Panorama Semanal – 4 a 8 de julho
A quinta-feira registrou dois dos principais fatos da semana: o anúncio da meta fiscal de 2017, que prevê um déficit primário de R$ 139 bilhões nas contas do governo central, e a renúncia de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados.
A divulgação da meta fiscal, pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pressupõe receitas adicionais no ano que vem, já que o déficit anterior estava projetado em R$ 170,5 bilhões. Para tal, elevação de impostos não está descartada. O próprio presidente interino, Michel Temer, já havia falado no início da semana que medidas impopulares podem ser adotadas no país a partir de certo momento.
Na Câmara dos Deputados, o presidente afastado Eduardo Cunha renunciou à presidência da Casa. Em contrapartida, seu processo deve ser devolvido ao Conselho de Ética, já que, lá, o julgamento considerou o fato de Cunha presidir a Câmara. Segundo a imprensa, a ideia é ganhar tempo na cassação do mandato de deputado.
Outra notícia de relevo no cenário político foi a derrota do governo na Câmara ao não conseguir aprovar o requerimento de urgência do projeto de lei sobre a renegociação das dívidas dos estados.
Enquanto isso, a PF segue com a Lava-Jato, que esta semana envolveu o nome da WTorre, por causa de uma licitação do Cenpes. Em outra operação, um dos alvos foi o diretor afastado da Eletrobras Valter Cardeal, ligado à presidente afastada Dilma Rousseff, por supostas irregularidades em Angra 3.
E na comissão de impeachment, Dilma afirmou, em depoimento por escrito, que o processo contra ela é uma “farsa jurídica e política”.
Na economia, ainda persiste bastante volatilidade no cenário externo, com Brexit, juros americanos e petróleo. As incertezas quanto à saída do Reino Unido da União Europeia fizeram recuar as bolsas europeias. A libra continuou a sofrer forte desvalorização e fundos londrinos suspenderam resgates.
Nos EUA, o Federal Reserve (banco central americano) sinalizou em ata que, antes de elevar os juros, quer identificar melhor os impactos do Brexit, além de avaliar a recuperação do mercado de trabalho local. Nesta sexta-feira, os investidores estão de olho justamente na divulgação de dados sobre o emprego.
No Brasil, o Banco Central fez, ao longo da semana, intervenções no mercado cambial para elevar a cotação da moeda americana. Desta forma, as estimativas, agora, levam em conta um piso informal para o dólar, em torno de R$ 3,20.
E dados oficiais registraram a saída de US$ 36,5 bilhões do mercado brasileiro ao longo desse turbulento primeiro semestre de 2016.
Na quinta-feira, o dólar comercial fechou em alta de 0,89%, a R$ 3,367. A queda no preço do barril do petróleo e a intervenção do BC puxaram a cotação. Na Bolsa, o Ibovespa subiu 0,22%, aos 52.014 pontos. Apesar do recuo do petróleo, as ações da Petrobras subiram, com a notícia de que a companhia vai reabrir a emissão de títulos de dívidas com vencimento até 2026 para, com os recursos, recomprar títulos de dívidas antigos.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
*Dados atualizados até 08 de julho ás 9:49h