Panorama Semanal – 4 a 8 de janeiro*
A China deu o tom da primeira semana de 2016. Com as bolsas chinesas despencando mais de 7% em dois dias e o acionamento do mecanismo de suspensão do pregão, os índices de todo o mundo sentiram o baque. Medidas do BC chinês, entre as quais a desvalorização da moeda, mexeram com os mercados. No Brasil, o Ibovespa fechou em queda de 2,5% na quinta-feira.
As preocupações com uma desaceleração mais intensa da economia chinesa trouxeram aversão ao risco e a alta volatilidade, afetando, sobretudo, as moedas dos países emergentes. O dólar ficou acima dos R$ 4 várias vezes durante a semana e encerrou a quinta-feira cotado a R$ 4,05. Notícias sobre testes nucleares na Coreia do Norte ajudaram a pressionar a moeda americana.
Outro destaque no cenário global foi a queda do preço do petróleo, que voltou a atingir patamares mínimos históricos – os menores em 12 anos. O preço do barril do Brent está pouco acima de US$ 33, e o do WTI, ainda mais baixo, em torno de US$ 32.
No cenário interno, a crise política deu uma esfriada, muito embora notícias sobre a Lava Jato se façam presentes e gerem nervosismo. Nesta semana, surgiu o nome do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.
Em entrevistas, a presidente Dilma Rousseff vem afirmando que não há “coelhos na cartola” e discursa de modo mais ortodoxo. Em paralelo, no entanto, surgiram rumores de que o governo dará incentivos setoriais, mais especificamente ao setor automotivo.
Na macroeconomia, ainda repercutem os números ruins de 2015, que agora vêm sendo divulgados para o ano fechado. A inflação medida pelo IPCA, por exemplo, ficou em 10,67%, bem acima da meta e a maior desde 2002. As vendas de veículos, por sua vez, feharam o ano passado com queda de 26,5%, a maior desde 1987. A produção também despencou. E os resultados da indústria brasileira de novembro mostram recuos acima do esperado em diversos setores, com seis quedas mensais sucessivas da produção nacional.
Por outro lado, com o dólar em alta, a balança registrou superávit comercial de US$ 19,6 bilhões, o mais elevado desde 2011. E o fluxo cambial, após dois anos no “vermelho”, também ficou positivo, em US$ 9,4 bilhões.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal. E um Feliz 2016!
*Dados atualizados até 13:50H