O superministério e os destaques da semana
Panorama Semanal de 29 de outubro a 1º de novembro
A semana começou com a definição do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Com o resultado – previsto pelas pesquisas – parte da volatilidade dos indicadores de mercado se dissipou. Mas entrevistas concedidas, bem como o detalhamento de algumas medidas de cunho econômico, geraram polêmica. O clima político no país ainda seguiu um pouco tenso nesses primeiros dias após o segundo turno.
Entre as propostas de Bolsonaro, está a criação de um superministério na área econômica (Fazenda, Planejamento e Indústria), que ficará a cargo de Paulo Guedes.
Declarações sobre o Mercosul, que deixará de ser prioritário no novo governo, sinalizaram mudanças importantes na política comercial externa.
E o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chegou a falar sobre metas para o câmbio, gerando sinais trocados no mercado. Guedes, porém, minimizou a declaração de Lorenzoni. Afirmou ainda, ao comentar proposta envolvendo o câmbio noticiada pelo Valor Econômico, que a venda de reservas internacionais só seria aplicada em caso de uma eventual crise especulativa contra o real.
A Reforma da Previdência foi outro destaque do noticiário, quando foi aventada a possibilidade de votá-la ainda no governo Temer. Mas, ao que tudo indica, deve ficar para 2019 mesmo, com um texto diferente da proposta atual.
Em entrevista ao Jornal Nacional, Bolsonaro fez declarações incisivas sobre a imprensa, com alusão à restrição de verba pública publicitária para o jornal Folha de S.Paulo. Em várias ocasiões, o STF tem se manifestado a favor da democracia e da liberdade de expressão – sobretudo no que diz respeito às escolas e universidades.
Uma questão que vem causando debates é o convite para que o juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, assuma a pasta da Justiça.
Em outra frente, o presidente eleito foi criticado ao propor a subordinação do Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura. Bolsonaro pretende reduzir bastante (cerca de 50%) o número de ministérios, que ficariam em 15 ou 17.
Enquanto as propostas e medidas são depuradas, a economia não pode parar. O Banco Central manteve a taxa de juros (Selic) em 6,5% ao ano pela quinta vez seguida.
A produção industrial apresentou queda de 1,8% em setembro. O resultado, terceiro recuo consecutivo, veio pior que o estimado.
E dados do IBGE mostraram que, no terceiro trimestre deste ano, 27,3 milhões de pessoas estavam sem trabalho (desempregados, subocupados e quem não estava disponível). O número ficou estável em relação ao trimestre anterior.
Influenciado pela cena interna, o Ibovespa fechou o pregão da quarta-feira, o último de outubro, com alta de 0,62%, em 87.423 pontos. O dólar, que cedeu bastante no início da semana, subiu 0,85% na quarta-feira, cotado a R$ 3,72.
Obrigada, bom feriado e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 1/11, às 10h.