Corte nos juros e os destaques da semana
Panorama Semanal de 23 a 27 de outubro
A Taxa Básica de juros da economia brasileira foi reduzida para 7,5% ao ano esta semana, no nono corte consecutivo pelo Banco Central. O mercado estima que, em dezembro, a Selic atingirá seu piso histórico, de 7%.
Dentro do esperado, outro grande destaque no noticiário foi o arquivamento da segunda denúncia contra o presidente da República, Michel Temer. No dia da votação na Câmara dos Deputados, quarta-feira, Temer passou mal e foi levado para o Hospital do Exército, em Brasília. O presidente, com uma obstrução urológica, foi liberado após os procedimentos médicos.
As expectativas agora devem se voltar para o andamento das reformas e o ajuste fiscal, em um cenário de alianças pré-eleitorais.
No início da semana, Temer sancionou a MP do Refis, com veto a quatro artigos, menos do que recomendou o Ministério da Fazenda.
No âmbito da Lava-Jato, a Justiça mandou bloquear R$ 238 milhões dos irmãos Batista, alegando que o dinheiro foi ganho no mercado financeiro antes da delação premiada, fruto de informação privilegiada.
Na economia, além do corte nos juros, o déficit recorde nas contas do governo central gerou forte repercussão. Este ano, até setembro, são R$ 108,5 bilhões no vermelho, o pior resultado fiscal desde 1997.
Para o bolso do cidadão, uma má notícia: a Aneel aprovou aumento de 42,8% na taxa extra da conta de luz, por causa do nível muito baixo dos reservatórios.
Na linha das expectativas positivas, deve ser realizado nesta sexta-feira, apesar dos questionamentos judiciais, o leilão das áreas de pré-sal com oferta de campos de exploração de petróleo que, segundo a ANP, vai gerar US$ 36 bilhões em investimentos no país.
A portaria que redefine as regras do trabalho escravo continua a gerar polêmica. Rosa Weber, ministra do STF, suspendeu seus efeitos, mas o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que a portaria não será revogada.
No exterior, chamou a atenção o ciberataque que afetou empresas na Rússia e gerou alertas pelo mundo.
A Catalunha continua no foco, com a possibilidade de o governo espanhol retirar sua autonomia.
Nos EUA, a tensão vem das dúvidas quanto ao prosseguimento da política monetária a partir da expectativa de que Janet Yellen, do Fed, não será reencaminhada à presidência do órgão por Donald Trump. A reforma tributária proposta pelo presidente americano também gera apreensão.
No pregão desta quinta-feira, apesar da queda dos juros e do arquivamento da segunda denúncia contra o presidente Temer, o Ibovespa fechou em baixa de 1%, a 75.896 pontos, com influência da alta do dólar devido ao cenário externo. A moeda americana subiu 1,20%, cotada a R$ 3,28.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 27/10, às 10h.