Transição, aumento do STF e os destaques da semana
Panorama Semanal de 5 a 9 de novembro
O panorama no Brasil continua marcado pela transição para o novo governo, com novas medidas e projetos sendo anunciados. Esta semana, o foco das propostas foi em Reforma da Previdência, Banco Central e extinção do Ministério do Trabalho. Enquanto isso, o Senado aprovou aumento de 16,38% no salário dos ministros do STF. Lá fora, destaque para as eleições americanas, com derrotas dos republicanos.
A equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, tenta negociar alguns pontos da Reforma da Previdência ainda para este ano, no governo Temer. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em Brasília que é preciso dar uma “prensa” no Congresso para que o texto seja aprovado em 2018. A pressão gerou desconforto e reação do presidente do Senado, Eunício Oliveira. Bolsonaro minimizou a declaração de Guedes.
Enquanto Guedes estuda alguns nomes para ocupar a presidência do Banco Central, o atual presidente do órgão, Ilan Goldfajn, negocia com a Câmara do Deputados um projeto sobre a autonomia da instituição.
Em outra frente, Bolsonaro confirmou que acabará com o Ministério do Trabalho, a ser absorvido por outra pasta. Ainda na área trabalhista, gerou polêmica a crítica de Bolsonaro sobre a metodologia utilizada pelo IBGE para calcular a taxa de desemprego do país. Ele propõe o levantamento de uma “taxa de empregados”, e os técnicos do IBGE reagiram.
No capítulo Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça, gerou repercussão a coletiva de imprensa concedida, em que o juiz tratou de temas polêmicos, como a corrupção em Brasília e a redução da maioridade penal.
Sobre o relacionamento com a imprensa, houve impedimento ao trabalho de jornalistas no Congresso, em sessão com Bolsonaro.
Na quarta-feira, os senadores aprovaram o aumento de 16,38% no salário dos ministros do Supremo, medida que, se sancionada por Temer, vai gerar forte impacto no Orçamento. A decisão resulta em reajustes também para magistrados e o funcionalismo em geral.
E a Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira políticos e executivos, em operação sobre corrupção no Ministério da Agricultura e na Câmara dos Deputados no governo Dilma Rousseff. Entre os presos está Joesley Batista, do grupo JBS.
Na economia, um dos fatos importantes da semana foi a divulgação da inflação oficial, que recuou para 0,45% em outubro. Em 12 meses, o IPCA está em 4,56%, ligeiramente acima da meta do BC, que é de 4,5% para este ano.
O resultado da Petrobras também ganhou as manchetes. Com a alta do petróleo, a estatal teve lucro líquido de R$ 6,64 bilhões no terceiro trimestre.
E foi assinado por Temer o decreto que regulamenta o Rota 2030, nome do novo regime automotivo com benefícios fiscais às empresas do setor.
No comércio exterior, prevaleceu certa preocupação com possível perda de vendas a países árabes, em função da decisão anunciada de Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.
Nos EUA, com as eleições legislativas, o partido do presidente Donald Trump perdeu a maioria na Câmara, o que mudará o xadrez de forças na segunda metade de seu mandato. No Senado, os republicanos mantiveram a maioria. Nas eleições para governos estaduais, os democratas avançaram.
Na quinta-feira, houve a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre a taxa de juros dos EUA, que ficou inalterada, o que mexeu com o humor dos mercados.
No Brasil, o Ibovespa se desvalorizou 2,39%, para 85.620 pontos. Já o dólar fechou o pregão de quinta-feira estável, cotado a R$ 3,73.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 5/11, às 9h.