumula alta de 3,56% no ano e de 7,64% nos últimos 12 meses.
O dia foi marcado por protestos de estudantes, professores e sindicalistas, em mais de 120 cidades, contra os cortes de verbas na educação e contra a reforma da Previdência.
Por último, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), durante a convenção nacional do DEM, insinuou que o presidente Jair Bolsonaro poderia deixar o PSL para voltar ao partido, ao qual foi filiado em 2005.
O futuro do Ibovespa abriu em alta.
INTERNACIONAL
Os principais índices acionários de Nova York não conseguiram sustentar a força da abertura da sessão, chegando a oscilar no terreno negativo nas últimas horas de negócios, mas fecharam o dia em leve alta. O S&P500 encerrou com alta de 0,21%.
As bolsas europeias tiveram uma sessão de recuperação, acompanhando o desempenho dos índices acionários americanos em dia de relativo silêncio no noticiário em torno das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. O Euro Stoxx50, carteira teórica de ações blue chips da zona do euro, subiu 0,62%.
O noticiário relativamente mais calmo envolvendo as tensões comerciais entre Estados Unidos e China deu espaço para que os índices buscassem uma recuperação, após quedas acumuladas superiores a 5% em maio.
No final do dia, no entanto, os preços do petróleo WTI e Brent acentuaram as perdas, após dados oficiais do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) terem mostrado queda bem abaixo do esperado nas reservas americanas da commodity na semana passada e preocupações com a demanda global.
Trump ainda ameaçou impor tarifas de 5% sobre os produtos importados do México, a partir de 10 de junho, enquanto, a imigração ilegal de mexicanos não parar, podendo subir para 25% em outubro. O peso mexicano desvalorizou 3%.
Com o clima pesado, o rendimento das Treasuries de 10 anos vão a 2,18% e ouro sobe para US$ 1.290 a onça.
Saíram os dados do PIB americano do primeiro trimestre de 2019. A economia cresceu a uma taxa anualizada de 3,1%. O resultado ficou ligeiramente abaixo da projeção inicial de alta de 3,2%.
Sobre a investigação da interferência russa nas eleições americanas, o promotor Robert Muller reiterou que não encontrou nenhuma evidência contundente que a campanha de Trump esteve em conluio com a Rússia. Porém, o promotor especial ressaltou que seu relatório não isenta o presidente do crime de obstrução de Justiça.
As bolsas na Ásia e Europa operam em campo negativo. As empresas com exposição ao México como BBVA, Santander e Fiat Chrysler caem. Os futuros dos índices americanos também indicam que vai ser um dia de quedas.
| Dólar | R$ 3,98 | +0,07% |
| DI Fut Jan/25 | 8,14% | -8 pbs |
| Ibovespa | 97.457 pts | +0,92% |
| S&P500 | 2.788 pts | +0,21% |
Fontes: Valor, Bloomberg, The Wall Street Journal, Reuters, The Economist, The Guardian, Sputnik