Panorama Semanal de 16 a 20 de agosto
Olimpíadas a pleno vapor, processo de impeachment idem. A presidente afastada Dilma Rousseff irá ao Senado no próximo dia 29. A data, definida esta semana, fez aumentarem as expectativas quanto ao início efetivo de medidas na direção do ajuste fiscal pelo governo de Michel Temer.
No cenário externo, as notícias giraram em torno da alta do petróleo e dos juros americanos. Os preços do petróleo sobem com as negociações entre representantes de países produtores sobre um possível controle na produção da commodity. Além disso, relatório mostrou queda nos estoques americanos.
Já a novela dos juros nos EUA foi marcada pela chance de o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ainda elevar a taxa este ano, mas há falta de unanimidade entre os integrantes da autoridade monetária americana, conforme mostrou a ata da última reunião.
Internamente, o destaque foi mesmo a defesa de Dilma marcada para o dia 29 deste mês. Na última terça-feira, ela divulgou uma carta em que defendeu um plebiscito para novas eleições e reforma política. Segundo Dilma, se for decidido realmente seu impeachment sem crime de responsabilidade, terá sido um golpe.
Já no âmbito da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro negou o pedido dos advogados do ex-presidente Lula para transferir seu processo (de favorecimento com as fraudes na Petrobras) à Justiça Estadual de São Paulo.
Outro fato de relevo foi o início da campanha eleitoral.
No front econômico, seguem as expectativas – e avança em paralelo um certo ceticismo – quanto ao prazo para o ajuste fiscal.
A estimativa do governo de crescimento da economia em 2017 deve subir de 1,2% para 1,6%. Já a taxa de desemprego subiu no segundo trimestre deste ano, segundo a Pnad, do IBGE. O aumento se deu em todas as regiões do país.
Com esse pano de fundo, os mercados reagiram, pesando as dificuldades de aprovação das medidas de ajuste fiscal com o otimismo pelo fim do processo de impeachment. Na quarta-feira, por exemplo, o Senado suspendeu a votação da proposta que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU).
Assim, no mercado cambial, a principal influência foi a do cenário interno. O dólar subiu pela sexta sessão consecutiva no fechamento do pregão de quinta-feira. A alta foi de 0,68%, e a moeda americana foi cotada a R$ 3,23. Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,27%, aos 59.166 pontos.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
*Dados atualizados até 18/08/2016 as 19h.