Os Investimentos em Janeiro – Semana 4
Fechamento dos Mercados:
A escassez de novidades resultou em uma postura mais cautelosa do mercado, após o rali do início de ano. As bolsas no exterior andaram de lado. O S&P500 registrou queda de 0,2% e o MSCI World, alta de 0,1%
Com o feriado na cidade de São Paulo, o índice Ibovespa teve um dia a menos na semana, mas prosseguiu registrando novos recordes, atingindo uma nova marca, fechando acima dos 97.000 pontos. O dolár fechou a R$ 3,78.
O petróleo WTI encerrou cotado a US$ 53,60 o barril. A instabilidade política na Venezuela e a forte desvalorização do dólar influenciaram o preço da commodity. Se uma guerra civil ocorrer na Venezuela, haverá novos cortes na produção de petróleo.
O yield dos títulos americanos de 10 anos fechou a 2.753%.
O DI Janeiro/25, a 8,89% e o Janeiro/20, a 6,48%.
Destaques positivos da semana
As declarações de Paulo Guedes sobre redução do Imposto de Renda das empresas, defesa do ajuste fiscal e privatizações impulsionaram o mercado. O ministro estima economia de até R$ 1,3 trilhão com a Reforma da Previdência e, com as privatizações, quer levantar US$ 20 bilhões este ano.
Entre os indicadores econômicos divulgados, está a geração de emprego formal no ano passado. Foram criados 529,5 mil empregos com carteira assinada, após 3 anos seguidos de demissões, conforme o Caged.
O presidente Trump anunciou ter chegado a um acordo com os líderes do Congresso para temporariamente encerrar a paralisação governamental que já se alonga por mais de um mês. Com o acordo, os departamentos voltam a abrir e os recursos para o muro na fronteira com o México vai ficar para discussões posteriores.
Problemas à vista
Crescem os escândalos entorno do filho do presidente, Flávio Bolsonaro. As notícias e ligações perigosas podem colocar o presidente em situação vulnerável, uma crise política poderá dificultar o andamento da agenda.
No Reino Unido nenhum avanço com um plano B para o Brexit e o tempo passa.
O FMI revisou para baixo o crescimento global para 3,6% em 2020, principalmente por causa das tensões comerciais e incertezas sobre o Brexit. O FMI advertiu que a desaceleração da China pode ser maior do que o esperado, principalmente se o conflito com os EUA não tiver uma saída.
As vendas de imóveis nos EUA (excluindo o imóveis novos) caíram 10,3% em dezembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com os dados da National Association Realtors. O preço médio das casas cresceu apenas 2,9% para US$ 253.600.
O PIB da China foi de 6,66% em 2018, mostrando a desaceleração da economia, é o crescimento mais baixo desde 1990.
Como sinal de que a guerra comercial está impactando o crescimento global, a confiança nos negócios na Alemanha caiu ao nível mais baixo dos últimos três anos.
Outras notícias:
O rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), repercutiu na imprensa internacional. As ADRs da Vale caíram 10% de fecharam a 13,66 a 51,51. A Vale é uma empresa sólida, reduziu a alavancagem nos últimos anos, mas o prejuízo financeiro com a tragédia é inestimável.
Lá fora, com a ausência de Trump e de outros líderes como May, Macron, Xi Jinping e Narendra Modi, Bolsonaro foi o destaque em Davos. Em seu discurso fez referência à abertura da economia, à reforma da Previdência, ao combate à corrupção e à violência , disse ter iniciado um “Novo Brasil”, mas não se aprofundou em nenhum tema. O presidente parece não ter agradado investidores internacionais, em contraponto ao ministro Guedes, que falou o que o mercado queria ouvir.
Na Venezuela, Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional, se declarou presidente do país durante as manifestações, contra Nicolás Maduro. EUA, Canadá e a maioria dos países latino americano, incluindo o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino.
Na próxima semana
Um grupo de chineses chega na segunda a Washington para orquestrar as próximas conversas entre o Vice Premier Liu He, o Representante Comercial dos EUA Robert Lighthizer e o Secretário do Tesouro Steven Mnuchin de 30 até 31 de janeiro.
Algumas decisões do Conselho de Administração da Vale, tomadas extraordinariamente no domingo, são fortes e podem impactar o comportamento das ações no médio prazo, dentre elas a suspensão de pagamento de dividendos.
As atenções estarão divididas entre São Paulo, onde o presidente passará por uma operação e Brasília, onde novo Congresso toma posse no dia 1º e as articulações para quem vai assumir a presidência do Senado e da Câmara continuarão intensas.
Fontes: Valor, O Globo, Exame, The Economist, Bloomberg