Análise Semanal pela Flag Asset – 09/07 a 13/07
FLAG FIC FIM
O FLAG FIC FIM apresentou rentabilidade de 0,03% na semana passada, com ganhos no mercado de commodities compensados por perdas no mercado de renda variável. A rentabilidade acumulada em julho está em 0,30% e, no ano, é de 0,88%.
▪ Comentários
No cenário local, os indicadores de atividade de maio continuaram a mostrar o efeito negativo da greve dos caminhoneiros sobre a economia, com recuo nas vendas no varejo e nos serviços. No âmbito político, a aprovação da LDO de 2019 gerou preocupações, com o Congresso aprovando medidas que podem deteriorar ainda mais o quadro fiscal do país. No cenário externo, o núcleo de inflação ao consumidor nos EUA (core CPI) de junho veio de acordo com o esperado, com a taxa acumulada nos últimos 12 meses em 2,3%, em linha com o objetivo do FED.
Nos mercados externos, os impactos das tensões comerciais ficaram mais restritos às moedas asiáticas e às commodities metálicas. Contribuiu para a maior calma a afirmação do presidente Trump de que os EUA permaneceriam na OTAN e o fato de não terem ocorrido novos desdobramentos na relação entre os EUA e a China. O dollar index valorizou 0,8%, sendo que o iene se desvalorizou 1,7% frente ao dólar. Por seu turno, as bolsas americanas continuaram a apresentar ganhos, minimizando os riscos de uma escalada da guerra comercial. O S&P 500 subiu 1,5%, enquanto a taxa da treasury de 10 anos passou de 2,82% para 2,83%.
Nos mercados domésticos, o destaque ficou por conta da continuidade da recuperação do Ibovespa, de 2,1%, favorecido pela melhora do fluxo de investidores estrangeiros e pela força das bolsas americanas. O real apreciou 0,3%, fechando a semana em R$3,85, apresentando um desempenho em linhas com as demais moedas emergentes. A curva de juros local não teve oscilações relevantes, mas teve seu desempenho prejudicado pelo aumento das preocupações com a pauta-bomba fiscal no Congresso. O DI jan/19 ficou estável em 6,82%, precificando, ao longo de 2018, um aumento de cerca de 1,2 p.p. da taxa Selic. O DI jan/20 recuou de 8,25% para 8,21% e o DI jan/25 subiu de 11,23% para 11,28%.
No cenário político, o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, estabelecendo uma meta de déficit primário de R$ 139 bilhões. Chamou atenção a derrubada em plenário de trechos que vetavam a concessão de reajustes a servidores públicos e que obrigavam o governo a reduzir as despesas administrativas em 5%. Além disso, houve destaque na mídia para potenciais pautas-bomba no Congresso, que podem significar uma conta de R$ 68 bilhões somente em 2019. A situação fiscal brasileira é grave e a dinâmica eleitoral será muito importante por indicar quais as prioridades a serem adotadas no próximo governo com relação à utilização dos recursos públicos.
A pesquisa mensal do comércio de maio, em seu indicador restrito, mostrou variação mensal de -0,6% e interanual de 2,7%. O recuo ocorreu em quase todos os grupos de atividade, à exceção das vendas de supermercados, que subiram no mês com a antecipação de compras por parte das famílias devido aos riscos de desabastecimento gerados pela paralisação dos caminhoneiros. O indicador ampliado, que inclui as vendas de veículos e de materiais de construção, foi mais afetado pela paralisação, com variação mensal de -4,9%, puxado pela queda de 14,6% nas vendas de automóveis. A pesquisa mensal de serviços do mesmo mês mostrou recuo de 3,8%, tanto na comparação contra o mês de abril quanto contra maio de 2017. Houve forte recuo em serviços de transportes, o que é condizente com o evento ocorrido no final do mês. Com os números disponíveis, observa-se que o impacto da greve foi muito significativo nos indicadores de atividade de maio. Por outro lado, os antecedentes de junho divulgados até o momento mostram reversão da queda ocorrida. Nossa projeção para o PIB de 2018 se mantém em 1,5%.
Nos Estados Unidos, o núcleo do CPI de junho mostrou variação de 0,16% contra maio e de 2,3% contra o mesmo mês em 2017, de acordo com o esperado pelo mercado. A inflação nos EUA se encontra próxima à meta do FED, sem sinalizar necessidade de alteração na postura gradualista que vem sendo adotada pela autoridade monetária.
No FLAG FIC FIM, reduzimos moderadamente a alocação em opções de juros (put spread de IDI out/18), tendo em vista a valorização recente. Os indicadores recentes e as coletas de preços vêm confirmando o cenário de normalização da inflação após a greve dos caminhoneiros, o que reforça o cenário de estabilidade da taxa Selic nas próximas reuniões do Copom. Mantivemos uma pequena posição aplicada no DI jan22, que incorpora uma taxa Selic média próxima a 11,4% entre o início de 2020 e o fim de 2021. No mercado de commodities, encerramos a posição comprada em petróleo em razão de a Líbia ter anunciado que retomaria suas exportações de petróleo e do aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. No mercado de renda variável, aumentamos levemente a posição comprada na bolsa brasileira e realizamos operações táticas na bolsa americana. Encerramos a semana com uma posição comprada em S&P 500, em função dos dados sólidos de atividade nos EUA e da dinâmica favorável.