Panorama Semanal – De 23 a 27 de maio
A semana menor, encurtada pelo feriadão de Corpus Christi, foi marcada pela saída de Romero Jucá, primeira baixa do governo Michel Temer. O estopim foi a divulgação, pelo jornal Folha de S.Paulo, do vazamento do áudio de uma conversa do então ministro do Planejamento com o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, sobre um possível pacto para deter a Operação Lava Jato. O governo agiu rápido, e Jucá foi exonerado.
Outra conversa vazada pela Folha foi entre o ex-presidente da Transpetro e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Durante a gravação, o parlamentar defendia uma mudança na lei que trata da delação premiada para impedir que presos colaborem com as investigações.
No cenário econômico, o dia crucial foi a terça-feira, com a aprovação a meta do orçamento no Congresso, após uma sessão de mais de 16 horas de duração. O projeto reajusta a meta fiscal para um déficit de R$ 170,5 bilhões nas contas públicas este ano, o equivalente a 3% do PIB.
Foram anunciados cortes em diversas áreas, inclusive Saúde e Educação, mas ainda não há muito detalhamento. No geral, o teto das despesas foi limitado, ou seja, seu crescimento não pode ultrapassar a inflação anual. O governou anunciou ainda o saque dos recursos do Fundo Soberano, e o pagamento, pelo BNDES, de parte (R$ 100 bilhões) do que tomou emprestado nos últimos anos do Tesouro.
Outra medida, referente à Petrobras, foi a flexibilização da participação obrigatória de 30% da estatal na exploração do pré-sal como operadora.
Na formação do novo governo, mais um nome. Miriam Belchior, presidente da Caixa, foi exonerada do cargo na quarta-feira. Ela foi substituída por Gilberto Occhi, ministro da Integração Nacional. Outro nome escolhido foi do novo presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, que já foi vice-presidente do banco.
No cenário macroeconômico, foram fechados 62 mil postos de trabalho em abril, segundo dados do Caged. O número veio abaixo do previsto. Já o percentual de famílias endividadas ficou em 58,7% em maio, segundo a CNC. A taxa é menor do que a registrada no mês anterior. A inadimplência, no entanto, passou de 23,2%, em abril, para 23,7% neste mês.
O Ibovespa subiu 0,28% na sessão de quarta-feira – a primeira alta da bolsa em nove pregões, repercutindo a valorização do petróleo e a aprovação do Orçamento. O mercado entende que é uma sinalização de que a equipe econômica vai atacar de frente a questão do ajuste fiscal. Já o dólar registrou apreciação de 0,61%, cotado a R$ 3,5961.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
*Dados atualizados até 26/5, às 19h.