Tensão na Síria e os destaques da semana
Panorama Semanal de 9 a 13 de abril
Depois de um fim de semana agitado, com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a repercussão do caso seguiu como um dos destaques do noticiário. A polarização, com extremismos, deu o tom. Mas o caso Lula não foi o único destaque. O cenário eleitoral incerto e as decisões do Judiciário e do Ministério Público envolvendo políticos de vários partidos também ganharam espaço. No exterior, o foco ficou na tensão entre EUA, Síria e Rússia, bem como no depoimento de Mark Zuckerberg no Congresso americano.
O ministro do STF Marco Aurélio de Mello adiou o julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade, que pode mudar a decisão sobre prisões em segunda instância.
O Ministério Público tornou réus José Yunes e João Baptista Lima, amigos do presidente Michel Temer, acusados de fazer parte de um esquema de corrupção ligado ao PMDB.
No STF, uma decisão de relevo foi a negativa de concessão do habeas corpus ao ex-ministro Antonio Palocci, que continua preso. Já o julgamento do habeas corpus para o deputado afastado Paulo Maluf foi adiado para a semana que vem. Maluf está em prisão domiciliar.
Outra decisão que ficou para a próxima semana é a que envolve o senador Aécio Neves, por suposto recebimento de propina da JBS. Aécio poderá se tornar réu, a depender do STF.
Já o tucano Geraldo Alckmin, citado em delações da Lava Jato, teve seu caso enviado à Justiça Eleitoral de São Paulo, com investigações restringidas ao crime de caixa 2. Desta forma, Alckmin sai do âmbito da Lava Jato.
E a economia não pode parar. A agência de classificação Moody’s elevou a nota do Brasil, de perspectiva negativa para neutra.
A inflação oficial, medida pelo IPCA, subiu 0,09% em março, segundo o IPCA. É a menor taxa para meses de março, desde o início do Plano Real. Em 12 meses, o indicador registra 2,68%.
Dyogo Oliveira assumiu o BNDES. E Eduardo Guardia, novo ministro da Fazenda, falou sobre privatização da Eletrobras.
Lá fora, os holofotes se voltaram para a tensão geopolítica entre os EUA e a Rússia, por causa da Síria, com ameaças de Donald Trump sobre o envio de mísseis. O bombardeio americano se daria em reação a um suposto ataque químico na Síria.
Outro ponto de nervosismo continua sendo a guerra comercial entre China e EUA. O país oriental recorreu à Organização Mundial do Comércio contra as tarifas impostas por Trump a produtos chineses.
No Congresso americano, Zuckerberg assumiu a culpa pela invasão de privacidade dos usuários do Facebook no caso da consultoria Cambridge Analytica. A tendência é que haja uma legislação mais rígida sobre uso de dados daqui para frente.
No pregão de quinta-feira, o dólar fechou em alta de 0,57%, cotado a R$ 3,407. Houve bastante pressão sobre a moeda americana ao longo da semana, o que fez com que o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmasse que o Brasil tem colchão para enfrentar a volatilidade. O Ibovespa, com alguma melhora das expectativas sobre a Síria nesta quinta, encerrou em alta de 0,23%, aos 85.443 pontos.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 13/4, às 9h.