Panorama Semanal – 07 a 11 de março
Que semana!
As denúncias no âmbito da Lava Jato, sobretudo as que envolvem o nome do ex-presidente Luiz Inácio Luva da Silva, dominaram o noticiário e ditaram o rumo dos mercados no Brasil. A situação está tensa nas três esferas de poder e também nas ruas, com passeatas marcadas para o fim de semana.
O fato mais contundente ocorreu na quinta-feira, quando o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva de Lula no processo que investiga a suspeita de crimes relacionados ao tríplex do Guarujá.
Os mercados vêm reagindo positivamente ao ambiente desfavorável ao governo, pois investidores acreditam que o agravamento da situação pode concretizar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Desta forma, no fechamento de quinta-feira, o dólar recuou a R$ R$ 3,642, queda de 1,5%, voltando ao patamar de agosto. E o Ibovespa subiu 1,86%, aos 49.571 pontos.
Lula, que foi alvo da 24ª fase da Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira, vem sendo cotado para ocupar um ministério no governo, gerando ainda mais polêmica.
Muitas decisões estão nas mãos do Judiciário e várias acabam sendo decididas no Supremo Tribunal Federal. Esta semana, foi o caso do novo ministro da Justiça, Wellington Cesar Lima e Silva. O STF votou pela suspensão de sua nomeação.
O Supremo também decidiu pela abertura de um terceiro inquérito para investigar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. E, em outro caso, deve decidir até a semana que vem sobre os embargos apresentados por Cunha ao rito do processo de impeachment da presidente Dilma.
Outro fato importante relacionado à Lava Jato foi a condenação, pelo juiz Sérgio Moro, de Marcelo Odebrecht a 19 anos de prisão. Além disso, seguem bastante altas as expectativas quanto às delações premiadas.
Em meio à turbulência, as projeções econômicas se deterioram. O mercado projeta inflação de 7,59% e queda de 3,5% do PIB este ano. É fato que o IPCA de fevereiro desacelerou, como consequência da recessão, mas ainda está acima de 10% nos últimos 12 meses.
No exterior, sobressaíram-se China, petróleo e Europa.
Na China, os formuladores da política econômica reforçaram sinais, no início da semana, de que o país continuará investindo em infraestrutura, o que ocasionou euforia e uma alta nos preços das commodities, principalmente minério de ferro e petróleo.
Mas, dias depois, a divulgação de números ruins das exportações chinesas e a diminuição do PIB do Japão voltaram a colocar em xeque o crescimento da economia global, gerando volatilidade.
O preço do barril de petróleo subiu ao longo da semana, influenciado pela possibilidade de uma reunião entre os principais produtores mundiais da commodity, que estariam pensando em congelar a produção. E houve sinais de recuo na produção dos Estados Unidos.
Na Europa, o BCE cortou, na quinta-feira, os juros e ampliou a compra de ativos para dar fôlego à economia da região. O estímulo, maior que o esperado, deu ânimo às bolsas.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.
*Dados atualizados até 11/03/2016 às 10h28min