Panorama Semanal – 27 de junho a 1 de julho
As incertezas do ambiente externo marcaram a última semana de junho. A decisão sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, com as consequentes indefinições sobre a economia da Inglaterra e do bloco regional, bem como os possíveis impactos globais, vem gerando volatilidade.
Além dos efeitos nos mercados financeiros, essa mudança também deve impactar o Brasil em termos comerciais, principalmente num momento em que o Mercosul dá novos sinais de enfraquecimento. O evento de julho do bloco, que seria uma cúpula de presidentes, será agora apenas uma reunião de chanceleres.
Na esfera interna, os dados macroeconômicos também não são bons. O setor público registrou um déficit de R$ 18,1 bilhões em maio. No ano, o rombo nas contas é de R$ 13,7 bilhões, de acordo com o Banco Central.
A inflação segue pressionada. O IGP-M dobrou em junho, para 1,69%. Nos últimos 12 meses, a alta supera os 12%.
Há um entendimento, agora, entre os especialistas que, com esse quadro fiscal, o BC não reduzirá os juros básicos tão cedo. Assim, uma mudança na Selic é esperada apenas para o fim deste ano.
A turbulência política deu certa trégua esta semana. Mas as operações da Polícia Federal continuam. Na quinta-feira, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu e o empresário Adir Assad foram presos durante a Operação Saqueador, que investiga esquemas de lavagem de dinheiro. Também há mandato de prisão contra o empresário Marcelo José Abbud e o ex-presidente da Delta Fernando Cavendish.
Na quinta-feira, último dia de junho, o destaque foi a correção dos mercados, que vinham registrando fortes perdas – mais de US$ 3,5 trilhões – com o Brexit. O dólar recuou e, no Brasil, encerrou junho com desvalorização de 11%, a maior desde abril de 2003. A moeda americana fechou cotada a R$ 3,21.
Na Bovespa, com influência das bolsas americanas, o Ibovespa fechou em alta de 1,03% na quinta-feira. A agência S&P reafirmou o rating dos EUA em AA+ e os investidores se animaram com as declarações do presidente do Banco da Inglaterra (BOE) de que o Brexit trará impactos à economia do país e, por isso, será necessário um afrouxamento da política monetária.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
*Dados atualizados até 01 de julho ás 8:30h