Política, Lava-Jato e os destaques da semana
Panorama Semanal de 26 a 29 de março
A política foi tema dominante na semana do feriado da Páscoa.
Na segunda-feira, por unanimidade, os desembargadores negaram recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no TRF-4, tornando-o “ficha-suja”. Ele é considerado, em tese, inelegível nas eleições de 2018.
Na quinta-feira, a PF prendeu investigados no inquérito sobre irregularidades na chamada MP dos Portos. Entre os presos, estão pessoas próximas ao presidente Michel Temer, como o advogado José Yunes. Também foram detidos Antonio Celso Grecco, do grupo Rodrimar, e Celina Torrealba, do Libra – empresas que teriam sido beneficiadas pela MP.
Manifestações pacíficas e atos violentos vêm aumentando pelo país. No início da semana, um repórter foi agredido por seguranças de Lula no Paraná. Em outro momento, também no Paraná, ônibus em que viajava comitiva de Lula foram atacados por tiros.
Nesse clima tenso, o ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato, revelou, em entrevista, que ele e sua família sofrem ameaças.
E a animosidade chegou também à Netflix, com o lançamento da série O Mecanismo, sobre a Lava Jato. Reações pró e contra a obra se multiplicaram nas redes sociais, com propostas, inclusive, de boicotar a Netflix…
Na economia, notícias de relevo, a começar pelo anúncio do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que vai deixar o cargo para se candidatar. Indicação do próprio Meirelles, Eduardo Guardia, atual secretário-executivo da Fazenda, deve assumir o cargo na semana que vem.
O resultado fiscal de fevereiro também repercutiu no noticiário. O déficit, segundo o Banco Central (BC), ficou em R$ 17,4 bilhões no mês, embora no acumulado do ano o resultado permaneça positivo em R$ 29,5 bilhões.
E a ata divulgada pelo BC referente à última decisão do Copom, quando a Selic foi reduzida para 6,5% ao ano, sinaliza ainda um novo corte de juros no país.
O IBGE divulgou a taxa de desemprego, que subiu para 12,6% no trimestre até fevereiro. Naquele mês, havia 13,1 milhões de desempregados.
Lá fora, segue a polêmica ao redor da privacidade e roubo de dados no Facebook. A União Europeia deu um prazo de 15 dias para que a empresa se pronuncie. Nos EUA, Mark Zuckerberg também terá que esclarecer questões. O Facebook está sendo pressionado a adotar medidas que impeçam a repetição do problema.
No cenário externo, os investidores ficaram de olho ainda na revisão do PIB americano do quarto trimestre do ano passado, de 2,5% para 2,9%.
Outro destaque foi o encontro “surpresa” do líder norte-coreano, Kim Jong-um, com o presidente da China, Xi Jinping, como sendo mais um passo para a desnuclearização da Coreia do Norte. A cúpula com a Coreia do Sul, marcada para 27 de abril, reforça essa possibilidade, sugerindo alívio nas tensões internacionais.
E segue no radar o escândalo sobre as revelações da atriz pornô Stormy Daniels e seu relacionamento com o presidente dos EUA, Donald Trump.
No pregão desta quarta-feira, o Ibovespa fechou quase estável, em leve alta de 0,08%, a 83.874 pontos. Já o dólar, que vem sendo pressionado pela iminência de guerras comerciais, subiu 0,06% frente ao real, cotado a R$ 3,33.
Obrigada, bom feriado e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 29/3, às 11h30.