STF, G-20, recorde do Ibovespa e os destaques da semana
Panorama Semanal de 26 a 30 de novembro
STF, Pezão, Trump, Fed e G-20. Além da transição para o governo Bolsonaro, é claro. Estes são alguns dos temas que dominaram o noticiário da semana.
O Supremo Tribunal Federal esteve envolvido em, pelo menos, duas grandes polêmicas. Uma delas foi a sanção, pelo presidente Michel Temer, da lei aprovada pelo Senado, que autoriza aumento de 16,38% para os ministros do STF, cujos vencimentos ficarão em R$ 39 mil. O reajuste foi parcialmente compensado com o fim do auxílio-moradia. Ainda assim, com efeito cascata no Judiciário, o gasto extra terá impacto bilionário nos cofres da União.
A outra questão foi o julgamento, no plenário do Supremo, sobre as regras de indulto de Natal – benefício concedido por Temer no ano passado, mas impedido por liminar do ministro Luís Roberto Barroso. O indulto beneficia condenados por crimes de colarinho branco, inclusive alguns presos pela Lava Jato. O que está sendo julgado agora é a revogação ou não da liminar.
No julgamento, a maioria dos ministros já votou pela manutenção do decreto de Temer, mas pedido de vista de Luiz Fux adiou a decisão.
Na terça-feira, a Segunda Turma do Supremo vai julgar pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No Rio, a Lava Jato prendeu o governador Luiz Fernando Pezão, por envolvimento no esquema de corrupção do grupo do ex-governador Sérgio Cabral.
Por outro lado, o ex-ministro Antonio Palocci, preso pela Lava Jato há dois anos, deixou a prisão em Curitiba e ficará agora em prisão domiciliar, com tornozeleira.
Sobre a transição para o governo eleito, foram anunciados novos nomes, entre os quais os dos ministros da Cidadania, Osmar Terra, do Turismo, Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, Marcelo Álvaro Antônio, e de Minas e Energia, almirante Bento Costa Lima Leite.
Bolsonaro se reuniu, na última quinta-feira em sua casa, com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton. Conversaram sobre o futuro da relação entre os dois países, além de terem falado sobre Cuba, Venezuela e Israel.
Declarações polêmicas de Eduardo Bolsonaro sobre o peso do comércio com a China e a indefinição quanto à Reforma da Previdência repercutiram na mídia. A transferência da embaixada brasileira para Jerusalém foi outro ponto de destaque.
O cancelamento da Conferência do Clima ano que vem no Brasil, com interferência do próprio Bolsonaro na decisão, também foi um dos assuntos polêmicos em pauta.
Na economia, foco na recuperação da economia. O PIB avançou 0,8% no terceiro trimestre do ano, de acordo com dados divulgados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira.
A taxa de desemprego recuou para 11,7% em outubro. São 12,4 milhões de brasileiros desempregados, de acordo com dados da Pnad Contínua, do IBGE.
A inflação medida pelo IGP-M de novembro desacelerou para -0,49%.
E a Receita Federal arrecadou R$ 131,8 bilhões em outubro, uma alta de 4,12% em relação a outubro de 2017.
Já o Banco Central informou que os cartões de crédito terão de usar a cotação do dólar do dia em que a compra for realizada pelo cliente.
No cenário global, as expectativas se voltam para a reunião do G-20, que começa nesta sexta-feira, na Argentina. Um dos encontros mais aguardados será entre Trump e o líder chinês, Xi Jinping, e deve girar em torno de questões diversas, entre as quais as tarifas comerciais. Já a reunião entre Trump e o russo Putin poderá não ocorrer, devido a incidentes recentes envolvendo a Ucrânia.
No início da semana, o dólar ficou bastante pressionado no Brasil, o que fez com que o BC atuasse no mercado para segurar a cotação. Na quarta-feira, declarações do presidente do Fed (o banco central americano), Jerome Powell, influenciaram as bolsas, com menor aversão ao risco. Powell disse que as taxas de juros dos EUA ainda estão baixas, aquém do nível considerado neutro. A interpretação dos investidores é que pode haver nova alta nos juros americanos.
No pregão desta quinta-feira, influenciado pelo cenário externo, o Ibovespa fechou na máxima histórica, em 89.709 pontos, após alta de 0,51%. O câmbio, no entanto, passou por ajustes, e o dólar encerrou em alta de 0,39%, cotado em R$ 3,85.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 30/11, às 9h.